parte 8

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Minho chegou em casa depois do atendimento um tanto confuso com o que estava sentindo.

Ele sabia que tinha algo rolando com Hyunjin, sabia que tinha um carinho a mais pelo mais alto, e depois de se encontrar com Chan, por mais estranho que pareça, sentiu algo diferente também. Parecia que eles o complementavam de uma forma que Minho não conseguia explicar. Estar com eles era tão bom, ele se sentia seguro, acolhido, ouvido, sentimentos que nunca havia experimentado com seu ex. Resolveu deixar aquele assunto de lado por enquanto e aproveitar o resto do final de semana. Ele planejou assistir a muitos filmes e saborear guloseimas.

Durante a semana, Minho trocava mensagens com os dois homens, conversando por horas, seja por mensagem, ligação ou até mesmo videochamada. Estava se aproximando cada vez mais, e a cada contato, sentia esse sentimento crescer a cada dia.

Era uma quarta-feira, e seu dia havia sido péssimo; um cachorro que cuidava há muito tempo acabou não resistindo. Estava tão triste que acabou indo direto para casa..

Minho já estava nessa profissão há bastante tempo, mas toda perda era dolorosa, e em especial desse cachorrinho que tinha 19 anos e que Minho começou a cuidar no início da carreira.

Mandou mensagem para os meninos e Hyunjin disse que estaria ocupado no dia seguinte com o restaurante, ficou mais triste ainda ao ouvir aquilo, mas por sorte, Chan havia dito que não faria nada e então Minho o convidou para jantar depois do trabalho.

Minho havia combinado de se encontrar com Chan no restaurante, já que sairia em cima da hora. Quando chegou, foi logo buscar uma mesa mais afastada e para sua surpresa, havia chegado primeiro.

Dez minutos passaram  e Minho estava ansioso, mas era uma ansiedade gostosa, com direito a frio na barriga e sorrisos quando lembrava que iria encontrar o mais velho. Olhou para a porta e seu coração errou uma batida ao encarar Chan, ele estava lindo, mais lindo do que o normal. Usava uma calça jeans clara, uma blusa branca e um blazer, estava tão casual e tão lindo que a única vontade de Minho era sair correndo e o abraçar.

"Chegou tem muito tempo?" Chan perguntou enquanto deixava um beijo na bochecha de Minho.

"Não, tem uns 10 minutos." Minho ficou sem graça com aquela atitude. "Você está lindo, Chan."

"Ah, obrigado", riu sem jeito, e Minho achou aquilo a coisa mais adorável.

Chan percebeu que Minho estava um pouco triste e decidiu perguntar o que havia acontecido. O mais novo falou sobre o que ocorreu no trabalho, a perda do seu paciente e como aquilo mexeu com ele.

O gesto de conforto de Chan tocou profundamente Minho, e ele apreciou a presença do mais velho.

"Só de você estar aqui já está me ajudando, obrigado por ter aceito o convite", Minho respondeu, sentindo-se grato pela companhia de Chan.

Conversaram mais e, em pouco tempo, a comida chegou. Minho percebeu o quão fácil e confortável era estar com Chan, como se se conhecessem há anos.

Minho estava claramente encantado com cada detalhe de Chan, desde seu sorriso cativante até suas covinhas encantadoras. Ele notou o maxilar marcado de Chan, achou seus olhos se fechando a cada sorriso que dava, a coisa mais bonita do mundo. Até os contornos dos lábios de Chan e a forma como ele falava não escaparam à atenção de Minho, que estava visivelmente absorvido por esses detalhes.

Minho também apreciou a paixão e entusiasmo com que Chan falava sobre diversos assuntos, entendendo por que ele era tão querido pelos alunos. Os olhos brilhantes de Chan davam vida a cada tópico de conversa.

Na hora de ir embora, eles dividiram a conta, mas Minho insistiu em levar Chan para casa, já que o rapaz não tinha vindo de carro.

Minho estacionou em frente à porta de Chan e antes que o outro pudesse abrir a porta, ele disse: "Obrigado pela noite, foi muito boa. Estar com você me faz bem."

"Eu que agradeço, Minho. Eu adorei cada segundo e ficaria muito feliz se a gente repetisse", Chan respondeu com a voz baixa, e seu olhar caiu nos lábios de Minho.

Eles ficaram em silêncio o tempo suficiente para entenderem o que aconteceria a seguir.

Minho quebrou o silêncio dizendo: "Eu tenho uma curiosidade, Chan. Penso nisso desde quando a gente se viu pela primeira vez." Ele subiu sua mão até a bochecha do outro, deixando um carinho e contornando os lábios de Chan com o dedo, aproximando-se lentamente de seu rosto. "Eu vou te beijar agora. Se você não quiser, é só me afastar."

Assim que seus lábios se tocaram, Minho quase derreteu com o toque. A boca de Chan era tão macia e agradável de beijar que ele poderia ficar ali por horas.

Querendo aprofundar o beijo, Chan passou a mão pela nuca do mais novo e deixou leves apertos, enquanto Minho passava as mãos pelos braços de Chan e deixava apertos na coxa do mais velho.

Minho afastou um pouco o rosto e conseguiu ver com clareza a bela confusão nos olhos de Chan. Ficou encarando o outro por mais tempo e se deliciou ao ver como a boca de Chan estava vermelha e inchada, e seus olhos pesados. Fechou os olhos quando sentiu o carinho em seu rosto.

"Eu acho melhor eu entrar", Chan se afastou de Minho. "A gente se fala mais tarde?"

"Claro", Minho respondeu. "Durma bem, Chan."

Chan se despediu e foi em direção à sua casa. Minho esperou até que ele entrasse e então deu a partida para ir para a sua própria casa.

Chegando lá, Minho sentou na cadeira que havia na sala e ficou pensando nos últimos acontecimentos e nas duas pessoas que entraram em sua vida.

Minho sabia que havia acabado de terminar um relacionamento e questionava se era possível se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo. Seu amigo mais próximo tinha um relacionamento poligâmico, então esse assunto nunca foi um tabu para ele.

Ele se questionava se seria possível se apegar tanto assim a duas pessoas que acabara de conhecer. Chegou a cogitar a ideia de não se aproximar mais delas, de deixar essa relação de lado. No entanto, Minho não era assim, ele gostava desse sentimento e estava feliz por sentir isso de novo. Então, afastou qualquer pensamento negativo da cabeça, foi tomar um banho e se preparou para dormir.

Hyunhochan - three is a magic number (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora