Papai sabe?

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_chego na praça batendo o pé de ódio, até Jana chegar em mim-

-o que é essa raiva toda?-

LEONIDAS ME DA NOS NERVOS -bufo-

-calma, eu converso com ele sobre quando eu puder-

_franzo o senho sem entender, ela me mostra o que comprou e seguimos para casa_

_o dia passou rápido, na hora de jantar me sentei a mesa como sempre e contei sobre meu dia, mas tudo decaiu a partir da frase...-

Não sei se quero continuar trabalhando como enfermeira

-você sempre faz tudo errado! Nunca consegue acertar em nada! Eu não entendo como você pode ser tão incompetente -dispara minha mãe

O que isso tem haver como a minha decisão? Chega! Estou cansada de ouvir suas críticas constantes. Eu me esforço tanto para fazer as coisas bem, mas parece que nunca é suficiente para você. Nada que eu faça parece te satisfazer.

-se você fizesse as coisas do jeito certo, não teria que ouvir minhas críticas o tempo todo! Eu só quero que você seja bem sucedida e o nosso país precisa de você, e como você se nega isso faz você trair nosso país -sucedida e faça as coisas direito- ela começa a levantar a voz-

Traindo meu país? Mãe, eu estou tentando o meu melhor. Eu coloco todo o meu esforço em tudo o que faço, mas parece que não importa o quanto eu me esforce, você sempre encontra um motivo para me criticar. Eu só queria sentir o seu apoio e encorajamento, eu nem queria ser a droga de uma enfermeira, fui obrigada por você

-não seja dramática! Eu só estou tentando te ensinar a fazer as coisas corretamente para o seu próprio bem. Você precisa aprender a lidar com críticas construtivas se quiser ter sucesso na vida, e outra você aceitou porque quis, você já é uma mulher pode tomar suas decisões-

Você esquece que eu tenho 16 anos, se peço sua opinião é porque estou com dúvidas e queria que você agisse como MÃE e me ajudasse, eu entendo que as críticas podem ser construtivas, mas o que você faz vai além disso. Suas palavras são sempre carregadas de desdém e desvalorização. Isso machuca, mãe. Eu mereço ser tratada com respeito e apoio, não com críticas constantes que minam minha confiança -falo já chorando-

-eu não sou uma boa mãe, isso que está insinuando? talvez se você fosse mais competente, eu não precisaria ser tão dura com você. Eu só quero o melhor para você, mesmo que você não entenda-

Não parece nenhum pouco que você quer o melhor para mim, a maneira tóxica como você expressa isso está me afetando, eu preciso de um ambiente de apoio e encorajamento para crescer e me desenvolver. Eu esperava mais de você como mãe -subo para o meu quarto, já sabendo o destino que vou tomar-

_precisava esfriar a cabeça, então vou ao que sempre frequento em meio a essas discussões_

_quando me sento não posso deixar de sentir os olhares maldosos dos homens em minha volta, até sentir alguém se encostando na bancada ao meu lado_

-você por aqui? Que surpresa desagradável-

Pois é, o mundo é pequeno

-espero que você não estrague minha noite-

Não se preocupe Leonidas, eu não tenho interesse em estragar a sua noite. Tenho coisas melhores para fazer

-ótimo, porque a última coisa que eu quero é a sua companhia, papai sabe que está aqui?-

Não enche -digo sem ânimo pois já estava cansada e peço minha bebida-

-não precisamos ficar brigando o tempo todo-

Fácil para você falar, você é a única pessoa que eu posso brigar, xingar sem ficar trancada em um quarto de castigo -suspiro-

-muito engraçado Kalina, mas não tenho culpa, não adianta ficar despejando sua vida infeliz em mim-

Você é irritante sabia? -minha bebida chega-

-e você é fútil e mimada-

Muito engraçado, me admira tanto que não tem nem xingamentos descentes -ele me olha de cima a baixo-

_enquanto as palavras e xingamentos são trocados, ambos de nós percebemos que há uma oportunidade de deixar a animosidade para trás, claro isso depois de alguns copos de whisky, a tensão diminui gradualmente e começamos a conversar sobre assuntos neutros, descobrindo interesses em comum e até mesmo compartilhando algumas risadas entre pequenas discussões_

_no final da noite, Leonidas se propõem a me levar para casa_

Então você não tem pai nem mãe? -digo enquanto seguimos até minha casa-

-correto- ele afirma colocando as mãos no bolso-

Não está perdendo muita coisa, claro não conheci seu pais mas, tenho o mínimo de experiência com os meus -ele ri enquanto eu falo enrolado e tropeço nos meus próprios pés-

-chegamos, como você vai entrar?-

Eu vou pular na janela

-é meio alto, e você é... Digamos que não está nas melhores condições-

Eu tenho prática, bom é aqui que nós despedimos senhor Leon

-Sim senhora Kali-

_não sabíamos se nós abraçavamos ou dávamos um beijo no rosto, então finalizamos com um aperto de mão "amigável", ele se vira e vai embora enquanto eu subo minha janela, e depois de entrar durmo no chão mesmo_

Espero que tenham gostado desse EP😚

Você é minha terra natalOnde histórias criam vida. Descubra agora