Capítulo 32

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O fotógrafo que eles encontram no meio dos arbustos é mais novo do que eu imaginava que seria um paparazzi. Talvez ele seja novato, o que explica o erro de iniciante de ter deixado o flash ligado.

Apesar da dra. McKee nos dizer para sair do salão, parece que o colégio inteiro se reúne no saguão de entrada para observar ela e o sr. McGregor falarem com a polícia local, enquanto o fotógrafo está sentado no banco de trás da viatura. Eu ouço a palavra “invasão” e o sr. McGregor, com o rosto vermelho e borbulhando de raiva, menciona “piche e penas” pelo menos quatro vezes.

Ao meu lado, Jungeun está muito quieta e muito calma enquanto observa.

— Eles tiraram o cartão de memória da câmera dele. — digo a ela. — E não é como se ele tivesse conseguido nada tão emocionante. A não ser que um bando de adolescentes comendo batata-doce faça sucesso nos jornais por aqui, ou algo assim.

Mas Jungeun balança a cabeça, os longos cabelos deslizando sobre os ombros.

— Ele já deve ter enviado as imagens. Ele as tirou com o celular, não com a câmera.

Ela olha para mim.

— Esse é o truque deles. Aparecem com uma câmera enorme e cara, todo mundo acha que foi isso que usaram, e aí ninguém se lembra do celular. — Ela se vira de volta para olhar para a cena no gramado frontal através das enormes portas de entrada. — É bem esperto da parte deles.

Com isso, ela se vira para subir as escadas, e eu a sigo, segurando seu cotovelo.

— Vai dizer isso a eles! — digo. — Sobre o celular. Talvez ele não tenha enviado…

Mas Jungeun já está se afastando.

— É uma graça que você se importe, Jung, mas te garanto que isso já aconteceu.

Eu a observo desaparecer no topo das escadas, e Rosé aparece ao meu lado, seguindo meu olhar.

— É por isso que a mãe dela queria uma equipe de segurança aqui — ela me conta. — Jungeun dá mais lucro às revistas do que os dois irmãos juntos.

— Mais do que o Kyu? — pergunto, e Rosé acena com a cabeça antes de enrolar uma mecha de seus longos cabelos escuros e me olhar de frente.

Bom, me olhar de cima, já que ela é uma amazona.

— Você gosta dela, Jinsoul? — ela pergunta.

Ah! Minha garganta aperta de repente, a pele do meu rosto provavelmente muda para um tom vívido de vermelho enquanto gesticulo sem rumo.

— Sim. Quer dizer, nós definitivamente nos damos melhor agora, então…

— Não. — a mão de Rosé segura a minha, cobrindo-a. — Digo… você gosta dela?

Encarando-a, eu puxo minha mão de volta.

— Esse não é o tipo de coisa que deveríamos só falar por bilhetes? Com alternativas pra assinalar sim ou não?

Ela sorri, mas percebo uma preocupação sincera em seu rosto quando olha para mim. Os cantos de sua boca se curvam para baixo, seus olhos se estreitam um pouquinho.

— Eu só não quero que você se machuque.

É a mesma coisa que Heejin disse sobre Haseul, que eu estava pegando o bonde a caminho de um coração partido, e não gosto dessa comparação.

— Acredite em mim, eu também não. — respondo.

A gente fica ali até a viatura ir embora e a dra. McKee entrar, batendo palmas de modo ríspido para que nos dispersemos. Todos seguem sua ordem, mas eu fico para trás, esperando até que o salão esteja quase vazio para me aproximar da diretora.

Sua Alteza Real | LipsoulOnde histórias criam vida. Descubra agora