Entre Clãs | YK

cap. 01

Na pequena casa de madeira era possível ouvir os gritos afeminados da ômega que daria à luz ao herdeiro do clã Min. Betas e ômegas ajudavam a incentivar a continuar a fazer força para o bebê sair, algumas limpavam o suor que escorria da testa da mulher, junto das lágrimas grossas de dor.

Enquanto isso, o Alfa líder caminhava de um lado ao outro com o misto de ansiedade e preocupação.

— Tente se acalmar. — aconselhou seu amigo de longa data.

— Impossível!

Logo pode-se ouvir o choro fino de um bebê no chalé, o alfa não quis mais esperar e entrou na casa, e viu sua, ômega a segurar seu filhote pela primeira vez, suspirou aliviado e se aproximou, notando a semelhança que o bebê tinha com sua progenitora.

— É sua cara, meu amor… — sorriu bobo.

No Sul não estava tão diferente, o ômega do líder do clã Jeon acabará de dar à luz ao seu também herdeiro. Ambos os clãs entraram em festa pelo nascimento saudável dos Lúpus herdeiros.

Dias após ao nascimento do bebê, o clã Min se viu em uma difícil situação com o fim iminente da estação do verão e o início iminente do inverno, e com a falta de comida devido à queda na produção de caça. A população do clã era composta principalmente por betas e ômegas, com poucos alfas e ainda de meia-idade.

O líder Min estava em sua cabana de reuniões preocupado com o que fará, não tinha muitas ideias, se sentou apoiando seus braços na mesa, e respirando fundo. Levantou a cabeça assim que sentiu o cheiro da sua ômega se aproximar.

— Deveria estar descansando… — a olhou com carinho.

— Eu não suporto ficar parada, e senti que precisava da minha presença… — apontou a sua marca, na qual compartilhavam os sentimentos.

— Eu não sei o que fazer, mal temos alfas capazes de caçar, os que temos são menos de quatro, não dará para conseguimos comida até a chegada do maldito inverno!

— Já pensou em pedir ajuda aos do sul? — ela se sentou ao lado dele.

— Já, mas conhecendo o Seungho iria querer algo em troca da sua ajuda. — Fechou os olhos, massagem as têmporas.

— Eu acredito que deveria tentar, vai que negociam com algo que está a nossa altura. — passou sua mão em seu rosto, e se levantou dando um selar em sua testa. — preciso ir ver o Yoongi, pense no que te falei.

Ele assentiu e ela saiu voltando para casa de ambos e indo até recém-nascido.

Donghyun pensou no que sua esposa falara, e realmente tinha razão, mandou um de seus homens ir até à alcateia vizinha (sul).

Ao chegar na mesma foi levado até Seungho, ao estar na presença do alfa da alcateia, o mensageiro de Donghyun começou a ditar o que seu líder mandará dizer.

Com isso, Seungho achou melhor ir pessoalmente a outra alcateia resolver esse problema. Depois de dois dias de viagem, tinha finalmente chegado a outra alcateia com a companhia de seu ômega, que insistiu em ir junto, com o jovem Jeongguk dormindo tranquilamente em seus braços.

Foram recepcionados por Donghyun e sua, ômega, caminharam até a cabana de reuniões e todos se sentaram, Soojin também tinha seu filhote em seus braços, os ômegas ali se olharam e sorriram gentil um, ao outro, e logo Seungho deu início a reunião quebrando o silêncio.

— Me explique a sua situação, Min!

O outro alfa respiro fundo, e deu início a sua explicação.

— Como sabes nossos alfas já não podem mais caçar, temos poucos ainda que conseguem, então decidi pedir a sua ajuda, precisamos de caça até a chegada do inverno. — estava nervoso com o que Seungho pediria em troca.

O outro apenas continuou em silêncio, pensava no que pedirá, por mais que fossem aliados, Seungho sempre foi egoísta ao ponto de fazer as coisas em troca de outras. Foi então que reparou no bebê no colo de Soojin.

— Eu te ajudarei com a caça. Mas com uma condição… — sorriu fraco olhando ao seu ômega em seu lado.

— Qual é, Seungho? — disse Donghyun sem paciência.

— Que nossos filhotes se casem quando obterem a maior idade!

— O quê? Está ficando louco Seungho! Já pensou como isso pode interferir na vida do nosso filho? — o ômega do Jeon mais velho se levantou alterado.

— Jaehyun, eu sei o que estou fazendo! — falou calmo para tentar acalmar o ômega.

— Isso seria injusto com meu filho! O privando de conhecer o amor, o forçando a se casar com quem ele não ama! — Agora era Soojin que se alterou.

Ambos os alfas se olharam, a decisão era de Donghyun, afinal o clã Jeon tinha alfas o suficiente para se manterem, independente da resposta, o futuro era moldado a decisão do alfa Min.

— Meu filho é um ômega lúpus, não sei se seu filho será o suficiente ao meu filhote. — disse sério.

— Pois saiba que meu filhote também é um lúpus, igual a mim! — sorriu vitorioso, se Donghyun aceitasse a linhagem, lúpus continuaria a seguir das gerações.

— Donghyun, você vai mesmo aceitar isso? Yoongi nunca te perdoaria!

— Soojin, meu amor, não tenho o que fazer, é aceitar ou deixar meu povo morrer de fome! — a olhou.

Ela, ainda desgostando da ideia, era a melhor das decisões naquele momento. Jaehyun voltou a se sentar pensando na situação, talvez não fosse tão ruim, ambos os ômegas não gostavam da ideia mas não poderiam discutir, era um casamento, ou a vida de vários.

— Está bem, eu aceito a condição. — engoliu seco.

“ — me perdoe, filho. — Ele pensou. ”

— Ótimo! Quando os dois fizerem a maior idade, contaremos juntos.

— Espere, vamos os privar de se conhecer até o dia? Não faz sentido, como vão criar um vínculo assim? — Jaehyun voltou a falar. — Eu não aceito isso, eu já tive até aceitar deixar meu filhote a se casar sem amor, agora o privar de conhecer o companheiro é idiotice Jeon Seungho!

O alfa o olhou, o ômega tinha razão. Respirou fundo concordando com a cabeça.

— Vamos deixar que eles se conheçam.

O ômega bufou irritado com o seu alfa. Depois da reunião, Soojin se levantou indo até sua casa acompanhada de Jaehyun.

— Você está aceitando esse casamento? — perguntou Jae.

— Eu queria que Yoongi conhecesse o amor verdadeiro, de um alfa que o faça feliz…

— Eu te entendo, mas é o casamento ou seu povo…

Ela sorriu fraco, entrando em casa e deixando seu filhote dormir.

— Mas se acontecer deles se apaixonarem? — Jae falou baixo, encarando Jeongguk em seu colo, que dormia tranquilo.

— Só o futuro saberá…