1- The Beginning

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-EU VOU EMBORA DESSA PORCARIA DE CASA, NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE VIDA!

Gritei, indo em direção ao meu quarto e logo pegando uma velha mochila, onde procurei colocar o máximo de roupa que conseguia.

-SAMANTHA COOPER, VOLTE AQUI, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM! -Meu pai gritou de volta, vindo atrás de mim.

-Ah, não vou papai? -Falei com ar de deboche.

-E quem vai me obrigar a ficar? -Disse colocando a mochila nas costas, com toda a coragem do mundo junto a mim, pois meu pai era praticamente meu dobro, poderia me impedir numa facilidade só. Mas ele apenas ficou me encarando não acreditou que sua "menininha" havia se tornado tão inconsequente

-A questão é -Continuei a falar

-Eu não fico nem mais um segundo de baixo do mesmo teto que essa vadia, você a trouxe para casa e ainda chama de "mulher".

-Sam, querida... -Meu pai tentou se acalmar

-Você está sendo injusta com Cindy, ela é como uma mãe pra você.

Senti vontade de vomitar, senti meu sangue ferver como se fosse explodir a qualquer momento!

-NUNCA MAIS -Gritei. Mas logo respirei fundo tentando voltar à um tom aceitável de voz.

-Nunca mais mesmo, compare essa biscate com a minha mãe, aliás que Deus à tenha

Minha mãe havia morrido quando eu tinha apenas dez anos, quando completei quatorze meu pai conheceu Cindy, transformando a minha vida em um inferno.

-Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida! Eu cansei pai, cansei de ver você sendo feito de idiota. E também

cansei dessa vadi... -Me segurei

-Mulherzinha, tentando tomar o lugar da minha mãe, me tratando como um nada. Ela realmente conseguiu o que queria, eu vou embora!

Cindy observava tudo, as vezes conseguia ver um sorriso vitorioso saindo de seus lábios, mas rapidamente voltava a se fazer de vítima. Eu odiava ver meu pai sendo feito de idiota, ela só queria seu dinheiro.

Ali eu não ficava mais, estava cansada de tudo isso!

00h30. Eu realmente não sabia para onde ir a essa hora, mas resolvi arriscar, meu pai tentou me impedir. Porém, ao mesmo tempo que ele era mais forte do que eu, eu era mais rápida. Em minha mochila, que agora pesava em minhas costas, enquanto eu andava pelas ruas mal iluminadas do meu bairro, haviam algumas peças de roupas, coisas para a higiene e um pouco de dinheiro da minha mesada. Eu estava quase me arrependendo, com medo e com frio, apenas eu e minha insegurança. Para onde eu iria? Droga.

Até que me veio a cabeça um apartamento que meu pai possuía, porém ficava um pouco longe, eu planejava pegar um táxi e pagar com o dinheiro que havia em minha mochila.

Enquanto pensava comigo, passei por um grupo de garotos. Se eles não tivessem feito gracinhas, eu nem perceberia.

-Ei garota. Isso é hora da princesinha estar na rua?

Continuei andando o mais rápido possível, mas podia ver que eles estavam me seguindo.

-Qual é gatinha? Vai mais devagar, rápido assim, só na cama!

Os garotos riram, e, até onde consegui ver, haviam quatro, não pude ver muito, o medo me impedia de olhar para trás, em minha cabeça eu só conseguia pensar "Continue andando".

-Olha Krys. Eu acho que ela está com pressa, hein?!

Um garoto com uma voz maravilhosamente rouca falou, e logo começou a rir.

-Ei, delícia, não corre não.-Falou um dos garotos, não fazia ideia de quem se tratava.

Eu estava morrendo de medo, confesso, mas ao mesmo tempo, eu já estava me irritando com aqueles babacas e meus pés já estavam doendo de tanto andar rápido. Então, senti uma mão segurar meu braço com força.

𝑃𝑂𝑆𝑆𝐸𝑆𝑆𝐼𝑉𝐸 | 𝐾𝑎𝑑𝑒𝑛 𝐻𝑎𝑚𝑚𝑜𝑛𝑑Onde histórias criam vida. Descubra agora