Capítulo 30

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Aspen/Casper

Depois dos acontecimentos recentes no navio, sendo uma quase morte e logo em seguida Casper se tornando um herói, o jovem príncipe andava de cabeça empinada no lugar, ele se sentia maior, mais confiante, tinha um brilho nos olhos diferente. Mas os tripulantes não gostavam disso, achavam o garoto metido e a pouco tempo começaram a se perguntar como um jovem aparentemente "pobre" tinha tanta magia, mas Casper não percebia os olhares negativos e sussurros nos cantos com o seu nome. Estava distraído demais com o pouco de fama que conseguiu com alguns dos marujos, havia feito uma amiga nova, jade era seu nome, uma jovem de cabelos curtíssimos e cara de marrenta, mas um doce de pessoa, os dois começaram a conversar depois que ele mudou o clima e ela chegou gritando animada "ISSO FOI... UAU, COMO VOCÊ FEZ ISSO? FOI INCRÍVEL!" desde então os dois viviam juntos, conversando por aí, Casper descobriu que ela era de uma pequena cidade no reino dos híbridos, nesse exato instante ela falava sobre sua terra natal.

___ Era um lugar incrivelmente aconchegante, pelo menos no meu lar, mamãe tinha uma padaria então em todas as manhas eu acordava sentindo o cheiro de pão quentinho saindo do forno. Eu sempre corria para roubar alguns, mamãe ficava furiosa e me olhava com aquele olhar de mãe.

Ele observava Jade falar sobre sua mãe, suas palavras saiam de forma calorosa, Casper percebeu quando os olhos da garota começaram a encher de lagrimas, mas fingiu não notar. Ele também começou a pensar na mãe, será que ela estava bem? Será que ela pensava nele? Com certeza ela pensava nele, agora ele também começou a ficar choroso, sua mãe devia estar morrendo de preocupação e enquanto isso ele vivia tranquilamente suas aventuras, claro que ele pensava nela, mas havia esquecido de pensar nos sentimentos da própria mãe, e quando se deu conta disso se sentiu culpado.

___ E eu nem te falei sobre nossas tradições. ___ disse jade, trazendo-o de volta a realidade.

___ Então comece a falar, eu estou com tempo mesmo.

___ Foi você quem pediu ___ ela disse animada ___ Nossa vila era cheia de tradições, a que eu mais gostava era o festival colorum onde era realizado todo dia 19 do primeiro mês da primavera, uma festa de agradecimento a Elpída por termos sobrevividos ao inverno, e é claro, na primavera a flor ficava ainda mais dourada. O festival era cheio de flores coloridas, de todos os tipos, e as comidas eram doces, tinha muita música boa e principalmente danças, sem falar nas roupas, cada família usava de uma cor específica, e era unicamente aquela cor. E no fim da tarde, quando o sol já se ia embora, todos se reuniam ao redor da Elpída, e cada família plantava sua flor preferida, como forma de retribuição pela vida, o ato de gratidão nos tornavam mais humildes e mais leves, além de menos estressados ___ ela soltou uma risada breve ___ era a minha parte preferida, lembro das minhas mãos e a de mamãe todas sujas de terra, plantando uma semente de tulipa, era sempre tulipas, amávamos ela, enquanto repetidamente dizíamos sobre o que éramos gratas. E logo em seguida Elpida fazia seu trabalho, fazendo crescer e florescer todas aquelas flores, em poucos segundos, era um momento magico, não tenho palavras suficientes para descrever o fenômeno que era, mas ninguém tem. É um daqueles eventos inexplicáveis sabe?

___ Me parece realmente incrível, quando foi a última vez que você presenciou isso?

___ Acho que uns 10 anos.

___ Uau! Por quê?

___ Como assim por quê? Não sabe o que aconteceu com minha vila? ___ o garoto fez que não com a cabeça. A jovem respirou fundo e se preparou para respondê-lo.___ bom... você sabe, em uma primavera comum todos se preparavam para o festival, animados e ansiosos para o dia 19, porém 1 dia antes do festival, enquanto todos dormiam, um ladrão apareceu e levou consigo a flor, juntamente com toda a esperança e equilíbrio do lugar... Nossa vila era independente do reino, não fazíamos parte Dynami ou LÌliÀng éramos felizes com nossa própria colheita e terra fértil, não tínhamos necessidade de um reino, mas o reino tinha necessidade de nossa terra, então o rei fez o que reis costumam fazer, invadir terras e escravizar povos, mamãe e eu decidimos fugir, deixar nosso lar, seria doloroso. Mas era a única forma de escapar daquele tormento, aquilo não era mais nosso lar, era uma prisão, nosso lar foi embora junto com Elpida.

Chamas e sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora