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"Bem, não é o que eu esperava." Sarena franziu os lábios e colocou o artigo em sua mesa.

O coração de Hermione se afundou, preparando-se para um sermão. É claro que o assunto do artigo acabou sendo muito mais sério do que ela havia planejado originalmente, mas era importante ser transparente sobre o que havia acontecido em sua busca por inspiração jornalística.

Mas, em vez de um sermão, os lábios de Sarena se contraíram em um raro sorriso. "Está melhor."

Atônita, Hermione piscou para sua chefe.

Sarena fez um gesto para a pequena pilha de pergaminhos diante dela. "Isso me mostra que você está pronta para ser libertada."

"Sério?"

"De agora em diante, sinta-se à vontade para escrever sobre o que quiser."

Hermione sorriu, mal conseguindo conter sua empolgação. Era isso. Depois de tudo o que passou - anos escrevendo artigos sem sentido sobre os assuntos mais sem sentido, noites de pesquisa e agora a dor no coração por tudo o que aconteceu com Draco -, ela finalmente conseguiria o que mais queria.

"Qualquer coisa?", ela confirmou sem fôlego.

Sarena murmurou com um aceno de cabeça.

"Até mesmo política?"

Os lábios de Sarena se contraíram e sua testa se franziu. Ela cantarolou novamente, mas dessa vez foi muito menos tranquilizador. "Hmm... não. Política não."

O sorriso saiu do rosto de Hermione. "E quanto a criaturas marginalizadas? Preconceito? Corrupção governamental?"

Com o nariz enrugado de desgosto, Sarena balançou a cabeça. "Acho que não."

Hermione zombou. "Sobre o que posso escrever?"

"O que você quiser!" Sarena insistiu, obviamente não entendendo nada do assunto. "Moda. Encantos de glamour. Feitiços para apimentar o quarto."

Hermione olhou fixamente para a chefe, com a consciência se apoderando dela por completo. Enquanto trabalhasse na Witch Weekly, ela nunca teria permissão para escrever sobre coisas importantes. Apesar de seu trabalho árduo e talento para escrever, ela havia conseguido tudo o que podia aqui. Parecia que o auge do jornalismo na Witch Weekly vinha de mãos dadas com uma grande dose de desgosto.

"Obrigada, Sarena", disse ela, levantando-se da cadeira e indo em direção à porta do escritório. "Por tornar tão fácil para mim ir embora."

Hermione então saiu do escritório antes que o cérebro de Sarena pudesse alcançar sua boca aberta.

Quando Hermione voltou à sua mesa, Ginny levantou a cabeça, com os olhos azuis arregalados. "O que ela achou?"

"Ela achou ótimo", respondeu Hermione, tirando sua bolsa de miçangas da gaveta de cima da escrivaninha. "Mas eu desisti."

A reação de Ginny foi tão cômica que quase animou Hermione. "Ela... você... o quê?"

Com um aceno de sua varinha, os pertences pessoais de Hermione começaram a levitar dentro da bolsa. "Eu me demito."

Parvati apareceu na entrada do cubículo, com os olhos arregalados. "Por que?"

"Eu consegui o máximo que pude com esse trabalho", disse Hermione com firmeza, sua determinação se solidificando mais e mais a cada segundo que passava. O choque de todos os outros foi dominado.

"O que você vai fazer?" perguntou Ginny, com as sobrancelhas erguidas em uma mistura de choque e expectativa.

Hermione deu de ombros. "O Profeta Diário pode ter vagas. Vou dar uma olhada nisso."

How to Lose a Wizard in 10 Days | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora