Senhorita Lily

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Já era noite e Joane podia ouvir o silêncio que se fazia presente no corredor. Ela tinha certeza que a monitora do corredor já estaria cochilando, pois era de seu costume tomar um copo de leite após a meia noite e assim ajudar a pegar no sono, atitude que não havia passado batido pelos olhos afiados da jovem que gostava de caminhar pela madrugada no bosque da propriedade Benedicth. Joane morava ali desde que o orfanato Monsieur Krenger havia lhe mandado aos 8 anos para que pudesse aprender e viver ali, então ela conhecia o lugar como se fosse ela mesma que tivesse desenhado e construído, assim como também conhecia cada mulher que trabalhava ali. Ela pediu para que não fosse dada como criada, pois ela amava aquele lugar e queria ser uma das mulheres que davam sua vida para manter a casa de pé funcionando, então pediu para diretora que lhe desse uma tarefa e foi designada para fabricação de alimentos e outras tarefas.

– Ei, mocinha! De onde você vem?
Joane deu um pulo ao ouvir a voz de uma das alunas atrás de si.

– C-como assim de onde eu venho?! De onde você vem? – ela perguntou assustada, tentando manter a voz baixa para que não fosse ouvida.

– Ah, você sabe. Não é fácil dormir nas primeiras noites que chega aqui. E mesmo assim minha criada passa a noite falando enquanto dorme.

Joane não concordou e encostou a cabeça na árvore onde ela estava escorada. Ela não sabia quem era aquela garota com quem ela falava, mas ela parecia divertida e uma boa companhia para passar a noite.
As duas estavam no grande carvalho do bosque da propriedade, um pouco afastado da mansão, mas um ótimo lugar para ver o sol nascendo e o resto do dia.

– Como você encontrou esse lugar? E... Como conseguiu sair da mansão sem ser vista? – Joane perguntou curiosa olhando a garota de cabelos longos e ondulados que vestia uma camisola branca.

– Meus pais me mandaram pra cá porque eu tinha a mania de sair com meus pés leves de gatinho e ir encontrar o filho do açougueiro durante a noite, então eu sei sair sem ser notada. – ela disse se deitando sem ao menos ser convidada.

Joane abriu a boca chocada e colou a mão em sua boca, tentando segurar uma risadinha.

– Nossa... É surpreendente a personalidade de cada garota que chega aqui. – Joane fala voltando sua atenção para o céu que começava a clarear.

– De fato. – A garota misteriosa diz dando de ombros. – E quem é você? Parece ser mais velha que as outras estudantes. – perguntou curiosa.

– Ah... Eu amo esse lugar. Eu não queria sair daqui então bem nova pedi para que me colocassem para ajudar na casa ao invés de ser dama de companhia e ir embora depois. E para sua informação, só tenho 24 anos.

– Então você preferiu deixar os estudos e ter uma vida melhor lá fora para ficar sendo empregada em uma casa cheia de velhas chatas? – a garota ficou indignada com a resposta da outra.

– Ah, como você sabe que as garotas que saem como damas de companhia são felizes? Mal podem tirar um tempo para ir ao banheiro porque tem que ficar limpando as fraldas da senhora. Prefiro mil vezes ter a liberdade de andar pela casa e olhar o céu aqui. – Joane disse aspirando o ar fresco da brisa noturna. – é mágico não ter homens para obedecer e nem se casar.

– É, parece que você tem razão. Eu não entenderia o que se passa na cabeça de pessoas que não são da nobreza. – a jovem senhora disse apoiando os cotovelos no chão e olhou o céu também.

Contos Eróticos da Casa Benedicth (One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora