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Anne

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Anne

— Por que estamos aqui, Vladimir? — pergunto quando percebo que estamos nos aproximando de uma marina.

— Eu já disse, quero te levar para um lugar especial. Você já passeou de lancha antes?

— É... já. O Athos nos levou uma vez. — O meu comentário o faz fechar a cara e o seu silêncio dura cerca de alguns segundos.

— Bom, hoje você fará isso comigo. — Ele diz parando o carro, saindo dele logo em seguida e antes que eu faça o mesmo, Vlad me estende a sua mão para me ajudar a sair. Sem dizer qualquer palavra ele segura na minha mão, cruza os nossos dedos e caminha na direção do píer.

— Vlad, eu só tenho uma hora de...

— Não se preocupe, você chegará a tempo.

Não digo nada, apenas o deixo me guiar para dentro de uma lancha enorme e por alguns segundos me pego apreciando o lindo homem de óculos escuros tomando o comando do barco que corre com certa velocidade para o alto mar. Os músculos que sobressaem o tecido branco da camisa de mangas longas não passam despercebidos aos meus olhos, e logo eles estão passeando pelas suas costas longas.

Respiro fundo e decido focar nas águas que o motor insiste em agitar.

— Um beijo pelos seus pensamentos. — Vladmir sibila de repente e logo sou surpreendida pelo seu abraço atrás do meu corpo. O seu calor corporal junto ao meu me faz prender a respiração. No entanto, um beijo casto é depositado na minha bochecha.

— Eu não estava pensando em nada especial.

— Ah não?

— Quem está pilotando o barco, Vladimir? — Procuro mudar o rumo da nossa conversa.

— O piloto automático.

— Ah, entendi. Falta muito para chegarmos? — Vlad ergue uma mão e aponta para uma direção. — Aquilo é um vilarejo?

— É. E é o meu lugar preferido no mundo. — Arqueio as sobrancelhas em surpresa. — É aqui que venho quando quero me esquecer de algumas coisas que me machucam. — Olho de lado para encontrar os seus olhos e droga, logo fico presa neles.

É assustadora a forma como ele consegue me envolver.

— Você é um homem surpreendente, Vladimir Mazza! — sibilo baixo porque é a mais pura verdade. Quem imaginaria que esse homem que adora esbanjar a sua riqueza gosta de estar no meio de pessoas tão simples?

— Eu sou? — Seu questionamento me faz sorrir timidamente e no mesmo instante desvio os meus olhos para o mar.

— Me pergunto o que você teria para esquecer, Vladmir? — sussurro. Em resposta ele apenas respira fundo e se aproxima ainda mais para passar a ponta do seu nariz entre pelos meus cabelos, até alcançar a minha nuca. O seu gesto me faz arrepiar e os seus braços me apertam ainda mais contra o seu corpo.

Trinta Dias - Vladmir MazzaOnde histórias criam vida. Descubra agora