ᴇsᴄʀᴇᴠᴏ ᴇsᴛᴇ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴇɴϙᴜᴀɴᴛᴏ ᴀ ᴍɪɴʜᴀ ɪɴsᴏʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ɴᴀ̃ᴏ ᴘᴀssᴀ. - nota autoral.
- Mary...? - uma linda voz sussurrara-se serenamente. Era um lugar abstrato pelo qual a voz ecoara, via-se apesar da invisibilidade e se sentia tocar apesar da imaterialidade. Trevoso e assombroso, sombras pairavam ao seu redor.
- P-por que você veio me visitar... de novo...? - sua visão se embaçava, meros resquícios eram captados.
- Consegue me ver? - mesmo à primeira vista nada estar a separando da vastidão de sua frente, algo imperceptível aparentava, não só a cobriu frontalmente como, também, por todas as demais direções.
- A-acho que sim... - estendeu suas mãos à frente, tocando-as sobre uma superfície arenosa que, antes, não se via. Seu braço ficara coberto por cinzas que lhe pareciam continuamente sussurrar coisas, das quais pretendera deixar à mercê em suas lembranças. Em seguida, vira-se para trás; notara que nada mais lá havia. - Cadê você? Se pá eu nunca vou te ver...
- Eu estou aqui, sempre estarei! Quando que saí? Jamais sairei... - o ecoar cruzara por sua cabeça tal qual pelo lugar. Parecia tão vasto, mas tão minúsculo.
- Você... sou eu..? - apontara a si com uma mão e, com a outra, apontava ao nada. Traçava seu dedo por cada um dos cantos pelos quais pudera observar.
- Eu não sei... Seria eu você? Ou, talvez, você eu? - a voz constantemente alternava. Variava entre masculinas e femininas, graves e agudas, agressivas e brandas. Cada frase contrastava com a seguinte e com a anterior - Não sei de nada e só sei que nunca nada saberei! Só ponha-se a crer, Eleanor!
- Sou, então, incrédula de mim mesma?
- Depende, sabe que existe? Talvez, vá além do impossível e continue pensando no que perambula pela sua cabeça!
- Mas, como que eu não me perco no caminho? - recuara os braços.
- Ame-se, Mary Eleanor! Da mesma forma pela qual te amo! - isso fez com que Mary se constrangesse.
- Ah, obrigado... Devo me a trever a te perguntar outra vez quem é?
- Dois braços que vão ao mútuo encontro: um abraço. Gestos de amor são combustíveis para artistas, crentes e incrédulos, não excluindo os que precisam de uma resposta. - agora, tinha-se não mais do que uma voz: a de Mary - Fio-me que tal gesto possa te responder. Se te amo, não tem porquê temer a perda do próprio amor!Mary sentira-se abraçar a si própria. Rodopiava sem sequer sair do lugar, numa valsa cercada de trevas, as quais mantinham-se distantes de tocar no brilho que dela resplandecia. Sentia-o alheio, fosse esse o mais caloroso que sentira.
Mᴀʀʏ ᴀᴄᴏʀᴅᴀʀᴀ.
A neve lá fora já não estava tão intensa.
Eram cerca de cinco da manhã, faltavam três horas para o despertador se acionar. Ela estava super animada e alegre, como se tivesse ganhado ingressos a um parque de diversões. Haviam lágrimas secas em seu rosto, as mesmas tinham umidecido todo o travesseiro feito uma esponja. Suas pernas estavam todas calabreadas de mijo e um pouco de bosta, estes que molharam quase um terço da cama e dos lençóis que a cobriam. Definitivamente fora o melhor sonho que teve em sua vida.
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𝐋𝐔𝐀𝐑𝐄𝐒 𝐂𝐀𝐑𝐌𝐈𝐍𝐒 - livro 1
Viễn tưởng𝑂 𝐴𝑟𝑐𝑎𝑛𝑜 é o poder que emana do cadáver de um deus caído. A mais poderosa dentre todas as formas de magia das 𝑇𝑒𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑇𝑟𝑖𝑎𝑟𝑐𝑎𝑛𝑎𝑠. Desde os treze anos, Mary Eleanor não possui as memórias de seu passado misterioso, vivendo no su...