Qualquer coisa por amor

Aquela manhã parte II

POV LEO

Tive que me controlar para não virar a mesa do café da manhã e distribuir porradas em todo mundo. Simplesmente eles invadiram a minha privacidade e acham que fizeram isso para o meu bem? Ok eu admito que ontem eu quase me entreguei nos braços da morte, eu realmente exagerei, mas de todo o tempo em que bebi essa foi a primeira vez que eu faço isso. A primeira e a ultima!

Antes que falasse coisas que me fizessem eu me arrepender, fui até meu quarto. Porém o meu dia estava longe de se tornar fácil, Jason vinha logo atrás chamando meu nome. Entrei no quarto e deixei a porta aberta, ele entrou e a fechou.

Jason estava particularmente bonito aquela manhã, com sua camiseta do acampamento Júpiter, uma camisa xadrez por cima e um shorts jeans.

Ultimamente Jason está com uma maldita mania de me proteger, sempre que estou em perigo ele me aparece. Ele sentou-se ao meu lado e pude ouvi sua respiração descompassada.

– Você quase morreu ontem Leo – murmurou olhando para baixo

– Tenho certeza que só iriam sentir a minha falta quando o navio batesse em alguma montanha ou algo do tipo – disse meio amargo

– Não fala assim, você faria falta! – respondeu ele perplexo

– Faria falta pra quem Jason? deixa de ser bobo – falei com o tom de voz acido

– Você faria falta pra mim – ele disse me encarando, seus olhos estavam cheios de lagrimas – ontem a noite tive muito medo de perder você.

Fiquei sem ter o que dizer, abri a boca mais não consegui formular nada. Olhei nos seus olhos cheios d'água com um tom de azul profundo e percebi o tamanho da merda que fiz. Se eu morresse poderia arrasar muita gente, ou talvez só Jason.

– Desculpe – foi à única coisa que consegui dizer

– Há quanto tempo você tem esse problema? – ele perguntou voltando a encarar o chão.

– Não é um problema, sabe, eu só bebo quando me sinto triste! E ultimamente a tristeza vem tomando conta de mim – falei tentando fazer uma piada, mas saiu como um desabafo

– Por que está triste? – Ele perguntou envergonhado

– Você tem percebido ultimamente um clima entre Nico e Percy? – perguntei

– Sim, mais o que isso tem a ver com o seu problema com álcool?

Trinquei os dentes, isso vinha me consumido durante dias. Sentia que se não compartilhasse isso com alguém acabaria ficando louco ou um alcolotra maníaco e infeliz, que viveria em uma oficina pra sempre. Sentia que podia confiar em Jason, ele era como um irmão pra mim, nós estávamos tão próximos. Enchi os meus pulmões com oxigênio, falar que esta apaixonado por alguém é uma coisa, agora falar que está apaixonado por alguém do mesmo sexo que você é outra. Como ele me olharia?

– Jason, eu sou diferente, sabe, eu... – comecei mais fiquei em silencio

– Leo, você pode me contar qualquer coisa, afinal somos amigos! – disse ele me olhando colocando a mão sobre meu ombro e o massageando como ele sempre fazia.

– Eu gosto de garotos – falei baixinho

Esperei a reação negativa de Jason, mais ele simplesmente sorriu. Senti-me livre pra falar qualquer coisa com ele.

– E só por isso você está bebendo? Saiba que eu... – começou Jason

– Eu amo Nico – disse cortando-o, não queria que ele começasse um discurso sobre sexualidade, podia confiar em Jason mais não o suficiente pra esse tipo de coversa, seu rosto se fecho e ele tirou a mão do meu ombro e voltou a encarar o chão.