🏆1° Lugar do pódio ficção-científica do concurso fanfiqueiros 1ª edição.
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Um casal aproveitava uma tranquila viagem em família com seu pequeno filho em um velho barco de madeira, quando foram surpreendidos por uma mudança repentina no tempo. Sem perceber, se viram presos no coração de uma tempestade feroz. Os ventos uivavam, criando ondas colossais que se erguiam como gigantes antes de se quebrarem violentamente contra o barco, balançando-o de um lado para o outro com força. Gotas pesadas de chuva caíam incessantemente, e os rugidos dos trovões ecoavam no céu cinza, seguidos por relâmpagos que iluminavam a escuridão.
O pequeno filho do casal começou a chorar, assustado pelos sons horripilantes e pela instabilidade do barco. Ele sentia no ar que algo ainda pior estava prestes a acontecer, especialmente ao perceber a súbita mudança na expressão de sua mãe. Ela, agora pálida de terror, olhava desesperadamente para o marido em busca de segurança, que parecia impossível naquela situação.
No céu, além das nuvens turbulentas, uma misteriosa sombra se formava no horizonte, trazendo consigo uma escuridão que parecia devorar a luz ao redor. Era como se a própria noite tivesse ganhado vida. Daquela sombra, surgiu um par de olhos escarlates, como larvas incandescentes de um vulcão. Eles se fixaram na família com uma intensidade ameaçadora, lançando um calafrio profundo nos corações dos que os avistavam.
— Eu não acredito que ele nos achou, ahhh... Alguém deve ter nos traído! — avisou em desespero o homem para a mulher, que mantinha sua atenção na escuridão acima deles. — Não sei por quanto tempo vou conseguir afastá-lo.
— Querido... o que vamos fazer? — perguntou ela, temendo pela vida de sua família. Ela se esforçava para manter o filho seguro da chuva que caía sobre eles.
Aflito, o marido cogitou os piores cenários que poderiam acontecer e as consequências para a sua família. Felizmente, uma luz surgiu após sua visão recair nos olhos chorosos de seu filho. Havia uma esperança.
— Acho que devemos mandar o nosso filho... — Antes que ele conseguisse dizer mais alguma coisa, um raio feroz rasgou o céu e atingiu o barco com um estrondo ensurdecedor, despedaçando-o em mil pedaços. A explosão de energia arrancou a criança dos braços de sua mãe, lançando-a violentamente para o mar agitado. Seus gritos de pavor foram rapidamente abafados pelo barulho da tempestade, enquanto ela desaparecia nas águas turbulentas.
O menino se afogava, sentindo a água salgada adentrar cada vez mais em seus frágeis pulmões, enquanto perdia a consciência. Mas antes de sua visão escurecer completamente e já esperando pela morte, conseguiu ver uma luz que brilhava intensamente em meio ao mar escuro e tenebroso, chamando por seu nome. Por alguma razão que ele próprio desconhecia, não temia essa luz. Ela parecia familiar, fazendo-o sentir-se acolhido e amado.
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Ao recobrar a consciência, percebeu que estava boiando em cima de um dos destroços do barco. Totalmente sem forças, com a barriga roncando mais alto que seus próprios pensamentos, mal conseguia manter os olhos abertos devido ao peso que sentia em suas pálpebras. A chuva tensa que caía sobre si limitava ainda mais sua visão. Tudo o que sua vista alcançava era um vasto e imprevisível mar. Logo preferiu que as águas o tivessem levado, pois o sentimento de solidão o invadiu ao perceber a ausência de seus pais. Ele se sentiu abandonado, afundando não só nas águas frias, mas também em um profundo desespero.
Com o passar do tempo, sua memória começou a ser afetada, esquecendo quem era e de onde viera. Sua única companhia era uma pedra transparente em formato de gota d'água que se enrolava em seu pescoço.
O menino ficou boiando por horas, talvez dias, naquele pequeno pedaço de madeira, sem nada no estômago que preenchesse o vazio em sua barriga. Estava faminto. Perdia a consciência mais vezes do que podia contar. Sua força estava completamente esgotada, até que, em um certo momento, sentiu uma mão delicada envolvê-lo e resgatá-lo das águas. Antes de desmaiar novamente devido à exaustão e à fragilidade de seu corpo, escutou uma voz doce dizendo que tudo ficaria bem e que cuidaria dele.
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Quando acordou, percebeu que estava deitado em um berço antigo de madeira, com alguns bichos de pelúcia espalhados pela cama. O quarto era humilde e simples, possuindo apenas uma cama de solteiro e um criado-mudo retrô que suportava um abajur branco ao lado. As paredes, de cor bege claro, deixavam o ambiente mais harmonioso e aconchegante. Ele ainda estava com fome, e apesar do ambiente acolhedor, o medo tomou conta, fazendo-o começar a chorar aos prantos.
Ouvindo o choro da criança, uma mulher jovem adentrou o quarto e se aproximou do menino no berço. Ela aparentava ter seus 20 anos. Suas mechas ruivas deixavam o rosto mais fino. Vestia uma blusa azul com alguns detalhes floridos e uma calça jeans básica.
A mulher simplesmente parou na frente do menino e o encarou com os olhos castanho-esverdeados que transmitiam uma profunda calmaria. Quando menos esperava, um belo sorriso se formou no rosto da mulher, transmitindo calor e conforto. Esse sorriso o acalmou de imediato, e ele retribuiu com um pequeno sorriso tímido em seus lábios, como uma resposta automática de seu corpo. Era como se, naquele momento, todo o medo e desespero tivessem sido dissipados pela presença tranquilizadora da mulher.
Mariana, a mulher dos cabelos de fogo, reparou em um brilho incrível nos olhos da criança, e não demorou para querer adotá-lo como seu filho, batizando-o como Maximilian Steven. Ela própria não soube explicar de onde tirou esse nome extravagante, mas acreditava que ele não poderia ser chamado de outra forma.
O tempo passou rápido demais aos olhos de Mariana, pois seu amado filho estava prestes a completar 16 anos, aniversário do dia em que ela o encontrara.
Max, um garoto magro de corpo frágil, só desejava uma coisa como presente de aniversário: uma grande aventura. Devido às suas condições físicas, ele nunca foi capaz de se divertir com os colegas de escola, pois sempre desmaiava ou se machucava com facilidade, o que o fazia ser frequentemente humilhado e rejeitado por eles. Seu único e melhor amigo, Maurício, era um ano mais velho, mas sempre se divertiam juntos como duas crianças travessas, não se importando com as opiniões alheias. Ambos adoravam o mundo Geek, mas suas paixões em comum eram o universo e tudo o que ele continha. Max sempre imaginou como seria estar no espaço, viver entre as estrelas, e agarraria a primeira oportunidade de realizar esse sonho. Mal sabia ele que esse sonho estava prestes a se realizar. Uma visita inesperada abalaria seu mundo e traria as respostas que sempre procurou. Só não esperava os perigos que teria de enfrentar para obtê-las.