Capítulo 2

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Pierre parecia genuinamente interessado e se divertindo, ao contrário de mim e Verstappen, que não estávamos na mesma sintonia.

"Vocês já se conhecem?", Pierre perguntou, segurando o riso.

"Acho que você poderia ter mencionado que seu amigo é o Max Verstappen. É praticamente impossível alguém não reconhecê-lo, especialmente alguém envolvido no mundo do automobilismo", falei para Pierre, tentando não expressar toda a frustração que sentia naquele momento.

"O sobrenome da garota é Ferrari. Como piloto de Fórmula 1, eu é óbvio que eu deveria saber quem ela é", disse Max, revirando os olhos.

"Mas o que isso tem a ver com vocês dois?" ele disse, olhando para nós, sem a mesma diversão na voz. "Vocês ouviram falar um do outro, mas não se conhecem."

Então, Max e eu nos encaramos.

"Sabe que não é tão simples assim", eu disse, voltando meu olhar para meu melhor amigo.

E lá estávamos nós três, parados, nos encarando no meio do restaurante. Até que um garçom se aproximou de nós e disse: "Sinto muito, senhores, mas não podem ficar parados aqui. Preciso pedir que se sentem."

"Está tudo bem, estamos de saída", respondi com um sorriso para o garçom.

"Ah, qual é?", Pierre disse olhando para mim. "Vocês já estão aqui, o que custa jantarem juntos apenas uma noite?"

"Está bem", concordou Max, suspirando. "Não quero causar um alvoroço aqui", disse ele, sentando-se novamente na cadeira em que estava quando chegamos. "Vamos lá, jante comigo. Não mordo, a menos que me peçam", acrescentou, com um sorriso de canto.

"Você realmente sugeriu que poderíamos nos amar?", revirei os olhos olhando para Pierre. "Já não basta a tortura de ouvir meu pai me pressionar, agora terei mais uma sessão de tortura ao jantar com o 'inimigo'", disse com um sorriso falso, olhando para Verstappen.

"Não faço ideia de como Pierre pensou que eu poderia me dar bem com uma garota tão mimada", disse Max, retribuindo meu sorriso falso.

"Quer falar de ser mimado?", revirei os olhos. "Olha só a maneira como você fala com seu engenheiro no rádio mesmo ganhando tudo. E ainda quer discutir sobre ser mimado?", falei, já irritada.

"O que você tem a ver com a forma como eu falo com meu engenheiro? Seu sobrenome é Ferrari, não Mateschitz", ele parecia igualmente irritado. "Devia se preocupar mais com os engenheiros da sua equipe que não conseguem tomar uma decisão correta."

"Como eu poderia ter um relacionamento com um cara desse tipo?" comentei, olhando para Pierre.

"Minha ideia inicial era só fingir um relacionamento", Pierre disse, levantando as mãos em sinal de inocência. "Os dois se beneficiariam desse acordo falso."

"Pierre, faz cinco minutos que estou aqui sentada com esse cara e já mal posso esperar para ir para casa. E, veja bem, em casa tem o meu pai, e ainda assim estamos brigando." Ele conseguia ser ainda mais insuportável pessoalmente do que quando o vejo correr na TV.

"Essa garota é insuportável, sinceramente, não aguentaria fingir um namoro com ela por um dia sequer", disse Max, revirando os olhos.

"Já percebi que vocês se detestam, não querem nem mais um segundo juntos", Pierre falou, num tom entediado. "Mas vamos lá, ambos precisam disso, e, por mais que não pareça, é difícil encontrar alguém de confiança para ser seu namorado falso." Ele esperou para ver se tínhamos algo mais a acrescentar, mas permanecemos calados. "Isa, você precisa de um namorado para acalmar seu pai e receber sua herança. Além disso, o Max pode te aproximar mais do mundo do automobilismo, quem sabe conseguir o trabalho que você quer", disse, olhando para mim, antes de virar-se para Max. "E você precisa de alguém para dissipar os rumores sobre o término do seu relacionamento anterior, especulações de traição." Então, ele olhou do Max para mim, e de mim para o Max. "Vocês são a oportunidade um do outro. Vão aprender a se tolerar e será um grande marketing para os dois."

Eu olhei para Max e ele olhou para mim. Sabíamos que Pierre estava certo, mas será que conseguiríamos nos suportar por mais do que uma noite?

"Tudo bem, posso tentar", suspirou Max.

"Estou disposta também, mas não hoje", disse, levantando-me. "Vou ficar perto dele apenas quando for absolutamente necessário", dei um beijo na bochecha de Pierre. "E isso não é necessário agora. Vou para casa. Nossa primeira aparição conjunta pode ser no primeiro Grande Prêmio após essa pausa de verão." E saí dali.

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