Capítulo 4: O desespero da múmia

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Capítulo 4:

-Hora de contar carneiros, lasanhas! 'Simbora! -Gritou a miniatura de um vaqueiro, deixando dúvidas no ar, que logo foram retiradas por Larry:
-O Jed disse que está na hora de dormir. Vão para seus lugares, antes de amanhecer! Ahk, eu preciso falar com você. -O faraó se aproximou do Guardião, um pouco confuso.
-Diga. -Ele ordenou.
-Você não ouviu algum barulho?
-Seja mais específico, por favor. -Pediu o adolescente.
-Hmm... Deixa pra lá. Mudando de assunto... eu vi como você olha pra Abgail...
-O q-quê?! -Ahkmenrah envergonhou-se. -Sou um faraó, Sr. Daley! Só existo para governar as nações!
-Em primeiro lugar: você ficou tão nervoso, que nem percebeu que me chamou de "Sr. Daley". Fala sério, Ahk! Você é mais velho do que eu! Além disso, qual é o mau de gostar de alguém?
Ahkmenrah ficou pensativo. Talvez, nunca se sentira de tal maneira. Quem sabe, nunca encontrou o amor de sua vida. Abgail não era como Kelsey, a sua antiga serva, por quem se apaixonou, quando estava vivo. Ele gostaria de que esta nova paixão fosse recíproca.
-Já vai amanhecer. É melhor você ir embora. -O faraó ordenou.
-E você?
-Eu vou para a casa dos livros.
-Você quer dizer... a biblioteca?
-Exatamente, Guardião. Não sou tão acostumado com estes nomes. Estive preso por mais de 3.500 anos. Devo me acostumar com a atualidade.
-Tá... eu vou indo, parceiro. Qualquer coisa, é só ir lá na minha casa.  Lembra o lugar, não é?
-Sim. -Afirmou. -Adeus.
(...)
-Olá, sr. Daley. Você viu o Benjamin, por aqui? -Perguntou a garota preocupada, para o guarda.
-Sim, Abgail. Ele disse que iria para a biblioteca.
-Muito obrigada!
-Algum motivo em particular?
-Não exatamente. Na verdade, gostaria de falar com ele, Larry.
-Tudo bem, então. Tchau.
-Tchau. -E saiu correndo, desesperadamente para o lugar onde os livros dormiam em paz.
(...)
-"O que os humanos vestem nas estações de frio? No Egito nem tinha essa coisa branca que eles chamam de neve. Mas acho que esta vestimenta é apropriada para falar com a Abgail." -Pensou o jovem faraó Ahkmenrah, que seguia tranquilamente em direção a ''casa dos livros''.
De repente, Ahkmenrah se sente diferente. Mais do que se sentiu anteriormente: sua pele, mais precisamente, seu rosto, começou a despelar. Ele sabia que estava prestes a se transformar em uma múmia novamente. E o pior: no meio da cidade.
-O quê? O que está acontecendo comigo? -Perguntou a si mesmo, enquanto se ajoelhava, e se olhava no pequeno espelho que transportava no bolso de sua calça -Minhas mãos... meus olhos... meu rosto! -Ele tinha que tomar uma atitude. Ninguém poderia saber que ele era, na verdade, um antigo faraó egípcio, que acabou de voltar à vida, com um passe de mágica, literalmente. A primeira coisa que pensou foi correr para o museu. Não era muito distante. Conseguiria falar com Larry, e, se fosse necessário ficar por lá, o fazia. Mas... e se ele virasse pó, por causa do sol? Não existiria uma múmia, não existiria um faraó, muito menos uma pessoa que lhe ajudasse, a não ser alguém que fosse gentil o bastante para retirar suas cinzas do chão podre. Não. Melhor não. Foi aí que chegou a segunda e mais sensata opção: ir para um beco sem saída que encontrou à sua esquerda. Era um lugar escuro, e onde poderia se esconder das pessoas curiosas. E, se por acaso, realmente se transformasse, estaria seguro.
-Ótimo. -Zombou. -Vou ter que ficar aqui até anoitecer. Quando isso acontecer, volto para o museu e falo ao Guardião. -E então dormiu, em cima de vários sacos de lixo.
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-Senhor, já encontramos a múmia. Ela está viva e se encontra em uma espécie de viela. -Falou um rapaz, por meio de um comunicador.
-Ótimo. Tragam-na. -Disse um homem misterioso, do outro lado da ligação. -Ela vai ser de interesse para os Caçadores Negros.

Uma noite no museu 4: Saindo das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora