Parte 01 de 02.

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A fanfic a seguir contém descrições de sangue, violência, assassinatos, mutilação, e outros do gênero. Recomendo aos sensíveis que não leiam!

⊱𝑂𝐵𝑅𝐼𝐺𝐴𝐷𝐴 𝑃𝑂𝑅 𝐿𝐸𝑅⊰

Era época de fortes chuvas, no Japão. E quando elas não carregam consigo todo o bom clima dos dias, as gotas respingavam fracamente pelas ruas, pelas árvores e pelas cabeças dos presentes na cena do crime. Não importava quais fossem as datas, ou os maus momentos, a chuva era tão presente quanto o cheiro de sangue. Dostoyevsky não lembrava-se de presenciar dias tão chuvosos quanto aqueles desde que se mudara para o país, a muitos anos. Nada lhe era muito agradável, ao mesmo tempo que tudo era banal e tedioso. Mesmo assim, ele conseguia divertir-se com quaisquer bobagens.

Uma dessas bobagens era certamente o que a fita listrada das autoridades cercava pelo perímetro, a mesma a qual ele passou por baixo, se aproximando a passos lentos. Uma moeda estava presente em seus dedos, uma que ele jogava para cima, pegava, e repetia os movimentos, enquanto a outra mão estava bem guardada no bolso da calça. Era uma mania sua para ocupar-se, uma vez que sua mente não conseguia estar em descanso por muito tempo.

O fato de estarem em um local afastado da cidade e cercado por área vegetal dava uma conclusão para o cheiro forte de terra molhada e barro. Ele acenou para alguns dos policiais do lado de fora da casa, e depois entrou. Por dentro -o que não o surpreendeu- estavam presentes menos pessoas do que do lado de fora. Uma delas era o parceiro com cabelos bicolores longos, que, para não contaminar o local, estavam presos em um coque desajeitado. Sigma observava os dois corpos no chão como se observasse um quebra-cabeça a qual não conseguia decifrar imediatamente. Ele levantou-se de perto dos cadáveres, enquanto outra pessoa se aproximava para recolher amostras dos mesmos.

-Você demorou. Não a muito a se fazer. -Sigma disse inicialmente, soltando um suspiro pesado- Bom, você pode tentar.

Fyodor abaixou-se, como antes o companheiro estivera, e inclinou a cabeça, analisando com cautela e lentidão. Tratava-se de dois corpos certamente danificados; um homem e uma mulher, ambos de idade avançada, mas não o suficiente para serem completamente indefesos. A mulher tinha o corpo jogado pela sala de estar, sem muitos mistérios. Seus olhos estavam abertos, e a boca escancarada. Ah, você gritou bastante, pensou o homem consigo mesmo. O interessante certamente era o fato que nenhum ferimento grave era visível por eles, ainda sem uma análise exata, mas era fato que algo ali estava errado.

Seu corpo mal parecia ser de alguém saudável, ou um humano que vivia normalmente. Sua pele estava tão retorcida pelos ossos, que Fyodor temeu que ela se rasgasse ao ser carregada pelos policiais, alguns minutos além daqueles.

Mas com certeza, o homem era o que mais chamava-lhe a atenção. Seu corpo jazia jogado por cima da mesa de centro da sala, mas claramente, não foi ali que tal coitado perdeu a vida; uma trilha de sangue mostrava a eles que foi arrastado até ali, e não precisavam de análises para identificar o porquê. Jogado com a barriga para baixo no móvel, sua cabeça obtinha um grande ferimento na parte de trás, grande o suficiente para que seu sangue escorresse por ali, manchando sua pele, suas roupas e toda a vida que ainda poderia ter. Ele morreu rápido, mais rápido do que a mulher, Dostoyevsky percebeu isso ao notar a pele repuxada e seca dele, assim como a da companheira, mas certamente mais saudável que a dela.

-Não há sangue nos corpos deles. -Observou o rapaz de cabelos escuros-

-Não a quantidade que realmente deveria ter. -Sigma não se surpreendeu- a Agência irá receber esse caso.

Fyodor escaneou sarcasticamente e levantou-se, guardando as mãos nos bolsos.

-A Agência? Eles nos subestimam.

VIZINHA, DONA MORTE; Fyolai.Onde histórias criam vida. Descubra agora