Capítulo 9

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Parte 1

O grande temível dia chegou: Naruto precisava dar as caras no apartamento do Sasuke.

O loiro conseguiu adiar por dois dias após sua chegada, porém ele precisava ter a certeza se estava tudo bem e conferir alguns documentos da agência que havia deixado lá.

Se despediu do taxista e apertou as alças da mochila que carregava, olhou o prédio e podia sentir o coração dando uma acelerada, o arrepio passou pelo corpo na mesma velocidade em que os pensamentos se amontoaram a cabeça.

Será que o moreno queria que o loiro continuasse perambulando pelo apartamento? Atrapalhando a privacidade do pai e filho? Uchiha tem evitado mandar mensagens.

De qualquer forma, Naruto estava determinado a voltar para o próprio apartamento sem cor e vazio.

Respirou fundo e cumprimentou o porteiro que logo deu uma informação que fez o corpo bronzeado congelar.

— Boa Tarde, Uzumaki, preciso que aguarde um minuto, senhor Uchiha pediu que informasse sua chegada. — Sorriu simpático e entrou na cabine.

Naruto assentiu a cabeça, atordoado, há tempos não precisava informar sua chegada ao amigo, devido às circunstâncias ele tinha a cópia da chave. Então por que Sasuke quis ser informado?

Bagunçou os fios loiros, amaldiçoando a ideia de ter retornado, estava incomodando Sasuke. O amigo estava de saco cheio de sua presença e deveria ter comemorado sua viagem.

— Foi liberado, Uzumaki. — Animado o porteiro fez o sinal de positivo com o polegar.

Forçando um sorriso adentrou o condomínio e fez o caminho tão conhecido. Sentia-se envergonhado por causar tantos transtornos, o melhor a ser feito era pegar os papéis e ir embora.

Passou as mãos pelos fios loiros nervosamente e girou a chave na fechadura, agradeceu por ser a mesma e não ter ocorrido trocas de fechadura.

Assim que o pé direito sentiu a firmeza do chão, Naruto foi atingido por uma atmosfera afetuosa. O cômodo estava aquecido e recebia os últimos raios solares do entardecer, estranhamente sentiu o corpo relaxar aliviado e um sentimento de casa o abraçar.

Passou tantos dias naquele lugar, criou tantas memórias boas que tem o desejo de levar para vida, entre aquelas paredes de cores claras, mas tão cheia de vida conheceu uma nova perspectiva de felicidade.

Fechou a porta e discretamente torceu os lábios em chateação, não foi recebido com festas, como das outras vezes.

— Estou em casa. — Anunciou passando o olhar pelo apartamento vazio. — Sasuke? Menma?

Franzindo o cenho em estranhamento, retirou os tênis, ação essa que levou seus olhos para o post-it colado à parede.

"Estamos escondidos"

Um sutil sorriso quis se fazer presente, mordeu os lábios impedindo.

Deixou a bolsa no hall de entrada e ajeitou os tênis ao canto, avançou para sala analisando cada pedacinho da casa, não encontrou ninguém.

Passou pela cozinha, banheiro, quarto do Menma, quarto que foi separado à ele, porém não era usado uma vez que dormia com Sasuke, não encontrou nenhuma pista, suspirou frustrado e retornou os cômodos parando ao meio da cozinha com as mãos na cintura.

A visão periférica captou o momento em que a porta do armário se abriu de forma rápida e os ouvidos captaram o som do baque quando está se fechou. Caminhou devagar ao móvel e agachou, devagar abriu o armário encontrando uma criança espremida com a mão na boca, segurando a risada, os olhinhos arregalados em expectativas.

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