𝙿𝚊𝚞𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘 ( 𝚅𝚞𝚕𝚝𝚘 𝚗𝚊 𝙰́𝚐𝚞𝚊 ) 𝙿𝚊𝚛𝚝. 2

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Vários dias se passaram desde o encontro dos amigos ao rio, que estava passando por eventos misteriosos. Dito e feito, barricadas foram colocadas ao redor do rio, para que nenhum cidadão fosse burro o suficiente para ir até lá e correr o risco de ser devorado por um crocodilo... ou algo mais.

As vezes os jovens da vila ficavam curiosos sobre o lugar e foram pegos algumas vezes tentando pular a cerca, sempre sendo detidos e devolvidos de volta para os pais. É como a frase, " a curiosidade matou o gato ".

Ricardo e seus amigos praticamente esqueceram dos eventos daquele dia de verão, passando a aproveitar o tempo e curtir, mesmo sem o rio disponível. Ou era o que parecia ser...

Ricardo não parava de pensar no ocorrido, sempre tinha curiosidade em ir até o rio e tentar descobrir mais sobre o " vulto ". Mas e se fosse pego? O que diria a sua mãe?

- cardo..... Ricardo!!!

O jovem levantou a cabeça do travesseiro com um susto e se sentou, olhou em volta e viu sua mãe parada na porta. - Filho... já é hora de levantar, preciso que você vá até a feira e compre umas coisas pra mim. - o rapaz afundou nos lençóis e resmungou.

- Desculpa por te acordar cedo nas férias filho, mas preciso que me ajude hoje. - o carioca se levantou e lentamente foi até o banheiro como um zumbi, sua mãe sorriu e saiu do quarto.

Enquanto descia as escadas, percebeu que seu padrasto não estava, parecia que o dia tinha começado bem. Se sentou na mesa e foi fazer seu café da manhã enquanto sua mãe lavava as louças. - Consegui pão fresquinho na padaria querido, e o café está do jeito que você gosta.

- Amargo igual minha vida. - a mulher jogou o pano de prato no menino, ele apenas riu. - Tô brincando mãe, tô brincando!

- Minino arteiro.... não demore muito aí não, que daqui a pouco as coisa da fera caba tudo. A lista de compras tá no balcão. - terminando o café, pegou o papel no balcão e deu um beijo na testa da mãe, saiu correndo de casa. - Não esquece dos troco!!

A feira parecia bem movimentada, era fruta de um lado e carne do outro, não tinha muitas coisas para comprar, só o essencial que faltava.

Enquanto caminhava pelo amontoado de pessoas, avistei meu amigo Jão e seu tio, sempre o ajudando a vender peixe na feira. - Eae Jão, tio!! Quê que cês me manda hoje?

Ao ver o carioca, o rapaz que parecia estar meio deprimido mostrou as opções. - Temos sururu, tilápia, carpa e até tucunaré, mas fica esperto, já tá cabando... - peguei somente um pouco de tilápia, mainha adorava fazer tilápia frita no almoço,e era bom já que a carne do jantar de ontem havia acabado.

- Aê cara, cê tá bem? - o rapaz de óculos olhou para seu tio por um momento, o homem sorriu e o rapaz deu um sorriso forçado. - Eu tô bem cara, relaxa. Ai o pessoal vai pro campo hoje joga bola, topa também? - paguei o tio e peguei o troco enquanto olhava com graça pro meu amigo.

- Foi mal véi, mas hoje a noite só quero ficar de boa, talvez otro dia belê?

Ele assentiu e eu me afastei, pude ver de relance que seu olhar ficou triste novamente, enfim, me astei da barraca e fui direito pras frutas, nesse meio acabei encontrando Eduardo na frente de uns bons cachos de banana, e não estava sozinho, sua irmã também tava lá.

- Cê tem que vê se elas tão madura diacho!! - ao parecer já estavam discutindo logo cedo. - Mas elas num tão madura não mísera, cê é cega?!

Me esgueirei devagarinho pra no final aborda-los com um susto, o mais novo me olhou com graça. - Oxi caba, quê que tu tá caçando aqui véi?! Desce jeito o pessoal vai acha que tu é bandido!!

𝙱𝚎𝚕𝚎𝚣𝚊𝚜 𝙿𝚛𝚘𝚏𝚞𝚗𝚍𝚊𝚜.... 𝚃𝚎𝚜𝚘𝚞𝚛𝚘𝚜 𝚁𝚊𝚛𝚘𝚜.Onde histórias criam vida. Descubra agora