Sentimento de Culpa

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Depois de ter limpado toda aquela nojeira na porta de casa, tomei um banho bastante demorado, sai do banheiro com os cabelos já penteados, vestindo uma calça de moletom preta e uma camisa de manga longa da mesma cor, pendurei a toalha de qualquer jeito na cadeira do PC, calcei minhas pantufas de coelho e sai do quarto. caminhando pelo corretor até parar em frente a porta do escritório do meu pai, fiquei encarando aquela maçaneta durante alguns minutos, então abri respirei fundo e adentrei ao cômodo.

Dedilhava alguns quadros que tinham pendurados pela parede caminhando em passos lentos, sentindo o cheiro de livros velhos que tanto era família, o cheiro da madeira velha dos moveis, aquela mesa de centro engraçada que tinha o formato do brasão do Batman, sim eu gosto do Batman porque quando eu era pequena meu pai me fez acreditar que ele era o Batman, idiota, não é? Sim, esse era o meu pai. 

Paro em frente a uma estante, olhando para uma foto nossa que estava em uma prateleira cheia dos nossos livros favoritos, tocava o vidro do porta retrato com as pontas dos dedos. - Pai eu sinto muito, eu sei que a culpa foi toda minha, eu realmente sinto muito. - Senti aquele aperto insuportável em meu peito e imediatamente abracei o meu próprio corpo, sentia meus olhos marejarem e permitir que as lagrimas rolassem pela minha face, esse sentimento de culpa sinto que nunca serei capaz de me perdoar por isso, mas enquanto existir esse lugar eu me posso me sentir livre para poder colocar toda a minha tristeza para fora, sempre que eu chegava no limite aquele lugarzinho era o meu refúgio, bom eu achava que era o meu lugar favorito na minha infância, até perceber que na verdade que meu pai era meu lugar favorito.

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Narrador

Sam se permitiu chorar bom tempo até que seu peito amenizasse toda a dor que sentia no momento, caminhou em direção a porta, mas antes que segurasse a maçaneta ouviu o barulho de como se alguém tivesse mergulhado, ela curiosa do jeito que é aproximou rapidamente da janela e com os dedos abriu uma fresta na cortina persiana, com os olhos ainda úmidos ela usou a manga da blusa para seca-los rapidamente, pois estava curiosa para saber de onde veio o barulho, mas paralisou imediatamente com a visão privilegiada que tinha ali naquele momento, se tratava da loira que estava aproveitando a tarde, ela nadava até o outro lado da piscina após o mergulho. 

- Então senhorita Mon, o que foi aquele sorriso? - comentava Sam sem tirar os olhos da garota, a loira agora saia da piscina ajeitando o seu biquini cor de rosa, Samanta curiosa agora estava com as suas bochechas quentes e uma leve palpitação em seu peito, a loira caminhou até a espreguiçadeira, e sem pressa acomodou-se na cadeira, pegou na mesa ao lado o seus óculos e um livro, parece que quanto mais ela soubesse sobre Mon mais curiosidade ela tinha na garota. - Gosta de livros é? Interessante.  

Rapidamente Sam se afastou da janela, caminhou em passos rápidos até a mesa de escritório de seu pai e pegou o binóculo que ele sempre carregou nas suas viagens, em uma pequena corrida ela voltou até a janela, novamente abriu a fresta na cortina, agora usando um binóculo ela conseguia ver melhor a capa do livro. - Carmilla, a Vampira de Karnstein ? Tá brincando que ela gosta desse tipo de livros, esse é um dos meus favoritos. - Sam comentava enquanto sorria boiola com a primeira descoberta da sua nova vizinha. 

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POV Maria

Depois de um dia cheio, estressante e cansativo, andado para lá e para cá conversando com vários clientes, não que eu esteja reclamando do meu trabalho, mas lidar com pessoas de classe alta era difícil a maioria das vezes, agora estava preparando a janta enquanto Sam estava focada na televisão. - Me ligaram essa tarde falando sobre a sua tentativa de fuga de hoje, tudo o que você precisava fazer é ficar dentro de casa, mas nem isso você consegue entender. - Notava os olhares de Sam enquanto estava com a atenção nas panelas - Depois desse mico de hoje nunca mais eu vou sair daqui, não precisa se preocupar comigo igual você vem fazendo ultimamente, tudo para a senhora eu sou a errada mesmo. - Levantei meu olhar, observando, ela ainda estava me olhando. - E sabe a pior mãe? você nunca me chamou para conversar pra saber o meu lado! Eu sei que sou um erro, EU SINTO MUITO POR SER UM DESASTRE.

Paranoia - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora