3. Apollo

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Seus cabelos eram escuros como um lago ao anoitecer, seus olhos azuis como safira, seu maxilar lindamente marcado por um corte abaixo de suas bochechas. Uma tatuagem escrita "XVI" em seu pescoço que roubaria a atenção de qualquer um.

Pensar nele fazia meu estômago revirar de nojo.

Me questionei todo o caminho da volta no porque eu estava pensando nele, em cada característica, e sua personalidade fútil e arrogante. Eu havia repulsão e eu mal o conhecia. O irmão de uma garota gentil que conheci era o maior babaca de todos os tempos, além de ter conseguido me irritar ao ponto de ficar preso em minha mente até agora. O episódio recente do mercado me fez ter certeza que nossos encontros na academia não seriam agradáveis, isso se, Eliza não estiver lá para apartar um possível conflito entre nós.

E o pensamento que mais latejava em minha cabeça: como ele era tão, assim? Todo mundo da família Hidalgo era um amor de pessoa, bem, pelo menos os que eu cheguei a conhecer. Eliza era como um anjo, educada e gentil. Seu irmão de sangue, era um cavalheiro e extremamente carismático. Talvez faça sentido, Apollo era adotado, então deve haver algum tipo de renegação de sua parte.

Agora, eu estava sobrecarregada de sacolas pesadas penduradas em meus braços, levando os milhares de lanche qual eu havia comprado para me deliciar numa tarde de filmes com Beatriz e também logo depois de lutar por um estúpido pedaço de plástico com batatas industrializadas dentro. Bom, foi patético mas no final das contas eu consegui as batatinhas.

Não muito tempo depois, cheguei até a casa de Bia novamente, adentrando na casa e encontrando a Lopez esparramada no acolchoado do sofá, de pernas para cima enquanto tinha os olhos vidrados no celular. A mesma só veio perceber minha presença quando escuta o barulho das sacolas que coloquei sobre o balcão da cozinha, rapidamente pulando do sofá até a cozinha.

- Mmm... o que você trouxe? - Perguntou a morena, abrindo a sacola antes mesmo de eu conseguir responder. - Refrigerante, pizza congelada, chocolate da marca mais vagabunda possível...

Franzi meu cenho, fazendo uma careta sobre seu comentário do chocolate.

- ...e um salgadinho.

- Eu lutei por este salgadinho. - Comentei, com um semblante que aparentava que eu havia acabado de voltar de uma guerra.

Uma expressão confusa e curiosa se forma no rosto da morena, automaticamente fazendo-a se inclinar contra a bancada. E quando vou abrir a boca para contar sobre o que houve, ouço um barulho de pacote rasgando, ela abria os salgadinhos com os olhos fixamente em mim, me arrancando uma risada.

- Aquele tão falado, irmão adotivo da Eliza, estava lá. Brigamos por esse pacote.

Ela engasga com o salgadinho, antes de soltar uma gargalhada alta. Eu definitivamente não sabia se isto era bom ou ruim.

- Brigou por um salgadinho com Apollo Hidalgo?

- Qual o problema de ser ele? - Questionei confusa.

- É porque é Apollo Hidalgo. O Apollo Hidalgo. - Ela dá um ênfase exagerado no nome do rapaz.

Eu realmente gostaria de entender toda essa fama que ele tem, ele é tão desprezível. As garotas com certeza não conhecem a personalidade daquele garoto, e só ligam para a foda que vem depois.

- Grande coisa. Ele não é nada como você acha que é. - Exclamei.

- Você acha?

Acenei com a cabeça positivamente, enquanto roubava um salgadinho do pacote recém-aberto.

- Típico de garoto mimadinho e arrogante, sabe?

- Ser arrogante só deixa os garotos mais gostosos - Ela adiciona, com um sorrisinho malicioso no rosto.

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⏰ Última atualização: Sep 30 ⏰

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Dominus - (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora