31 de outubro de 2022
Assim que atravessei a porta da casa dos Jackson, paralisei sem saber o que fazer, o coração batendo rápido no peito.
E agora?
Será que teria desistido? Estou a salvo? Ele não iria invadir uma casa, não é?
Talvez estivesse apenas brincando e, agora que corri para dentro, ele estaria seguindo outra menina pela rua. Eu com certeza não combinei nada com ninguém, a não ser com Jasper.
Mas quem era aquele cara? Seria um dos meninos do time que resolveu brincar comigo? A regra era simples, podia ser um joguinho pervertido esse de caçar meninas pela rua, mas não era uma bagunça total de ninguém é de ninguém. A gente tinha ciência de quem estava nos caçando até onde eu sabia, não tinha essa de mais de um cara caçando a mesma garota. Se bem que ouvi uns boatos sobre Mona, do grupo de teatro, estar num trisal com os gêmeos do time da natação, mas, sinceramente, se fosse verdade era um caso à parte. Também já houve casos de uma briga feia entre dois meninos do primeiro ano que queriam caçar a mesma menina.
Então talvez esse cara que estava me perseguindo fosse apenas um dos garotos que estavam a fim de mim e resolveu querer uma chance?
Mas quem?
E onde diabos estava Jasper?
Inferno! Corri o olhar para a sala na penumbra dos Jackson. Eu não deveria ter entrado, será que eles não estavam mesmo em casa? Que merda seria se Suzannah me pegasse invadindo sua casa como uma ladra qualquer. Minha mãe ia me deixar de castigo até a formatura, com certeza. E o tonto do Roman que me odiava provavelmente ficaria feliz de chamar a polícia para que eu passasse uma noite na cadeia antes do meu padrasto pagar a fiança e eu me transformar na vergonha da família.
Fora a vergonha da escola.
Apurei os ouvidos para os ruídos e a casa estava em silêncio total, apenas os sons dos gritos e da algazarra lá fora que agora iam se distanciando à medida que o caos da destruição se afastava.
Na ponta dos pés, caminhei de volta até a porta e girei a maçaneta. Nada.
Não funcionava... Como?
A porta foi trancada por fora? Que diabos...
O que estava acontecendo? Certo, a porta da cozinha! Precisava sair daquela casa. Mas a casa estava tão escura que tinha medo de tropeçar e cair.
Tudo bem se eu ligasse a luz?
Corri os dedos pela parede e encontrei o interruptor e apertei.
Nada.
Não acendia. A casa estava sem luz?
Lembrei do meu celular no bolso e acendi a lanterna. A sala se iluminou na semiescuridão, que parecia mais assustadora do que o escuro total, mas munida de alguma coragem, avancei casa adentro, indo em direção à cozinha, com o intuito de chegar até a porta.
De repente escutei um barulho e parei em frente à ilha.
Meu coração disparou de novo.
— Suzannah? Roman? — arrisquei chamar porque preferia que fossem os Jackson ali a outra alternativa.
Silêncio de novo.
Girei nos calcanhares quando senti minha nuca arrepiar e apontei a luz para a cozinha à frente em conceito aberto dos Jackson. E soltei um grito quando o vulto se revelou do outro lado da ilha me encarando. Apontou uma lanterna pra mim, com um facho de luz fantasmagórica que me cegou e me fez deixar cair o celular no chão.

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Perversos
RomanceATENÇAO **Este livro ficará completo aqui apenas até o dia 31 de dezembro!**