único

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Kim Chaewon era uma ômega de 20 anos. Atualmente cursava nutrição em uma faculdade da Coreia do Sul e aparentemente estava falida. A faculdade era paga e ainda por cima havia perdido seu emprego - foi pega cochilando no caixa e foi pro olho da rua! Ela até que nao tirava a razão do gerente, dormir no caixa após ter passado a noite toda com uma companhia cara e extravagante era imperdoável, por mais que insistisse em dizer ao patrão que estava levemente doente.

Ela poderia simplesmente tentar a carreira de modelo se quisesse, ela tinha um corpo e um rosto lindo, mas só de pensar nisso seu estômago embrulhava. Chaewon tinha um preconceito absurdo com modelos e toda pressão estética que girava em torno delas.

Grunhiu alto e emburrada quando entrou em seu apartamento e se deparou com uma carta jogada no chão, próxima à porta. Agachou e examinou o material. Certo, contas. Deixou a carta onde a havia encontrado e se jogou na cama macia. Suspirou profundamente.
 
O que poderia fazer agora que estava perdida? Voltar a morar com seus pais? Nunca, se tinha saído de lá para ter mais independência não iria voltar de uma hora pra outra, principalmente depois de desabafar com eles, não aguentava o fato de ter que aguentar eles empurrando alfas babacas pra cima dela.

Ela poderia ir embora? Talvez ninguém sentisse sua falta direito, ela não sabia, mas talvez alguém. Talvez o gato do vizinho que ela cuidava às vezes. É, ele poderia sentir a sua falta. Que dramalhão! Pegou o celular e começou a procurar algo, o que quer que fosse. Bom, ela não tinha nada para fazer no momento, e chorar por seu fracasso era chato demais, então decidiu entrar em seu site favorito, dando de ombros.

O que poderia ver? Começou a tirar seu shorts curtíssimo e o tirou com apenas uma mão, com uma facilidade admirável. Fez o mesmo com a calcinha, deixando-a na ponta dos pés. Abriu as pernas como quem não quer nada e acomodou-se no travesseiro, deitada. Mordiscou os lábios com força, pronta para esquecer todos os seus problemas. Mas, para sua desgraça - ou não -, antes que o vídeo que ela havia escolhido a dedo começasse, um anúncio curioso apareceu.

Várias garotas em pequenas telhinhas apareceram, com nomes de qualidade duvidosa embaixo e várias bolinhas verdes, insinuando que elas estavam ao vivo. “Você gosta de ganhar dinheiro fácil e em casa? Então junte-se a nós e torne-se uma 'camgirl' também. Tudo o que você precisa fazer é criar uma conta.”, dizia a voz num tom absurdamente e forçadamente sensual. O vídeo começou. Mas Chaewon não conseguiu esquecer o que aquela provável propaganda dizia.

[...]

Alguns meses se passaram e no momento, Chaewon ou Michelle Kim, como preferir, estava sentada em sua cadeira giratória de rodinhas, em frente ao seu computador, com a webcam ligada. Seu rosto estava coberto por uma máscara preto e branco e seus lábios estavam pintados de vermelho. Em seu pescoço, você podia ver uma coleira preta brilhante. 

- Olá, docinhos, boa noite. - sorriu divertida, encarando a câmera. - Aqui é a Michelle Kim, ao vivo. Não se esqueçam de clicar no “gostei”, hm? Bom, acho melhor se prepararem, porque hoje é sexta-feira. As coisas vão ficar bem quentes por aqui. - deixou escapar uma risadinha enquanto começava a desabotoar sua camisa branca lentamente, mostrando suas unhas recém pintadas de preto.

Ela levou seus olhos até os comentários e riu alto, debochada.

- “Você é perfeifa demais. Meu sonho te conhecer.” Como vocês são danadinhos, assim não tem graça. A graça é não me ver. - tombou sua cabeça para o lado, agora finalmente deixando o tecido fino cair por seus ombros e mostrando seu sutiã de renda em detalhes transparentes. - Qual o tema de hoje? Vocês querem adivinhar? - voltou a ler os comentários, rindo mais uma vez. - Obrigada pelos chestnuts Jennyfah, prometo não te decepcionar.

girl behind the camera (PuRinz)Where stories live. Discover now