Goetia Coffee | KTH + KSJ

Baal.

"Bael ou Baal é o primeiro espírito da Goétia, é um rei que governa no leste, senhor da tempestade e da fecundidade. Seu nome vem da palavra ba'l e significa "dono", "senhor". Ele reina sobre 66 legiões de espíritos infernais e manifesta-se sob variadas formas, às vezes como um homem, e as vezes de todas as formas possíveis de uma vez."

A ansiedade de Tae fez com que o dia fosse lento e a noite frustrante. Seu descanso foi substituído por roteiros brutamente detalhados e expressões faciais ensaiadas, não queria errar e muito menos "não ser o perfil ideal". Kim Taehyung estava perfeito para si mesmo e isso já lhe agradava.

As horas longas passaram e Taehyung estava 1 hora adiantado, mesmo sem dormir a noite seu bom-humor estava nas alturas, iria se sair bem como bem planejou em seus cenários fictício. Nada poderia dar errado com tamanho preparo.
Por mais que o estabelecimento estivesse aberto o garoto decidiu não entrar, não queria parecer um desesperado ou ansioso por mais que já o aparentasse, mas não podia deixar de lado a curiosidade sobre o lugar.

"Goetia Coffee."

O nome era atraente. A estética era incrível. Mas surpreendentemente lhe faltava clientes. Isso gerou demasiadas perguntas na mente acelerada de Taehyung.

Poucos minutos se passaram até o rapaz ser surpreendido por um homem menor que ele, o estranho possuía cabelos negros e utilizava uma roupa extravagante para um dia casual, aparentava trabalhar no local a frente. O menor segurava duas sacolas com o que aparentava ser marmitas dentro.

- A comida é melhor que a aparência. Por que não entra? - Sorriu para o acastanhado de uma forma confortante, sinalizando com a cabeça para que o seguisse ao interior do estabelecimento. E assim Tae o fez. O lugar estava bem iluminado com auxílio do sol da tarde, o possibilitava ver claramente a estética do lugar, havia uma lâmpada roxa apontada para o centro de cada mesa, acima delas estava guardanapos pretos e utensílios de prata, todas as madeiras pareciam ser de pinheiro devido a coloração escura. Era confortável aos olhos, de certa forma. Observou o rapaz de fios escuros cumprimentar os demais funcionários, pareciam ser ótimas pessoas, Taehyung iria se esforçar para ter uma boa convivência no trabalho. - Encontrei ele lá fora olhando para cá... acho que estava com vergonha de entrar.

- Ah... não, não! É que eu vim fazer uma entrevista aqui. Estava tomando coragem para entrar...

- Ah, sim! Kim Taehyung, certo? - Desta vez, um rapaz de fios cinzas se aproximou, usava um terno preto e enfeitava a própria cabeça com um chapéu Fedora. Nas mãos e pulsos utilizava anéis e pulseiras, todos de prata, que tilintavam quando encostados um no outro. - Não havíamos combinado às 15h? Ainda são 14:27...

- Eu estava andando ao redor e não tinha muito a fazer, então decidi vir até aqui e observar um pouco. - Mentiu, se recusando a mostrar ansiedade. Queria parecer perfeito aos olhos de todos.

- Já que está aqui iniciaremos a entrevista. Me chamo Park Jimin, também conhecido como Baal, sou o dono desta cafeteria. Peço para que me siga, por gentileza.

Taehyung assentiu a deu passos calmos atrás de Jimin enquanto observava ao redor, a decoração do lugar lhe chamava muito a atenção e o aroma era cativante. Reconhecia os pratos e bebidas dali apenas pelo cheiro. Os homens adentraram uma sala atrás do balcão de atendimento, Tae se sentou em frente a mesa do chefe que calmamente se posicionou ali, os homens se encararam por poucos segundos e Baal sorriu.

- O que pretende aqui?

- Ser eficiente para a cafeteria. Dar meu melhor sempre e priorizar as necessidades dos clientes. Ser muito mais que apenas um funcionário e trazer orgulho aos meus superiores.

Jimin não esboçou reações, apenas assentiu e pegou uma ficha, anotando o nome de Taehyung e o que lhe foi dito, utilizando o computador ao lado para checar mais uma vez o currículo. Por fim, carimbou a folha e assinou, então sinalizou onde Tae deveria pôr a própria assinatura e entregou o papel.

- Conhece os "Demônios da Goetia"? - Perguntou cruzando os braços e se debruçando sobre a mesa.

- Perdão? Demônios da Goetia? - Recebeu uma afirmação com a cabeça como resposta. - Receio que não... - O homem apanhou uma caneta e deixou a própria assinatura ali, suspirando e devolvendo a folha para o homem a frente.

- É a temática da cafeteria, sugiro que aprenda sobre eles. Compareça novamente amanhã para um teste prático atrás do balcão. - Taehyung não podia segurar um enorme sorriso e foi acompanhado por Jimin, ambos estavam felizes pela atual situação e sabiam que a cooperação entre si não falharia. - Após esse último teste irei lhe dar a resposta sobre a contratação e iremos escolher a imagem que irá representar aqui, caso permaneça, e após isso, irá atuar no salão. Começamos às 9 da manhã em ponto.

- Certo, então. - Tae assentiu com seu famoso sorriso quadrado. Os homens apertaram as mãos e então se levantaram, seguindo para a saída da sala e, então, da cafeteria.

- Venha com uma camisa e calça social. Iremos lhe fornecer um avental de treino.

- Certamente, senhor! Obrigado pela oportunidade, até amanhã! - Se despediu com uma reverência e deu as costas ao lugar, confiante enquanto caminhava para longe dali. Baal o observava com os braços cruzados e um sorriso nos lábios, estava analisando o andar do entrevistado.

- Baal? Como foi a entrevista? - O rapaz de fios escuros se aproximou, este era Yoongi, conhecido como Valac, atuava sozinho no balcão, ajudava fazendo as bebidas, enfeitava a vitrine com as comidas, fazia de tudo um pouco, também participava do roleplay demoníaco quando convocado.

- Ele parece... determinado. Como se precisasse estar aqui.

- É o primeiro candidato em tempos, parecia desesperado... - Valac riu e se encostou no batente da porta, observando o chão por alguns segundos. - Vai contratar ele? Espero que atue de manhã... a noite já está com bastante gente. Falando nisso, aquele garoto, Hyunjin, disse que vai precisar sair do posto de garçom.

- Estou sabendo. - Finalizou a conversa ali, se virando e retornando para sua sala. Valac suspirou e também adentrou o salão, indo nas mesas dos poucos clientes presentes para saber se estava tudo bem.

"O que o dia não faz, a noite compensa."