Capítulo 24

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Tiana

Xx: Mata ele, mata ele, mata ele, mata ele! - a massa grita aqui na frente de casa e eu me encosto no muro de uma calçada pra outra, ouvindo a gritaria, lá na subida do morro, onde o Tatilon tá - Quero ver, quero ver, sangue!

Gulit: Vou puxar o grito nessa porra! - eu escuto a voz dele, em cima da laje e vejo a rua enchendo de gente - Tem o lado A e tem o lado B, ele te atacou, você vai deixar? - as pessoas começam a pular e eu me sento no chão, ouvindo a gritaria - Vai matar ou vai morrer? Vai morrer ou vai matar? O que vocês querem ver?

Xx: Sangue, sangue, sangue, sangue! - eu me levanto um pouco, olhando a rua cheia de gente e o Tatilon lá em cima, sendo preso pelos envolvidos - Quero ver, quero ver, sangue!

Ayres: Isso aqui tá o próprio caos, Tiana! - ela rasteja no chão, se sujando toda e eu começo a ouvir os tiros, lá em cima - Quero ver, quero ver, sangue! - ela grita com o povo e eu limpo meu suor, olhando a Kendra correndo - Mata ele, mata ele, mata ele! Tatilon corno fudido, mata esse filho da puta!

Os meninos descem com o Tatilon, arrastando ele pela gola da camisa e as pessoas vão abrindo um túnel no meio da rua, me levanto com a Ayres e o Clayson, ouvindo os gritos e as pessoas pulando. Abro minha boca, vendo o dedo dele partido ao meio e ainda não acabou.

Papig: É o seguinte, vai ter revezamento pra bater nesse fudido! - ele atira pra cima e as pessoas gritam, pulando como se fosse um gol num jogo de futebol - Patrão mandou fazer 5 séries de 10 minutos, quer ver sangue nessa porra? Então junta uns 10 pra bater nele, não deixa morrer não.

Clayson: Oh my God! - ele tampa a boca, me olhando e eu não sei nem o que falar, só fico olhando - Kendra Victória, não faça parte dessa tortura, vem ficar comigo, mamãe!

Kendra: Au, au, au! - a Kendra sai correndo no meio da rua, mordendo a perna do Tatilon que já tá no chão - Au, au, au! Rum! Au, au, au! Rum! Au, au!

Clayson: Kendra Victória, eu tô falando com você, vem, mamãe! - a Pincher late, balançando a cabeça e o povo começa a bater no Tatilon - Vem ficar com mamãe, meu tesouro, não se misture com essa gentalha!

Olho o Tatilon apanhando no corredor e todo mundo em cima dele, seguro no braço da Ayres, franzindo meu rosto com a agonia que eu tô sentindo. Eu brigo com quem mexe comigo, brigo mesmo, mas não aguento ver uma briga que eu fico nervosa, treme tudo em mim, mesmo se eu não conhecer a pessoa, eu fico nervosa.

Jandira termina de bater na Layne e corre com o pedaço de pau indo bater no Tatilon também, eu desvio o olhar, não aguentando ver isso tudo e vou pra porta de casa, me sentando no batente da entrada. Ligo meu celular, olhando o tanto de mensagem e vejo a minha mãe me ligando, mas eu não atendo.

Tatilon: Para, eu não fiz nada, pelo amor de Deus! - ele coloca as mãos na frente do rosto, levando paulada no corpo todo - Pelo amor de Deus, para!

Xx: Mata ele, mata ele, mata ele, mata ele! - as pessoas gritam mais alto e os meninos revezam na hora de bater nele - Quero ver, quero ver, sangue!

Na hora que ele atirou nos moradores, ele atingiu uma criança na perna, a menina já foi pro hospital, mas ninguém sabe o que aconteceu, se tá bem ou não. Não tô com pena do Tatilon, mas não gosto de ver essas coisas por uma questão de nervoso e agonia que bate em mim, toda vez que vejo uma briga. É por isso que as pessoas estão querendo matar ele, mexa com todo mundo, menos com criança.

Papig: Deixa ele descansar uns minutos e desce a lenha de novo, ordens do Sanches - eu passo a mão no meu peito, alisando a pele fria e a rodinha de pessoas abre espaço - Patrão já tá cheio de tanta confusão, foi briga hoje de manhã e agora nessa porra, essa rua tá proibida de arrumar confusão e se arrumar, o resumo é esse!

Por um MomentoOnde histórias criam vida. Descubra agora