Senhorita Benedicth

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O sol já estava se pondo atrás das colinas, mas para as garotas da Casa Benedicth era como se o dia ainda estivesse bem claro e ótimo para ser explorado. Aquele lugar era onde as jovens damas podiam ser afastada do espaço urbano comandada pela coroa, lá era onde alguns pais com poder aquisitivo podiam mandar suas filhas para aprender as boas maneiras de uma dama de respeito, fazendo assim elas serem ainda mais preciosas para arranjar um bom casamento que pudessem lhe dar mais posses com a junção de famílias. Apesar daquele lugar ser bastante difícil para se conseguir uma vaga e pedir uma quantia que daria para pagar anos de serviço de qualquer vassalo, era também aceito que selecionadas garotas vindas de famílias de servos com um pouco de status, pois assim eram formadas as damas de companhia das futuras senhoras das casas da nobreza. Elas podiam criar um vínculo onde seriam como unha e carne, guardando o segredo de sua senhora e os carregando para a vida como um tesouro que só podia ser visto por elas.

Na Casa Benedicth as jovens senhoras aprendiam como se portar diante da mais alta e refinada sociedade além da que existia em seus reinos, eram ensinadas a ler e escrever para poder contatar seus familiares quando tivessem que partir para morar com seus futuros maridos, línguas estrangeiras, moda e beleza. Já as jovens destinadas para serem damas de companhia, as aulas de como servir um chá, como cuidar da beleza e saúde da sua senhora, ler e escrever para que possa ler as cartas de sua senhora ou escreve-las quando a mesma estiver indisposta, aula de defesa para que possa dar sua vida quando for preciso, aulas de línguas estrangeiras, aulas de como se portar diante dos nobres e como é importante sempre estar atenta a tudo em quanto está de cabeça baixa para que nada passe despercebido, pois a serva é como os segundos olhos e ouvidos de uma jovem senhora.

- Sejam bem vindas a mais um dia de lição, senhoritas.

Juliette Benedicth falou após entrar na sala e se posicionar atrás de sua mesa de madeira. Ela não era a fundadora daquela casa, na verdade, aquela casa já tinha gerações de ensino e prestígio. Apenas as mais nobres jovens estudavam ali naquela propriedade longe da cidade, apenas as professoras mais perspicazes era admitidas para ensinar alí. Senhorita Juliette era tataraneta da fundadora da casa e cresceu no local e ainda continua a viver, tinha seus 26 anos carregados de uma personalidade e beleza incomparáveis que faziam qualquer um parar para observar.

- Daremos continuidade a leitura que paramos na aula passada e no final da aula irão dar início a resenha. - A mulher de nariz empinado disse olhando a turma e pegou sua régua dando leves batidinhas na sua mão enquanto analisava a turma com seus belos olhos pretos. - Prossiga com a leitura, senhorita Armendis.

Quase que imediatamente ao ouvir seu nome, uma jovem e sua serva que se sentavam na penúltima mesa da segunda fileira se levantaram com livros em mãos abertos na mesma página, apesar de que a sua criada deveria apenas acompanhar a leitura de forma silenciosa.



(...)



- Muito bem, a aula de hoje acabou. - A jovem mulher disse após fechar seu livro e ser imitada pelas alunas. - Estão dispensadas por hoje. - ela falou após abrir a porta e ficar ao seu lado, acompanhando com o olhar as garotas saírem por fileiras e fazerem uma reverência para a mesma. - exceto você, senhorita Armendis.

O corpo da garota tremeu ao ouvir seu nome, ela já sabia o que viria a seguir. A mesma esperou o resto das alunas saírem entre algumas risadinhas baixas e fofocas.

- Saia e espere sua senhora lá fora. - a mulher ordenou séria e ríspida. Assim que conseguiu o que queria, fechou a porta atrás de si a trancando.

Os olhos curiosos de Margareth estavam cravados na silhueta de sua professora, mas assim que a mesma virou em sua direção, ela abaixou o olhar prendendo a respiração. Seu plano havia funcionado aparentemente.

- Senhorita Margareth... A mais nova filha do duque Armendis. - A professora falou com um tom suave, mas sem mascarar a acidez que brilhava em seus lábios rosados, rodeando a cadeira da garota enquanto seus dedos esfregavam a ponta de sua régua de madeira.

Contos Eróticos da Casa Benedicth (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora