UM FIO DE ESPERANÇA

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Rolando de um lado a outro na cama, Wuxian se encontrava em mais um ataque de nervos naquela manhã.

15 dias, haviam 15 dias que Yu Ziyuan tinha jogado a bomba no colo de todos e sumido pelo mundo como se nada mais importasse, fazendo assim com que todos entrassem em um desespero sem ter uma saída.

Jiang Fengmian tentou ir atrás de Lan Qiren para desfazer essa loucura, ofereceu-lhe o dobro do valor que ele havia pagado à Yu, mas o ômega negou veementemente, Fengmian tentou barganhar, ofereceu tudo que podia pra que esse contrato ridículo fosse desfeito mas o que ouviu do ômega foi: "A mais de 20 anos atrás você disse que não iria desfazer acordo nenhum por alguém tão insignificante quanto eu. Hoje, faço de suas palavras as minhas, você não é alguém importante o suficiente para me fazer voltar atrás no que eu faço."

Naquele momento Fengmian percebeu que tudo aquilo não passava de uma vingança. Derrotado voltou para casa e teve que dar a triste noticia aos filhos de que todo esforço havia sido em vão.

Wuxian ja nem vivia, ia pra faculdade, estudava, mas sua vida social tinha acabado completamente, seus amigos até tentavam tirar ele dessa tristeza-mesmo que só por algumas horas- mas nada era o suficiente pra fazer ele ter pelo menos um motivo pra sorrir.

Em casa não era muito diferente, os irmãos e o tio tentavam de tudo pra fazer ele ter aquele brilho nos olhos que tinha antes, mas tudo era uma tentativa frustrada de esconder suas próprias dores por toda essa situação.

As pessoas podem se questionar o por que de Wuxian simplesmente não ir embora, dizer que ele ja era adulto e que ele escolheria seu próprio futuro, mas pra Wuxian isso era um assunto delicado. Por mais que soubesse que Yu Ziyuan não surpotava ele, ele se sentia na obrigação de retribuir por tudo que ele fizeram por ele, como lhe permitir ter uma casa, uma cama, alimento todo dia e acesso a boas escolas e que lhe permitiram entrar na faculdade de medicina. E por mais que Jiang Fengmian tomasse a dor dele para se próprio na atual situação, ele não queria ser o responsável por gerar uma crise numa família que além de criar ele por 15 anos, tinham um casamento que já durava 25 anos, ele não queria esse fardo. Sendo assim ele se via obrigado a aceitar o que fosse jogado pra cima de si sem reclamar.

Levantando bruscamente após gritar com o travesseiro no rosto, ele decidiu que conversaria com as unicas pessoas que ele queria que o ouvissem naquele momento, seus pais.

Banhou, se arrumou, chamou um carro, parou em uma floricultura no caminho e às 09:05 chegou ao cemitério. Sempre que podia ou quando precisava chorar e desabafar ele ia lá visitar os pais, passava horas a fio desabafando com as lápides esperando uma resposta mas nunca tinha resposta.

E lá estava ele mais uma vez, caminhando a passos lentos e pesados, com o coração doendo, os olhos ja cheios de lágrimas que ele teimava em segurar. Respirando fundo se ajoelhou em frente às duas lápides, depositou em ambas os lírios brancos que comprou-eram as favoritas desua mãe -, beijou as pontas dos dedos e tocou as fotos dos pais como se desse um beijo em cada um. Por mais que suas lembranças dos dois fosse bem pouca, ele não precisava de muito pra saber que seus pais o amavam mais que tudo no mundo, e que fariam qualquer coisa para que ele fosse sempre feliz.

Sentado lá, chorando, implorando internamente pra que o tempo voltasse e ele pudesse estar com seus pais novamente, ele botava pra fora toda dor que tinha dentro de si, mesmo que silenciosamente.

-Mãe.. Pai...- soluçou de forma dolorida enquanto falava- Porque tudo tem que ser desse jeito? Por que vocês tiveram que me deixar? Eu não culpo vocês, nunca, mas seria tudo tão diferente e mais facil se eu tivesse vivido com vocês. Eu só queria...- soluçou dessa vez mais alto, as palavras ficando presas na garganta, lágrimas grossas rolavam em seu rosto, turvando sua visao. Após alguns minutos respirou fundo, tentando concluir o que falava.- Eu só queria ter o amo de alguem que realmente estivesse comigo em qualquer momento.- Sibilou quase num sussurro.

Da Dor ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora