Passado.....

Minha infância não foi de todo ruim, foi legal, não me lembro de tudo, mas me lembro de alguns flashes, lembro-me de engolir uma moeda enquanto eu brincava de escorregar numa coluna de concreto revestida em PVC, nesse dia meu pai xingou até, ele deu tapas na minhas costas e ao final disse: "-desgraça, nunca mais brinca de colocar moeda na boca" não me recordo se foi essa realmente a fala dele, mas meu subconsciente afirma meio inseguro de que foi sim, então ele pegou a moeda e jogou no quintal, pouco tempo depois fomos em algum lugar, apenas eu e ele, e no meio do caminho eu não sei o que houve, mas me recordo de vários xingamentos saírem da boca dele. Mas tenho apenas lembranças ruins, me recordo dele levar eu e minha irmã na empresa onde ele trabalhava para pegarmos peixinhos, mesmo que quando chegamos em casa nosso primo matou todos, seria engraçado se não fosse trágico, lembro-me de quando pisei num caco de vidro e ele e minha mãe tiraram enquanto eu chorava muito, lembro-me de brincar de namorados com minha irmã mais velha, que na época também era uma criança, lembro-me de me esconder atrás de um sofá com um garotinho que minha vó cuidava e tentarmos fazer sexo com apenas alguns anos de idade, a minha vó nos pegou no flagra, eu não apanhei, mas a minha vó parou de olhar ele, lembro-me de querer que a menininha que minha avó olhava colocasse a boca nas minhas partes intimas enquanto ela beijava minha boca. Não me questionem de onde vinham esse pensamentos impuros e impróprios até porque nem eu mesma sei, as coisas aconteciam, eu não sei se tenho alguma memória trancada antes disso, não sei se algo aconteceu, mas eu tinha esses pensamentos quando criança, e atualmente me questiono em como pude fazer isso, eu era apenas uma criança e já tinha pensamentos assim, sem mais nem menos.
     Conforme fui crescendo as coisas foram ficando meio "mórbidas" eu perdi meu bv e eu nem me lembro com que idade, mas concerteza foi menos de 6 anos, quando fui pra escola, no primeiro ano eu já beijava os garotinhos embaixo das mesas, meus pais nunca descobriram e se descobriram eu não faço ideia. O tempo foi passando, eu fui crescendo e entendendo determinadas coisas, meus pais se separaram e eu via muitas e muitas brigas, e eu me assustava bastante com elas, minha mãe quebrando o carro do meu pai, meu pai quase batendo o carro em muro, foram episódios distintos uns dos outros, mas a minha mente oscila um pouco então talvez eu me recorde de algo mais passado e outro mais presente. A minha vó sempre me levava para a igreja com minha irmã, éramos bem quietinhas, e até mesmo serviamos como exemplo para pais de outras crianças "-olha como as duas são quietinhas, elas não ficam para e para , andando e atrapalhando a missa" mas posso ser sincera? Eu odiava ir a igreja e eu também não faço ideia do por que, eu gostava das quadrilhas, gostava das bagunça, mas eu odiava a missa em sí, eu não lembro os pensamentos que eu tinha mas não sei se eram bons.
        Eu era uma criança escrota, apenas colocando isso em palavras e tirando da mente, organizando esses pensamentos, posso notar que eu era uma filha da puta, atualmente me questiono, pq sou assim? Pq as coisas tiveram e tem que ser assim? Quando eu era maiorzinha, resolvi que eu queria fazer um programa na escola chamado "mais educação" eu não tinha nenhum interesse em particular, eu só queria mesmo porque minha irmã mais velha fazia e eu tinha talvez um pouco de inveja, mas com o passar do tempo eu enjoei, e minha mãe disse que eu n ia sair até o programa terminar, aí começa outro problema bem maluco, eu desejei que eu quebrasse a perna, primeiro pq eu queria saber como era, se bem me recordo passei a ter esse desejo depois que a filha da minha professora no mais educação quebrou a perna e andava de cadeiras de rodas, parece que todo mundo achava o máximo, ela tinha pessoas ao lado dela cuidando dela, a mãe dela ao lado o tempo inteiro e eu achava isso o máximo, então comecei a desejar por isso e para que eu não precisasse mais ir para o projeto. Eu me batia, batia minhas pernas em lugares de quina, na minha cabeça era super fácil quebrar uma perna, mas descobri depois de várias tentativas falhas, que não era, então, nada satisfeita comecei a implorar para Deus que ele fizesse algo que pudesse fazer eu quebrar a perna "Deus por favor, me faz quebrar a perna, pode ser um trincadinho, que me faça usar gesso e andar de cadeira de rodas" eu pedia isso com tanto "clamor" que se Deus fosse ruin ele teria piedade de mim, mas quando minhas preces não eram atendidas então eu dizia "diabo, Deus não quer me ouvir, me faça quebrar a perna por favor" isso mesmo! Você não leu errado, eu, uma criança de sei lá quantos anos, estava tão desesperada pra usar um gesso, ir para a cadeira de rodas, ter a atenção da minha mãe e de todos ao meu redor, que não queria saber a consequência eu queria que minha prece fosse atendida, quer um spoiler, não deu certo, nunca deu, até hoje não sei se foi um livramento ou o que, só sei que não deu certo e não sei se gosto ou não gosto disso.
         Eu tinha amor, talvez em algum lugar em mim, eu chorava quando meu pai ia embora e me deixava dizendo que ia só na esquina e já voltava, eu chorava a ponto de correr pelada na rua atrás do carro dele, eu nunca entendi porque eu era assim, mimada? Custosa? Queria chamar atenção? Ou eu só era escrota mesmo? Quando um portão caiu em cima de mim enquanto eu estava sob a responsabilidade do meu pai, eu não sei de onde tirei, mas falava pra todo mundo que o portão caiu umas 3x, não sei se eu queria que sentissem pena de mim ou sei lá, mas era o que eu falava para as pessoas e as pessoas ficavam tipo "meu Deus, é por isso que você é maluquinha assim" sim! Elas achavam graça, lembro que o meu pai ao invés de me levar pro hospital, me levou pra casa da minha vó, que era onde eu morava, lembro que quando meu pai me tirou debaixo do portão eu não conseguia me esticar de tanta dor, ou era porque simplesmente meu corpo estava em cãibra, eu só lembro que quando ele me pegou eu gritava pelo choro e talvez pela dor, o meu nariz saia sangue e parece que meu ouvido também, mas eu não tenho certeza, além disso, o único machucado que tive foram alguns arranhões nas costas, quando meu pai foi me banhar eu me esquivei, eu era pequena, não tinha inocência em mim eu acho, mas eu fiquei com vergonha, não! Meu pai nunca me encostou com segundas ou terceiras intenções ele era meu pai e eu o-amava, amava muito.

o pior de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora