Capítulo 3: A Nerd de Los Angeles

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George Thomas, com seus cabelos ruivos flamejantes, me irrompeu no corredor do trem, sua presença anunciada por um sorriso travesso. Seus olhos castanhos claros brilhavam com uma malícia conhecida, e sua expressão exibia uma mistura peculiar de malandragem e curiosidade. Não havia dúvidas de que ele traria consigo uma energia cativante e, talvez, algumas memórias não tão agradáveis para mim, como da vez que ele derramou cola no meu trabalho de história ou estragando meu slide de Geografia, ou colado chiclete na minha cadeira, e eu sempre dava o troco, a famosa nerd x9 puxa-saco dos professores. Mas convenhamos, ele é aquele cara que matava aula e sentava no fundo da sala, o famosinho metido a engraçado da escola, esse garoto é ridículo. Eu claramente não me dou bem com ele. A inesperada aparição de George desencadeou um turbilhão de sentimentos na minha mente, despertando lembranças de nossas travessuras passadas e reforçando a tensão que existia entre nós desde muito tempo atrás.

Enquanto meu olhar cruzava com o dele, uma onda de lembranças invadiu minha mente, transportando-me para o passado, para os dias em que nossas interações eram permeadas por brincadeiras e pegadinhas insistentes. Ergui uma sobrancelha, mantendo uma postura reservada diante da presença dele.

— George Thomas... fazendo uma entrada dramática como sempre — Murmurei consigo mesma, tentando ignorar o turbilhão de emoções que a presença dele sempre despertava. Sua postura relaxada e confiante, como se soubesse o efeito que tinha sobre os outros, era inegável.

O ruivo exibiu um sorriso mais amplo, como se estivesse se deleitando com a minha reação. —Olá para você também Lili! Parece surpresa em me ver. — sua voz carregava um tom brincalhão, como se estivesse se divertindo com o meu desconcerto.

— Surpresa é pouco, e não me chame de Lili, pra você é Lilian Harris. — respondi, minha voz contendo um misto de surpresa e cautela e rigidez. —O que você está fazendo aqui?

Ele deu de ombros, mantendo aquele sorriso confiante. — Ah, apenas indo para Londres, Lilian Harris, assim como você, imagino.

Não conseguia evitar a sensação de que havia algo mais por trás da inesperada coincidência. George não era o tipo de pessoa que simplesmente coincidia de estar no mesmo lugar que eu.

— Não me diga que é apenas coincidência, Thomas. Você sempre tem algum truque na manga.

—Você me conhece bem demais, Lilian Harris— ele admitiu, seus olhos brilhando com um ar de divertimento. — Mas juro que é pura coincidência desta vez. Londres é um lugar grande o suficiente para nós dois, não é?

A resposta dele não dissipou a desconfiança em mim. Eu sabia que quando se tratava de George Thomas, as coincidências raramente eram apenas coincidências. Essa viagem a Londres prometia ser muito mais interessante e complicada do que eu imaginava.

Com um suspiro contido, me preparei para o que estava por vir, sabendo que a presença de George Thomas poderia significar problemas, diversão ou talvez, um pouco de ambos.

Enquanto mantinha minha postura cautelosa diante da presença repentina de George, uma nova camada de perplexidade se misturou aos meus sentimentos já tumultuados. Vi um botton na mochila dele com o símbolo da U.A.L, perguntei-me como alguém como George, conhecido pela por ser de uma importante família, cujo o patriarca era dono de uma das maiores empresas de Tecnologia do Reino Unido além de fazer parte da família real sendo visconde de não sei o que lá, poderia ter planos de estudar na mesma faculdade que eu?

— London Art também? — indaguei, minha voz carregada de incredulidade. — Está matriculado lá?

— Pra alguém que não gosta de mim você é bem observadora— ele fala olhando pro botton depois olhando pra mim.

Metamorfases: O Retrato Lilian HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora