Um chapéu

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*Vila dos Moinhos, Extremo Sul dos Subúrbios, 11 anos atrás.*

O sol escaldante cobria toda a região, a terra árida se levantava em uma nuvem de poeira devido à ventania constante. As pás dos moinhos estavam girando vagarosamente, captando cada brisa que batia sobre elas.

Nas ruas da vila, passos largos eram dados por um homem ruivo, seguido de perto pelos seus capangas fiéis, ele usava uma blusa branca de lã e um shorts marrons escuro, a espada embainhada na cintura, sua capa preta balançando com o vento, sem falar em um característico chapéu de palha na cabeça. Eles caminhavam em direção a um pequeno bar no final da rua, o estabelecimento era bem próximo das regiões de areia dos Exílios, no qual aquela vila fazia fronteira, era praticamente a porta de entrada para um ambiente quase totalmente inóspito e habitado por criaturas monstruosas.

O bar era organizado, chão de madeira e paredes de pedra pintadas numa cor verde pálida e desgastada, as mesas com quatro cadeiras espalhadas pelo local, um balcão com cadeiras altas e uma enorme estante de bebidas atrás. Do lado esquerdo do balcão, duas portas fechadas que davam para quartos simples.

O bando esperou seu chefe entrar primeiro no local, depois disso, cada um deles entrou um por um, pegando a cadeira mais próxima e se sentando, o ruivo se aproximando do balcão, onde um garotinho moreno estava debruçado sobre o mesmo e onde a atendente, uma moça jovem de cabelos verdes, abriu um enorme sorriso ao ver quem se aproximava. A criança percebeu uma movimentação no ambiente, se virando para ver do que se tratava, abrindo também um enorme sorriso ao ver o ruivo andando em sua direção.

- Shanks! Você finalmente voltou! - Pulou de seu lugar e correu até o homem, abraçando a perna dele com força, o fazendo desequilibrar.

- Ei, ei, calma aí, Luffy. Assim você vai acabar me derrubando. - O ruivo riu, o garoto soltou a perna dele, feliz, e então o acompanhou até o balcão.

- Parece que teve um dia longo. - A atendente disse, pegando uma garrafa na prateleira atrás dela, abrindo a tampa e entregando à Shanks.

- Você nem imagina, senhorita Makino, nós fomos atacados pelas costas por uma gangue. - Ele disse, em seguida, dando uma golada na bebida enquanto a atendente pegava mais garrafas e levava às mesas.

- Mas você acabou com eles, né? - Luffy o fitou esperançoso, cerrando os punhos.

- Claro que sim! Eles não tiveram chance, mas ainda assim, um deles fugiu com uma coisa importante nossa. Foi um pouco de azar, ralamos tanto pra conseguir aquilo. - Coçou a nuca.

- Se eu estivesse com vocês, isso não teria acontecido! Eu sou rápido, teria corrido atrás desse que escapou e acabado com ele!

- Correção, você teria corrido atrás e sido sequestrado e vendido pro mercado negro. Esse mundo é muito perigoso pra uma criança que nem você, Luffy. - Esfregou a mão na cabeça do garoto, bagunçando os cabelos morenos dele.

- Você é um chato, Shanks! Eu quero fazer parte da sua gangue!

- De jeito nenhum, você tem que ficar aqui nessa vila, esperar seu avô e se comportar.

- Vovô também é um chato, ele fica longe o dia todo, me deixa aqui sozinho, então ele volta e me bate sempre que eu falo de entrar pra sua gangue!

- Nossa, por que será que ele te bate sempre que você fala isso, né? - Riu da ironia. - Escuta, Luffy, seu avô te deixa aqui com a Makino por um motivo, ele quer te proteger desse mundo. O trabalho dele é arriscado, e enquanto você não crescer, é perigoso te deixar sozinho.

Shanks olhava fixamente para o garoto, ele tinha os braços cruzados agora e fazia um biquinho com a boca.

- Isso tudo é muito chato, eu já sou crescido!

Ao seu Lado AU (Luffy x Nami)Onde histórias criam vida. Descubra agora