parte 7

377 53 0
                                    

Era uma quarta-feira, no meio da semana. Minho estava em seu horário de almoço e resolveu passar pela biblioteca no centro da cidade. Ele ficou caminhando pelos corredores, procurando algum romance que chamasse sua atenção. Minho separou alguns livros e, para sua surpresa, mais à frente, estava o rapaz que o havia ajudado no sábado. Ele pensou em ir falar com ele, olhou para o relógio e percebeu que o tempo era curto, então decidiu fazer algo inusitado.

Minho pegou um livro chamado "Todos os Cães Merecem o Céu", uma escolha totalmente aleatória. Ele deixou uma dedicatória explicando quem era e pediu para se encontrarem no café no sábado às 9h da manhã. Após uma rápida revisão, Minho pagou pelo livro e pediu ao vendedor que entregasse o livro ao homem.

Minho ficou observando do lado de fora enquanto o outro recebia o livro e riu da forma como o homem mais velho o procurava pela biblioteca. Ele sentiu um frio na barriga ao ver o sorriso do homem enquanto lia a dedicatória. Quando menos esperou, seu telefone despertou, avisando que seu horário de almoço havia acabado.

Minho estava apreensivo, agiu por impulso e logo se arrependeu. No entanto, grande parte dele estava animado com o encontro. Eles viviam se esbarrando, trocando olhares, e Minho estava ansioso para conhecer o homem.

Já era sexta-feira e Minho se reuniu com seus amigos na casa de Hyunjin para uma noite de jogos. Apesar do incidente na boate, Minho e Hyunjin não haviam mudado um com o outro. Muito pelo contrário.

Hyunjin parecia estar mais próximo de si, pegava o outro o encarando tempo demais, e disfarçava o olhar sempre que seus olhares se encontravam.

Minho não negaria, beijaria ele de novo sem nenhum problema. Tinha criado um sentimento muito forte pelo mais alto. Minho buscava sempre o outro, sempre queria mais toques, carinhos, algum tipo de contato. Sorria bobo para cada piada que o outro soltava e o olhava com os olhos mais brilhantes que já existiu.

Durante a noite, mais olhares eram trocados, e alguns flertes eram lançados sem que eles percebessem. Inconscientemente, sempre buscavam o contato um do outro. Minho sentia um frio na barriga sempre que Hyunjin o tocava, sussurrava em seu ouvido ou simplesmente o olhava.

Minho nunca havia desejado tanto alguém em toda a sua vida.

A noite chegou ao fim, e cada um foi para sua casa. Não era tarde, então Minho conseguiria descansar tranquilamente para o encontro do dia seguinte.

Minho acordou assustado com o despertador. Naquele sábado, ele não iria trabalhar, pois haveria uma obra na clínica. Por isso, ele combinou de se encontrar com Chan naquele dia.

O clima estava frio, então Minho vestiu uma calça jeans, uma blusa de manga comprida com gola alta e um casaco adicional. Ele recolheu seus pertences e se dirigiu ao café.

Minho chegou um pouco antes do horário combinado, sentou-se à mesa e começou a se perguntar se o outro apareceria. Por um momento, achou a ideia estúpida e pensou em ir embora imediatamente. No entanto, antes de concluir esse pensamento, viu Bang Chan entrando e se aproximando.

Minho ficou hipnotizado com o homem à sua frente; seus olhos brilhavam, e um sorriso estampava seu rosto, revelando a covinha que, desde aquele dia, se tornou uma de suas coisas favoritas no mundo.

"Oi, Minho, está aqui há muito tempo?" Perguntou Bang Chan enquanto se sentava.

"Não, não. Cheguei há pouco tempo", Minho respondeu com um sorriso tímido.

Conversaram como se fossem conhecidos há anos; tinham tantas coisas em comum que chegava a ser assustador. Minho se sentiu tão à vontade com o rapaz que nem percebeu a hora passando.

"Obrigado por ter ficado comigo naquele dia", Minho finalmente disse.

Bang Chan sorriu e respondeu gentilmente: "Não precisa agradecer, Minho. Fiz o que qualquer um teria feito."

"Eu sei, mas mesmo assim, obrigado. Você ficar lá e ajudar um estranho é meio surreal nos dias de hoje", Minho disse com gratidão.

"Aquele rapaz era meu namorado. Estávamos juntos há 5 anos, mas depois daquela noite, decidimos terminar", Minho contou.

"Você quer conversar sobre isso?" Chan perguntou, desejando segurar a mão de Minho que estava na mesa, mas achou melhor não.

"Não sei, não quero fazer você sair correndo", brincou com o assunto e ouviu a gargalhada que o outro deu. Ao ouvir aquilo, algo dentro de si mudou. Em um mundo de faz de conta, teria se apaixonado naquele momento.

"Eu quero ouvir, Minho, mas só se você estiver confortável", disse ainda sorrindo.

Ficaram ali por horas, conversando sobre vários assuntos, desde relacionamentos até amizades. Só perceberam o tempo passar quando o celular de Minho tocou, fazendo-o sair daquele ambiente agradável e seguro para atender o telefone.

"Desculpa, mas eu preciso atender," disse

Era um paciente seu, um paciente muito querido e de longa data. Embora não estivesse trabalhando hoje, Minho não o deixaria na mão. Ele avisou que logo iria para a casa do paciente para ver o que era.

Minho estava voltando para o local, e Bang Chan logo disfarçou, forçando um sorriso. "Sinto muito, mas eu vou ter que ir embora agora. Surgiu uma emergência no trabalho."

"Tudo bem, Minho, não tem problema," Bang Chan disse enquanto se levantava, pronto para ir pagar.

Minho o interrompeu com um gesto. "Nada disso, eu que convidei, lembra?" Ele pegou a comanda de Bang Chan e foi até o caixa para pagar a conta.

Minho voltou com o recibo e sorriu. "Prontinho."

Bang Chan agradeceu, sincero. "Obrigado pelo convite, gostei muito de passar esta manhã com você."

Minho retribuiu o sorriso. "Eu também gostei, Chan. Foi bem divertido, e mais uma vez, obrigado."

"Aqui está, meu telefone. Qualquer coisa, me manda uma mensagem." Bang Chan escreveu seu número de telefone em um pedaço de papel da cafeteria e entregou para o mais novo.

"Tudo bem, obrigado. Tenho que ir agora! A gente se vê por aí," Minho respondeu, pegando o número e guardando-o em seu bolso.

Hyunhochan - three is a magic number (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora