capítulo 1

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Faz três dias que estou aqui no meu quarto sofrendo, não por ele, mas por me doar inteiramente para aquelas pessoas que não merecem meu amor, minha atenção, não merecem nada.

Porque tenho que acreditar sempre em tudo que falam? Porque sempre quero ver o lado bom em tudo?

Escuto passos vindo da escada. Deve ser a Jenny.

Jenny é a minha melhor amiga, que sempre estar comigo nas horas boas e nas difíceis. Como agora.

Ela bate na porta do meu quarto.
- posso entrar - ela pergunta

- sim

Ela me analisa. - que carinha é essa vida? Náo fique assim por causa daquele idiota. Ele não merece isso.- ela senta e me abraça. Como eu estava precisando disso...

- Obrigada jenny, por você sempre estar aqui comigo quando eu mais preciso de um carinho ou de um conforto.

-Eu vou sempre estar com você vida. E como eu me preocupo tanto com você, não vou deixar você assim mais. Então vamos nos arrumar e iremos pra qualquer lugar, menos ficar aqui chorando por quem não merece uma lágrima sua.

Espera um momento. Vocês devem estar se perguntado por que estou assim? Então vou contar desde do começo.

~ Flashback On ~

Um mês antes...

Estou sentada em um banco na escola, observando as pessoas já que a Jenny ficou em recuperação em física e eu não. Observo todo o ambiente ao meu redor e me deparo com um garoto vindo em minha direção.

Jeffrey estava vindo em meu encontro. OMG!!
Ele fala pouco comigo, mas eu o amei desde do primeiro momento. Jeffrey é legal com todos por onde passa. O seu jeito de ser me encantava.

Sempre o meu preferido sorriso nos lábios que me fascina.

- Oi, tudo bem? - ele fala comigo como se fosse a conversa mais normal do mundo para ele, mas não para mim.

- O...oi- falei tímida.

- Tudo bem se eu me sentar aqui?

- Claro. Pode sentar sim.

- Cadê suas amigas? Nunca te vejo sozinha, sempre esta com alguma delas- ele descontraído.

- É... Elas estão fazendo recuperação. E... Eu não fiquei.

- Legal- fica em Silêncio por um instante- Bom, vou indo pra aula, porque tenho prova na próxima aula.

- Há, claro... Tudo bem- ele me olha e estende sua mão para mim eu aperto a mesma e ele vai pra aula.

Esse tempo que ele passou comigo eu me senti tao feliz... Pena que não durou muito. Vou pra aula também pois a próxima já começa agora. Entro e me sento no meu lugar de sempre; na frente de Jenny.

- Como foi a prova? - pergunto

- Nada tão dificil. Acho que dá pra tirar uma boa nota.

As aulas passam e acabará de tocar para irmos embora.

Vejo o Jeffrey de longe onde o mesmo se encontra com seus amigos, dando saudações e indo embora. Mas antes ele sente que está sendo observado e olha ao seu redor e para seu olhar sobre mim. Dá um sorriso e se vai.

Chego em casa e vejo minha mãe; coisa que é rara.

- Oi filha- diz vindo me abraçar.

- Oi mãe. Quanto tempo - ironia à parte.

- Não faz assim Anne. Você sabe que eu trabalho duro para dar todo conforto a você.

- Mãe, você sabe que não dou valor a nada disso.

- Então você diz que não gosta de viver no luxo? Não gosta  de ter conforto?

- Não disse isso mãe. Eu agradeço tudo o que faz por mim, mas eu trocaria todo esse luxo, conforto, para ter uma vida com vocês ao meu lado, sempre quando eu precisar de um conselho de mãe, de um carinho - falo chorando - será que vocês não vêem o quão distante você e o papai são de mim? Só pensam em trabalho, dinheiro,  viagens e luxo, mas e eu mãe? Onde eu estou na vida de vocês?  Com certeza depois de tudo isso aqui, não é? - digo mostrando a casa; ou mansão.

- Não Anne - ela me abraça - eu amo você, mas tem que compreender.- me afasto dela.

- Tudo bem mãe - saio de casa sem olhar pra trás. Estou cansada de sempre ser a última em tudo.

Me sento em uma praça perto de casa. Sento em um lugar mais afastado e desabo em lágrimas. Tudo em minha vida é difícil. Por que Deus?

Primeiro meus pais fingem que não existo.

Segundo o garoto que gosto não sente o mesmo por mim.

Fico pensando em como minha vida deveria ser, quando sinto uma mão em meu ombro.

- Oi - diz Jeffrey um pouco tímido.

- Daqui a pouco vou achar que você está me perseguindo - digo e ele dá aquele seu sorriso que eu amo.

- Não...juro que agora foi coincidência.

- Vou acreditar em você só por que eu vejo que estava correndo. Então...- falo de um jeito descontraído e ele gargalha; música para meus ouvidos.

- Então quer dizer que se eu não estivesse assim- ele aponta pra sua roupa- você não acreditaria?

- Digamos que... Não - então rimos.

O clima estava muito legal entre a gente, mas de repente ficou tenso...

Ele estava muito perto de mim,  olhando nos meus olhos. Colocou uma mão ao lado do meu rosto.

- Você é muito legal. Deveria ter falado com você a muito tempo.

- É... Você foi super gentil. Eu estava super pra baixo e você me ajudou bastante - ele fica confuso - mesmo sem você saber.

Ele termina de preencher os únicos centímetros que nos separava, e me beija.

Um beijo calmo, onde tudo acontecia aos poucos. Abro minha boca e deixo ele explorar cada canto dela.

- Mais o que é isso aqui?- ele afasta nossos rostos e fica confuso.

Olhamos pra ver quem era a dona daquela voz.

- Lise?

Diário de um coração despedaçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora