O começo

Prólogo

Ter uma vida monótona para alguns é considerado normal. Quando criança, sonhamos em poder crescer, tomar suas próprias decisões , poder ter seu próprio dinheiro, estar a par das conversas " de adultos ". O tempo nos mostra o caminho para alcançarmos nossos desejos, contudou, como toda vida, para se realizar-se existem obstáculos a serem enfrentados, deixando a vida de criança mais fácil de lidar.

Nos últimos dias, estive me preparando para as fases avaliativas da Pethinson School. Sim, eu estou estudando e numa instituição na cidade onde eu e meus pais morávamos, no sul da cidade de Lima. Nos mudamos para uma casa no centro da Amore Street, pois com o tamanho de nossa família o espaço não estava sendo o suficiente. Moramos perto de tudo, mas longe do alvoroço de Lima. Meu pai diz que a mudança sempre é preciso para nosso aprendizado, para conseguirmos lidar com os altos e baixos, torna-nos capazes de superar. Fico pensando se isso é fácil para ele, ter sua vida encaixada à um lugar e simplesmente tomar partido de uma mudança que para nós não era algo comum. Ou se talvez estivesse fazendo aquilo não apenas pelo espaço, mas para ter forças o suficiente capaz de enfrentar algo inimaginável no instante.

Hoje é segunda-feira, acordo mais meus olhos continuam fechados, me levanto cambaleando e vou até a janela e dou de cara com uma luz forte em meus olhos. Nossa, o sol hoje amanheceu cedo! Quando desço, meus irmãos, Clarie e Billy, estão na mesa da cozinha e a Emily está preparando o café da manhã.

- Bom dia, Hannah! - Exclama Emily ao me ver entrando.

- Ah, oi bom dia! Clarie, já acordada e antes de mim?! - Provoco.

- Tenho uma prova, não quero chegar na escola com o rosto todo amassado e com sono. - Diz ao parar de olhar seus livros e fechando-os logo em seguida.

Clarie é a irmã do meio, depois vem o Billy. Temos três anos de diferença, mas nos damos muito bem, às vezes algumas briguinhas como todo irmão. O Billy tem 11 anos, também estuda na Pethinson, mas não é de muitos amigos. Os que conheço são o Diego, nosso vizinho, o Sam que mora no centro de Lima e o Mike que se mudou e está morando à uma quadra de nos. A Clarie tem 14, ela e eu somos mais apegadas, acho que por sermos as irmãs mais velhas. Seu único problema é que, mesmo quando tudo está se caminhando bem, ela acaba por fazer o que é correto ao seu ver.

Após o café da manhã, mamãe nos levou até à frente da Instituição. Geralmente, esse dever é dado ao nosso pai, mas ele teve de viajar dois dias antes para resolver problemas com a empresa de Cameron, no sudeste do país. Ele conduz uma das maiores empresas de tecnologias avançadas. Ao contrário de seus irmãos, foi o único que aceitou o cargo após a morte do vovô Bartô. O tio Sthiven, é um dos melhores advogados de defesa. A tia Cheia, bom, ela nunca foi responsável, mas acabou tornando-se uma cozinheira de mão cheia, conduzindo o Restaurant Ocean, melhor em pesquisas e aprovado pelo controle de alimentos. O Martin tem um transatlântico, ele acabou por realizar seu sonho de viver no mar e ficar longe da civilização. Sempre achei estranho o seu modo um tanto reservado, mas a convivência para ele é algo monótono e o deixa preso às pessoas e coisas materiais.