Paris in the Rain - KIM TAEHYUNG

Croassaint e lágrimas no café.

taehyung pov.

ㅡ Ali estava mais uma vez, não sei com que frequência passei a visitar Paris com tanta veemência, mas chegou ao ponto de que, no mínimo duas vezes por semana eu precisava ser aquela torre tão esplendorosa. Era meu calmante, eu gostava dali, de estar ali. Aquilo era a forma de me fazer fugir da realidade, não uma realidade ruim, longe disso... Eu amo a minha vida, está tudo bem! E juro, mas às vezes preciso do meu momento... Entende? Tudo começou a desandar quando conheci aquela maldita cabeleira loira, cara! Porra, que saca-

ㅡ Cara, eu só perguntei se quer açúcar no café. - Disse o garçom com um bigodinho invejável enquanto eu fazia uma careta desaforada, quando os atendentes se tornaram tão frios?

ㅡ Adoçante... - Murmurei chateado e abaixei a cabeça, tentando me lembrar do rostinho lindo daquela moça, toda borrada de maquiagem com a chuva grossa molhando seus longos fios loiros. Mas cara... Tão linda.

( seis meses atrás... )

Estava com minha namorada na cidade do amor, Paris era seu nome, cheia de construções antigas e um cheiro delicioso de croassaint, eu amo vir aqui, planejei uma semana incrível cheia de romance para que pudéssemos comemorar nossos cinco anos convictos de namoro. Era uma data importante, certo?

ㅡ E depois de provar aquele Crème Brullet fantástico quero andar naquelas bicicletas de casal, podemos contornar todo o rio e ainda nos sobra um tempinho para namorar! O que acha, Tae? - ela perguntou lendo um guia turístico que estava no nosso quarto de hotel, bobo! Por que ler um guia se tem Kim Taehyung como namorado? Eu conheço essa cidade como a palma da minha mão! Qual é.

ㅡ Podemos, claro que podemos, meu amor. Mas tem certeza que quer ser guiada por um panfleto de hotel? Tipo, porra! Olha aqui, você tem a mim, o que mais faço é vir a França, meu amor. Nada de errado pode acontecer.

Deu tudo errado! Uma hora depois de saírmos do hotel, uma forte chuva começou. Foram cinco minutos para ver pessoas desesperadas correrem com seus sobretudos ridículamente franceses enquanto seguravam suas boinas irritantementes parisiences. E, de uma forma inconsequente, perdi Eunha, minha namorada. Liguei para ela algumas vezes, nada de me atender, talvez seu celular tivesse esgotado a bateria? Não sei...

Eu estava no grande gramado da Torre Eiffel, sozinho, aquela chuva caía forte e eu me protegia com apenas meu braço, como se aquilo de algo fosse adiantar. Minha visão estava embaçada, não via um palmo a minha frente, não conseguia ver nada, mas no meio daquela confusão gelada e gotas que pareciam facas eu vi aqueles fios loiros, agora em tom caramelo por conta da chuva, lábios tristinhos e bochechas repletas por máscara de cílios escorrida, não era chuva, ela chorava. E aquilo doeu, doeu como se ela fosse minha, como se fosse meu dever cuidar daquela mulher.

ㅡ Precisa de ajuda? - gritei a todos os pulmões, na esperança da minha voz sobressair pela chuva forte que fazia estardalhaço contra o chão. Ela me olhou, me encarou por segundos que pareceram horas, deu dois passos para trás e correu feito louca na direção oposta.

E foi a partir dali que minha vida inteira desandou, por culpa de olhos chorões, cabelos loiros e saltos Louboutin descascados.