2 | Estou viva ?

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Abri meus olhos lentamente, sentindo uma luz suave ao redor. Uma estranha sensação de incerteza pairava enquanto eu tentava me situar. Morri? A confusão tomava conta de mim, até que, aos poucos, meu quarto foi se revelando sob a luz do sol.

Esfreguei os olhos com suavidade, tentando clarear minha visão. Quanto tempo eu havia dormido? Olhei ao redor e reconheci meus pertences, cada detalhe familiar trazendo um senso de conforto. No entanto, meu livro não estava onde eu costumava deixá-lo. Rodei os olhos pelo quarto até que meu olhar encontrou algo inesperado.

Lá estava ele, Tom, adormecido na poltrona, segurando meu livro. Ele estava com a boca entreaberta, e era quase certo que ele estava babando um pouco. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios ao vê-lo naquela cena tão espontânea e familiar.

Deixe-me ver como eu posso descrever essa imagem, Tom dormindo com a boca aberta segurando o livro, parecia tão inocente e engraçado ao mesmo tempo. Era um vislumbre daquele lado despreocupado dele, algo que só quem o conhece profundamente tem a chance de testemunhar.

Estar de volta ao meu quarto, vendo Tom ali, mesmo dormindo com essa expressão tão peculiar, trouxe um misto de emoções. Uma sensação de calor e amor invadiu meu coração, reconfortando-me, enquanto eu observava esse momento tão simples e reconfortante, tão característico dele.

A enfermeira entrou suavemente no quarto, interrompendo o silêncio tranquilo. Tom acordou com o movimento e a presença dela. Ela, com um sorriso gentil, se aproximou para fazer algumas medições e verificar como eu estava me sentindo.

— Como você está se sentindo hoje? — ela perguntou, enquanto tomava suas notas.

— Estou bem, só um pouco de dor. — respondi, tentando minimizar qualquer preocupação.

Assim que a enfermeira saiu, Tom se aproximou. Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo suave. Por um momento, passou pela minha mente a ideia de me afastar, mas a necessidade de sentir seu toque era mais forte.

— Como foi a festa? — perguntei, tentando manter uma conversa leve.

Ele olhou para mim, seus olhos revelando um misto de alegria e saudade. — Foi muito sem graça sem você. — respondeu com um sorriso terno.

Havia uma cumplicidade silenciosa entre nós naquele momento. Apesar das circunstâncias e da estranheza da situação, havia uma sensação reconfortante em ter Tom ali, ao meu lado, compartilhando aquele momento comigo.

O coração disparou ainda mais quando Tom olhou fundo nos meus olhos e fez aquela pergunta inesperada. — Você quer se casar comigo?

Fiquei atônita por um momento. Me casar? A ideia parecia surreal, mas ao mesmo tempo, era como se cada parte de mim soubesse que esse era o passo natural, a continuação de algo que já existia entre nós. Uma onda de emoção tomou conta de mim. Por que perder mais tempo quando sabíamos que éramos almas gêmeas um do outro?

Sem conseguir conter a felicidade transbordante, a alegria de finalmente dar esse passo ao lado do amor da minha vida, eu sorri e disse. — Sim, com certeza, sim!

Era uma resposta que brotava do fundo do meu coração, uma resposta que selava não apenas um momento, mas uma vida inteira de amor e cumplicidade ao lado dele.

Com um sorriso radiante, Tom deslizou o anel pelo meu dedo anelar, um gesto que carregava consigo a promessa de um futuro compartilhado. A sensação do metal frio contra a pele era reconfortante, era como se aquilo representasse não apenas um símbolo, mas um compromisso eterno.

Ele me entregou a outra aliança, e eu, emocionada, coloquei-a cuidadosamente no dedo dele. Era um momento de conexão profunda, um elo físico que simbolizava nossa união, nossa promessa mútua.

Tom me abraçou novamente, seus lábios encontrando os meus em um beijo repleto de ternura. — Eu farei de tudo para te fazer muito feliz. — murmurou, seus olhos refletindo a determinação e o amor que ele sentia por mim. — Nós vamos morar juntos, ter uma linda família. Eu estarei sempre ao seu lado.

Era como se, naquele momento, o tempo tivesse parado. Senti-me envolvida por um sentimento de paz e contentamento, consciente de que estávamos prestes a começar uma nova jornada juntos, um caminho repleto de promessas e sonhos a serem realizados.

A presença constante de Tom durante todos os dias da minha recuperação no hospital era reconfortante. Ele estava lá a cada passo do meu caminho para a melhora, sempre ao meu lado, cuidando de mim com tanto carinho e dedicação.

Em um momento especial, ele se dirigiu à minha mãe, compartilhando seus planos para o futuro. Ele mencionou sobre o nosso casamento e sobre o fato de que eu moraria com ele em breve. Percebi que era uma conversa séria, repleta de comprometimento e promessas para o que estava por vir.

O sorriso da minha mãe, mesmo que tingido com um toque de nostalgia por ver sua caçula seguindo em frente, carregava uma imensa felicidade por me ver encontrar alegria e realização ao lado de alguém que realmente me amava.

Ela sabia o quanto eu era importante para Tom, e isso a fazia sorrir, mesmo que sentisse a saudade se aproximando ao saber que minha jornada estava tomando um novo rumo.

Parece que eu estava sendo extremamente mimada, mas de uma maneira maravilhosa. Tom cuidava de mim com tanto carinho, desde trazer comida até me ajudar nos banhos, especialmente quando fomos para a casa da minha mãe para que eu continuasse a me recuperar.

Sua paciência era admirável, não apenas nos cuidados físicos, mas também em relação a outros aspectos. Ele estava ali, dedicado a tornar cada momento mais fácil para mim, sem hesitar em fazer o que fosse necessário para garantir que eu estivesse confortável e recebendo o cuidado necessário. Era um gesto que me fazia sentir amada e valorizada a cada instante.

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