03 - Eva Cleymone

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Eva Cleymone

Do tempo que liguei para o 911, até as viaturas chegarem na frente do consultório, não demoraram mais que cinco minutos. Via o olhar em pânico e meio sem vida em Ryan, mas mesmo assim ele parecia estar preocupado comigo de uma forma que nem merecia.

Ainda estava passando a mão pelo tampo da mesa e o vejo se agachando na minha frente e implorando para fugir, uma coisa que jamais faria. Mesmo que tenha feito o maior dos pecados, não envergonharei o meu pai onde ele estiver. Honrarei seus ensinamentos e pagarei pelo meu crime.

Mesmo agindo da forma errada como conduzi a situação, vejo que não havia outra coisa a se fazer já que a mulher de Ryan estava no poder deles. Sei que quando as notícias chegarem até o Glenn ele encomendará a minha morte onde quer que esteja, isso se ele não o fizer pessoalmente.

Ou seja, é questão de tempo para estar morta.

Toquei no rosto do médico que foi o primeiro a me dar uma oportunidade em conquistar o meu próprio dinheiro, estava grata a tudo o que ele fez por mim durante todo esse tempo que estive aqui, mesmo não sendo responsabilidade dele.

Sorrio e mesmo preocupada com que acredito ser a única coisa que poderia pesar contra ele é o fato da arma estar em seu nome. Pela forma como o seu rosto estava, tenho certeza que eles não teriam dúvidas de que ele não estaria em condições de revidar.

Quando os policiais saíram do consultório e constataram a morte dos dois homens, olharam para mim com pena. Mas meu pai sempre disse.

"Não importa como eles te olhem, erga a cabeça e sinta orgulho de quem é"

Nesse momento sou a garota que vingou a morte do pai e não temerei a morte quando ela chegar até mim.

— Obrigado Eva, não tenho palavras para agradecer o que fez por mim agora... — Vejo seus olhos se encherem de lágrimas e a sua voz ficar embargada. — Sinto apenas por eles terem mataram a minha mulher. — Ryan diz ao me abraçar.

— Poderia ficar em pé senhorita? — Um dos policiais tenta ser gentil.

Confirmo com a cabeça e antes de ser algemada me aproximo de Ryan e o abraço apertado.

— Você tem o direito de permanecer calada e tudo o que disser poderá ser usado contra você no tribunal! — O policial me vira e sinto as algemas sendo colocadas em meus pulsos. — Compreendeu?

Confirmo com a cabeça e olho uma última vez para Ryan que tinha os olhos cheios de lágrimas. Sorrio tentando parecer tranquila, sei que pelo menos ele estará a salvo e se o Glenn me quer, ele terá que vir atrás de mim.

Olho para o policial que põe a mão no meio de minhas costas e começa a me conduzir para o lado de fora do consultório. Do lado de fora estava um pandemônio de pessoas. Os policiais têm uma certa dificuldade em me afastar do meio de toda a confusão que se instaurava.

Havia muitos policiais, repórteres, curiosos e principalmente Glenn Powell cercado por seus seguranças, ele gritava diversos palavrões querendo entrar no consultório e quando o seu olhar cruzou com o meu pude ver a sua promessa de vingança.

Podia ver em sua testa brilhando em letras enormes e em Neon...

"Vou matar você!"

Ryan me seguiu até entrar no veículo da polícia, que estava cercada de repórteres tentando tirar uma foto descente de mim. Antes de entrar na viatura sinto o abraço apertado de Ryan e um beijo em minha testa.

— Cuide da minha casa, por favor? — Peço com gentileza.

— Como se fosse minha, farei tudo o que puder para conseguir a sua liberdade, estarei ao seu lado, Eva o todo momento... — Sorrio para o homem com a mesma idade do meu pai.

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