Passado.....
O tempo foi passando, eu fui crescendo, amadurecendo eu acho que não, na escola eu era animada, conversava demais, tinha amigos, então eu não era deprimida, ou isolada, ou nada que justificasse minhas ações. Um dia um namoradinho meu terminou comigo, mas nada pra me desolar ao ponto de eu sofrer horrores, se eu bem me lembro, eu nem chorei, mas eu tinha raiva, raiva da menina que havia feito nós terminarmos, até porque, ele estava "apaixonado" por ela, maluquice né? Mas tudo bem, quando fui ao banheiro ela estava lá, ela me mostrou que ele havia dado anel, pulseira e colar pra ela e um brinquinho que vinha junto na cartela, não sei se realmente ele tinha dado, mas foi o que ela disse, ela me olhou com um olhar de piedade ou é apenas eu querendo a piedade de vocês agora, mas ela me olhou com um olhar meio que não sei explicar, eu era uma "crianca" "você quer pra você? Foi o trevor que me deu" aquilo me encheu de raiva ou não, não sei explicar, eu poderia ter aceitado? Sim, ou não, mas realmente não aceitei, não me recordo ao motivo, mas vi ela jogando tudo no vaso e dando descarga, eu não sei oq senti, mas hoje eu digo que ela foi uma tremenda filha da puta. Depois de algum tempo em que eles namoraram, terminaram, voltaram novamente, veio a quadrilha da escola e eu queria muito que ele fosse meu par, mas adivinha? Sim! A professora colocou ele com outra garota, mas ao longo dos ensaios, Trevor foi designada a dançar comigo, por causa da altura distintas entre ele e a Ana Júlia, ensaiamos juntos, e tava tudo indo bem, nessa época eu estava "pegando" outro garoto, eu acho, também não me recordo inteiramente, mas eu já estava no quinto ano, acontece que no dia da quadrilha, a minha mãe se atrasou, e consequência disso, eu me atrasei e eu não dancei com Trevor, ele dançou com a Ana Júlia, mas sentiu raiva de mim eu acho, fiquei triste, até porque ia pra quadrilha apenas para dançar pq nunca tínhamos dinheiro para comer algo, então foi uma viagem perdida, eu não me lembro se chorei, mas fiquei frustrada e magoada com minha mãe. Ela sempre se atrasava, pra tudo, literalmente tudo q era importante pra mim ou minha irmã, ou ela se atrasava, ou ela não ia, assim como tive uma apresentação do dia das mães e ela garantiu minha vó de que iria, mas adivinha, ela não foi, disse que havia esquecido a data, não me recordo se minha avó foi, como eu disse no início "flashes"
Acontece que; sempre foi assim, não podia se esperar muito de geiza, mas ela era amorosa, lembro de quando pequena, ela chegando do serviço eu já estava na rua a sua espera, quando ela virava a esquina eu saia correndo e gritando ela, então ela me via e abria os braços (eu acho, se não, isso é puro fruto da minha imaginação) então ela vinha em minha direção e dizia: "xuxu, você já está aqui" tive muitos apelidos na infância, por minha avó, pelos meus tios, minha bisavó, e cada um era diferente um do outro, mas esse apelido era único e exclusivamente dela xuxu isso sempre fica gravado em minha mente. Ela tinha seus momentos bons, embora sempre se viava para as mentiras, me questiono se o que sou hoje não é fruto de suas mentiras, minha avó dizia; "não sei de onde sua mãe puxou tantas mentiras, o pai dela não mente e eu muito menos" mas isso já era uma mentira enorme, minha vó tinha a palavras mentirosas, muitas vezes pegava sua mentira no ar e minha mãe não passava muito longe, já teve vezes dela passar horas e horas no telefone sem ter ninguém do outro lado da linha, será que isso era fruto de uma doença psicológica? Não sei! Aprendi fazer isso também, na primeira vez achei estranho falar sozinha, na segunda foi mais ou menos, na terceira em diante foi um escape, fazia isso quando queria desabafar e não tinha ninguém ou simplesmente não queria falar com ninguém sobre quem eu era de verdade, fazia quando precisava comprar um simples absorvente e morria de vergonha e por falar em absorvente, acabo de me recordar de quando menstruei, eu fiquei com vergonha e diferente das meninas que costumam dizer para os pais que aconteceu, eu não contei, vi o que tinha acontecido quando baixei a calça e percebi que estava suja de sangue, não me lembro como foi, quando foi ou onde eu estava, só lembro que aconteceu, então cheguei em casa e mexi nas coisas da minha irmã mais velha, achei um absorvente dela por um milagre e coloquei, desajeitado, mas coloquei, e se seguiu assim por meses, até que um dia aconteceu num momento importuno, minha amiga viu minha roupa suja então fingi surpresa, mas ela contou pra minha irmã que contou pra minha vó, e assim se seguiu, como eu não tinha pra onde escapar, fui na minha mãe esperando que ela fizesse algo como todas as mães faziam ou pelo menos eu acreditava que sabia "mãe, minha roupa está suja de sangue" não sei se ela estava em um momento ruim, ou um dia ruim, mas ela apenas respondeu "uai, então vai tomar banho e trocar de roupa" não me recordo se eu quis chorar ou se realmente fiz isso, mas fiz oq ela mandou segundos depois, minha irmã me deu um absorvente, e depois de banhada, ela (minha irmã) perguntou "você conseguiu colocar" assenti em silêncio com a vergonha nas alturas, eu não deveria sentir vergonha, mas senti assim mesmo, lembro-me que começou uma briga aleatória entre eu e minha avó, ela dizia que já sabia pois tinha pegado uma calcinha minha (que na verdade era de uma das minhas irmãs mais nova, mas que eu usava escondido por não ter muitas calcinhas) dentro do guarda-roupa suja de sangue, me questionou sobre até quando eu ia esconder pois eu precisava de absorventes, então minha resposta foi curta e idiota "não sei, eu dou um jeito" mas ela transformou essa frase em outra e repassou para minha mãe aos gritos "a Kimberly disse que dá um jeito, concerteza tem algum macho por trás disso" pronto, além de toda a vizinhança saber que eu menstruei pela não primeira vez, minha mãe achava que eu estava dando em troca de absorvente, porém minha mãe ignorou, como todas as outras vezes em que ignorou algo idiota que minha vó proferiu, se ela acreditou ou não, não faço ideia, mas eu só tinha 12/13 anos ou menos um pouco.
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o pior de mim
Mystery / ThrillerUm sorriso doce, uma amizade singela, amada, muitas qualidades me definem, ou não, apesar de passar uma imagem de doçura e vulnerabilidade, as coisas são bem ao contrário. minha mente é maldosa, meu coração talvez seja ruim, mas isso é refle...