Capítulo 16

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Shino Aburame caminhava pela sala de aula, supervisionava seus alunos enquanto faziam a atividade proposta. Estavam nas primeiras semanas de aulas, gostava de conhecer seus pequenos e saber um pouco sobre o ambiente em que viviam, por isso propôs a atividade básica de representar seus familiares no papel oferecido e apresentar para toda classe.

— Vejo que vocês têm dons artísticos, estão se saindo muito bem, continuem. — Incentivou o grupo que partilhavam uma mesa.

— Professor, o que é um irmão? — Questionou Wasabi.

Os alunos que estavam ao redor pararam o seus trabalhos para olhar o adulto e ouvir de seus conhecimentos. Shino gostava dessa curiosidade infantil, sempre quando ia falar seus alunos prestavam a devida atenção.

— Chamamos de irmão aqueles que são filhos de nossos pais. Entretanto, esta tarefa é para representarem aqueles que são importantes para vocês. Se tiverem alguém que considerem irmão, ou outro parente coloque no desenho. — Explicou, paciente.

— Eu não tenho irmão. — Respondeu.

— Pode colocar alguém que gostaria que fosse seu irmão. — Sugeriu.

— Eu queria que a Sumire fosse minha irmã, ela mora perto da minha casa, mas não é filha dos meus pais. — Contou.

— Então, desenhe a Sumire. — Não fazia ideia de quem era essa moça, porém, gostava dela por ser importante para sua aluna.

Observou o restante da mesa e franziu o cenho quando percebeu que Menma não realizava seu desenho, mas assistia a Izanami fazer o seu.

— Tudo bem, Menma? — Se aproximou.

— Aham. — Murmurou concentrado no desenho da amiga. — Sabia que eu já vi o pai da Izanami?

— E a gente já viu o pai do Menma, tio. — Izanagi parou seu desenho para entrar na conversa.

— Que legal que tiveram a oportunidade de se conhecerem fora da sala de aula. — Disse, abaixando próximo ao trio. — Mas por que o senhor não está fazendo sua atividade? — Beliscou a cintura do pequeno que soltou uma risadinha fugindo de sua mão.

O professor pensava que caso viesse a ter um filho no futuro, gostaria que fosse igual ao Menma, uma criança educada e de riso fácil, apreciava sempre que observava o uniforme e os materiais sempre muito bem organizados, conforme se espera da idade. O pequeno Uchiha gostava de fazer amizades e estar perto dos amigos, às vezes até extrapolava com a conversa e teve que ameaçar diversas vezes que contaria aos responsáveis sobre as conversas paralelas, porém toda as vezes relevava quando as bochechas ganhavam um tom avermelhado e as mãozinhas se apertavam no uniforme.

Menma era aquele tipo de aluno que dava o desejo de levar para casa. Os úteros coçavam e os testículos se apertavam, apenas pela vontade de ter um filho igual.

— Eu vou fazer! — Alcançou o lápis na mesa. — E o que é uma mãe? — Virou de frente para o professor.

— Mãe é aquela que nos dá a vida. — Explicou, analisando cada olhar curioso dirigido a si. — Geralmente são elas que tem um abraço quentinho e fazem uma comida de dar água na boca. — Alisou os fios escuros.

— Minha mãe não tem comida boa. — Izanami disse baixo.

— Eu também não sou chegado a comida da minha mãe, gosto mais da comida da minha vó... mas não conta para minha mãe. — Segredou o professor.

Menma coçou os cabelos com o lápis e olhou seu desenho inacabado, pensou um pouco e lembrou de Naruto, ele tinha abraços quentinhos e fazia uma comida muito boa, ele era sua mãe. Apertou o lápis e sorriu travesso, continuando seu desenho.

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