Nosso Domingo

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Narrador

O bonitão ao lado de Sam se chama Pong Nawat Anantrakul, era escritor que já viajou por alguns lugares do mundo, sempre procurava inspirações para produzir seus livros, buscava converter em arte o encanto que acabava sendo um convite para outras pessoas, ele conseguia transmitir para os leitores mesmo que de longe, pudessem visualizar os detalhes do lugar que ele descrevia em seus livros, fazendo com o que seus leitores se apaixonassem em suas histórias tão cheias de vida.

A final os livros são a prova disso, capazes de nos transportar para outro universo a cada nova página. Tantos lugares foram imortalizados na escrita de diversos autores, "ler é garantia de uma viagem repleta de bagagens surpreendentes" essa era com certeza a frase favorita do Senhor Pong, ele a repetia sempre que falava de suas viagens que espiraram seus queridos livros.

Sam e Jim adoravam quando o escritor contava sobre suas histórias, sobre seus livros que eram também bastante ilustrativos, era capaz de envolver as garotinhas em seu universo, era divertido mergulharem nesse mundinho que ele as envolvia, de uma forma inconsciente elas se teletransportasse para dentro do universo das histórias do Senhor Pong, Samanta guarda essas memorias a 7 chaves, são com certeza um dos melhores momentos da sua vida. 

19/06/2022

POV Sam

Hoje era o terceiro domingo do mês, eu e meu pai tinha uma tradição de ir pescar nesse dia, ele sempre foi um homem bastante carismático e muito divertido, diferente da minha mãe sempre foi mais próximo a mim, sempre contei os meus segredos, presente em todos os momentos da minha vida, inclusive ele foi a primeira pessoa para quem que eu me assumi.

Era 11h15 da manhã e estávamos no mesmo rio que já era muito familiar, sem movimentos bruscos em um completo silencio, atentos aos peixes que estavam perto de nossas iscas, qualquer movimento errado espantaria o nosso futuro almoço.

Shhh... - Ouvia meu pai sussurrando levando o indicador da sua mão livre sobre os lábios.

Okay – O respondi no mesmo tom de seu sussurro, dando um joinha com o meu polegar da mão livre enquanto segurava a minha vara de pescar.

Ali só se podia ouvir o barulho do ambiente que seria da correnteza leve do rio, os pássaros cantando e alguns insetos barulhentos, cigarra? Grilo? Realmente eu não sei.

Pai, PAAAI! – O chamava desesperada quando sentia minha vara sendo levemente puxada insinuando que algum peixe agora teria fisgado finalmente a minha isca, então ele veio rápido em meio as risadas. 

Sam, tenha calma filha assim você vai espantar todos os peixes desse lugar do rio, faz como eu já te ensinei – Ele gentilmente leva a mão sobre as minhas tentando me acalmar e começa explicar a mesma coisa de sempre com a imensa paciência dele. - Segure a vara com a sua mão direita e com a esquerda você puxa a linha com cuidado, vai enrolando a linha devagar sem movimentos bruscos. - Conforme ele ia ditando eu seguia suas instruções.

- Hoje a mamãe não vai zoar com a nossa cara por não ter conseguido garantir o nosso almoço, né não velhote? - Eu dizia toda me gabando, mas antes mesmo de ter conseguido de fato pego o peixe, até que eu sinto um forte puxão me fazendo se desequilibrar e cair de bunda na água.

Sim o maldito peixe do nosso almoço tinha escapado da isca.

Agora meu pai estava rindo de forma bem divertida, eu estava emburrada pela situação, mas não pude conter o meu riso e então ficamos os dois ali rindo do que tinha acabado de acontecer.

-

Filha vamos embora, precisamos passar no mercado e comprar peixe para o nosso almoço. - Enquanto ele falava e saia do rio, prontamente e o seguia, olhava em meu relógio e era exatamente 12h30, nós sempre voltamos para a casa quando está perto desse horário.

A volta até agora tem sido tranquila, minha roupa não estava muito úmida devido ao calor insuportável que fazia, eu estava no volante, meu pai tinha me ensinado a dirigir quando eu tinha de pôr volta de 14 para 15 anos, a estrada era tranquila, normalmente todos os domingos que saímos eu que dirigia de volta para a casa. Ouvíamos o toque do celular brega que meu pai tinha colocado em seu celular o que nos arrancou boas risadas, provavelmente seria uma ligação da Dona Maria minha mãe, no mínimo ela estava com pressa para o peixe que a gente iria pescar. 

POV Pong 

Eu e minha filha riamos do meu toque de celular enquanto eu o retirava do bolso, dei um sorriso sutil quando vi que era minha querida esposa que estava me ligando.

Chamada On

- Oi querida, já estamos a caminho. -Estava prestando atenção na estrada enquanto Sam dirigia, me sentia orgulhoso de ver o quanto ela dirigia tão bem apesar da pouca idade.

- Oi querido, quem está dirigindo? - Dava pra ouvir que ela estava na cozinha cortando algumas coisas provavelmente algo relacionado ao almoço. - Sam está dirigindo eu ensinei muito bem estou até orgulhoso, não precisa se preocupar eu estou de olho. - Ouvia suspirar alto através do telefone, sabia que ela se preocupava e eu não tirava sua razão.

- Ok, espero que você fique mesmo de olho, você sabe que mesmo que ela dirija bem ela não tem idade para isso ainda, enfim eu preciso que você passe no mercado e compre aquelas coisas que eu pedi mais cedo – Afasto o celular de meu rosto e coloco ele no viva-voz para que Sam também escutasse. -Eu tenho quase certeza de que novamente vocês não pescaram nada – Ela ria de uma forma debochada causando também risadas minha e da Sam. - Amor, por favor não se atrasem, todo domingo vocês chegam aqui tarde. - Seu tom agora era mais sério.

- Tá bom, dessa vez não ocorrerá atrasos, eu prometo querida – Olhava no relógio para certificar as horas, em frações de segundos, ouvi apenas os gritos de Sam sentido o impacto do nosso veículo capotando sobre a estrada.    

Paranoia - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora