Quando viu, já tinha falado. Estava com vergonha? Sim. Voltaria atrás? Nunca.
Sabia que, provavelmente, parecia bem besta a sua proposta do isqueiro por uma dança, mas viu o quanto Sakura gostava de dançar, gostou de ver ela solta daquele jeito. Algo nela o deixava estranho, por mais que não se conhecessem quase nada. Era até meio bizarro pensar que alguém que viu duas vezes, em contextos totalmente diferentes, poderia despertar algumas vontades nele.
Notou o gelo nos olhos, que observavam algo à frente. Sorriu com aquilo e tomou coragem, afinal, o que se falou, tá falado.
— E então, aceita minha proposta?
— Tenho escolha? — Respondeu certeira, virando o rosto para encará-lo. E, não aguentando a postura séria por muito tempo, caiu na risada. — Eu amo dançar, pra mim não vai ser nenhum sacrifício. Quero ver você dançando… — E foi a vez dele rir. E riu com vontade, sendo acompanhada pela mais nova. Entraram no bar descontraídos, conversando trivialidades.
Itachi não deixou de perceber os olhares da mesa em que estavam ao chegarem juntos. Deidara quase os comia com os olhos, com aquele sorriso malicioso, insinuando mil e uma coisas, como se tivesse dado tempo de eles fazerem qualquer coisa nos cinco minutos que gastaram fumando seus cigarros. Não poderia deixar de rir daquilo, recebendo um olhar confuso de Sakura que, ao olhar na mesma direção que ele, percebeu o que se passava.
— Esse Deidara… — disse, rindo em seguida. — Se bem que, em toda turminha tem alguém malicioso né? É quase que uma regra…
— Mas o Deidara é demais, não acha? — a questionou, observando ela sorrir e virar os olhos, como se concordasse em silêncio.
Chegaram na mesa como se não tivessem se ausentado nem por um segundo. Sakura pegou um copo, enchendo de cerveja gelada e tomando em um só gole enquanto Itachi sentou ao lado de Obito, como estava antes. Os olhos de Deidara partiam dele pra ela, acompanhado do sorriso maldoso. Parece que segurava algum comentário questionável, mas Deidara não era do tipo que se segurava.
— Plantão pesado hein, Ita? Já foi atrás de alívio assim, tão rápido. Os Uchihas não perdem tempo mesmo né? — Passou a olhar para Obito, que quase teve um siricutico. Estava de saco cheio das piadas de Deidara, por mais que fossem verdade. Porra, ele realmente estava afim de Konan, mas o que o loiro do Tchan tinha a ver com isso?
Ignorou, olhando para Itachi que abaixou a cabeça, rindo a balançando, em negação.
— Sua animação é a mais, Deidara. — Itachi respondeu, segurando o riso. — E sim, o plantão foi bem pesado, mas eu jamais trataria a Sakura ou qualquer mina que fosse como “um alívio”.
— Iiiiiih lá vem o militante. — Todos da mesa riram, inclusive Itachi. Sabia que o humor malicioso e sem filtro de Deidara não era maldade. Era meio bizarro às vezes? Era. Inoportuno? Era também. Mas, pelo tempo de convivência, estava se acostumando. Essas novas nuances de pessoas o deixavam, de certa forma, animado. Gostava de conviver com o diferente, afinal, o que seria do azul se não existisse o amarelo?
Foram interrompidos pelo apresentador, que se apressou em explicar ao público que, por problemas técnicos, a segunda atração da noite, uma banda chamada Taka, não se apresentaria. Algumas vaias em decepção foram ouvidas, mas logo foram cobertas por gritos animados quando o mesmo anunciou que a Akatsuki se apresentaria naquele momento.
Estava tão apreensivo quanto Obito, que suava frio. Konan, Hidan e Deidara estavam mais tranquilos. Receberam os aplausos e seguiram em direção ao palco. Teriam ainda algum tempo para ajeitar as questões do som.
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Meu Abrigo (ItaSaku)
FanfictionÁs vezes a vida bate tanto, a ponto de nem sentirmos mais dor. Sakura e Itachi se encontram em um momento delicado, mas a vida também tem dessas.