Começo

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Malibu
Sete anos atrás
12/03/2017

Melanie Sade

Eu estava na mesa de jantar junto de minha mãe e pai, sou filha única, talvez um pouco mimada por ser filha única e meus pais terem muito dinheiro.

- Como foi a escola Melanie? - Meu pai perguntou assim que terminou de fazer a oração.

- Foi boa, papai - Falei levando uma colher de comida em minha boca pequena e bochechas grandes.

Minha mãe não dizia uma palavra, já dava pra perceber que eles dois tinham brigado mais uma vez, meus pais são o casal perfeito...de frente as câmeras.

Começamos a comer nossas comidas, logo eu terminei e me levantei indo correndo para meu quarto brincar com minhas bonecas, pego minha boneca que eu ganhei recentemente de meus pais, me sento no chão fingindo brincar de hora do chá com minha boneca.

Começo a ouvir uma gritaria do lado de fora do meu quarto, sendo mais exata na sala, corro até o andar de baixo e vejo meu pai chutando minha mãe, sem pensar duas vezes, corro para cima do homem gigante.

Começo a bater em suas costas e gritando para que ele solte e pare de bater em minha mãe.

- Larga minha mãe, seu monstro - Falo ainda batendo em suas costas então sem perceber meu corpo minúsculo bate contra a parte de baixo do sofá.

Meu pai tinha me jogado no chão, ele olha para mim com o rosto vermelho de raiva logo sai andando com suas chaves na mão, me levanto bruscamente indo até minha mãe que estava chorando e sangrando no chão.

Ela estava grávida, provavelmente perdi meu irmão que faltavam dois meses para nascer..

Minha mãe me empurra e começa a gritar comigo, meus olhos enchem de água e eu começo a chorar por causa das agressões verbais que a mulher falava para mim.

- Você é estúpida, idiota, eu te odeio Melanie, te odeio! Nunca quis você como filha, agora seu pai vai ficar bravo comigo por sua causa.

- Eu só queria..

- Calada garota estúpida, inútil! - Ela grita antes que eu termine de falar.

Saio correndo para o jardim de minha casa, me escondo em um arbusto onde eu ficava quando meus pais brigavam, tinha uma casa do outro lado do muro, não abandonada só era uma casa mais simples..

Me sento com meus joelhos levantados e minhas mãos agarrando eles enquanto abaixo a cabeça e começo a chorar como se não houvesse o amanhã.

Ouço uma voz do outro lado do muro, parecia ser um garoto.

- Oi, por que tá chorando?

Procuro pela voz mas não acho ninguém.

- Aqui!! - Procuro a voz e vejo um olho pelo buraquinho que tinha entre meu muro e o muro da casa do lado.

Corro até o buraquinho e coloco meu olho no lugar, igual estava o garoto.

- Oi - Comprimento o garoto, seus olhos eram bem chamativos, o olho dele era num tom verde escuro, quase um preto mas não preto..

- Porque tá chorando?

- Minha mãe me chamou de idiota e estúpida.. - Falo deixando lágrimas escorrerem por meu rosto.

- Você não é estúpida e muito menos idiota

- Mas você não me conhece, como vai saber?

- Não preciso te conhecer para ter certeza que você não é estúpida! Agora me diz, qual é o seu nome?

- Obrigada. Me chamo Melanie

- Melanie...nome bonito - ele disse entre uma pausa a outra.

- Obrigada, qual é o seu?

- Hen..- Um grito do lado de dentro de minha casa interrompe o garoto de terminar.

- Melanie, cadê você? - Minha mãe grita
- Vai lá, Mel - Seus olhos fecham como se estivesse dando um sorriso - Tchau Hen - Sorrio de volta e saio correndo até a porta de entrada da cozinha, dando de cara com minha mãe.


[...]


12/03/2024


Mais um dia ter que ir para aquela escola irritante onde ninguém tem opinião própria, apenas concordam com o que eu falo, até parece que eles tem medo de mim, mato nem uma mosca imagina alguém.

Hoje eu completava meus tão queridos 18 aninhos, minhas amigas falam que um aniversário é a data mais especial de nossas vidas, eu discordo, minha vida é sempre uma rotina, não vai ser no meu aniversário que vai mudar.

Eu já tinha tomado meu banho da manhã e estava em meu guarda roupa procurando uma roupa decente para ir ao inferno que chamam de escola.

- Essa não, essa eu já usei, essa me deixa gorda, essa me deixa xoxa e capenga. Droga, não tenho roupa - Falo olhando para o chão aonde tinha mais que a metade do meu guarda roupa

Acabo decidindo ir de uniforme mesmo, pego minha saia preta, minha blusa social, calço meu tênis e logo já estou pronta com minha mochila em minhas costas.

Não vejo ninguém em casa, o que já era de costume, dificilmente tinha alguém naquele lugar, pego uma maçã e saio de casa indo direto para a escola.

Assim que coloco o pé na escola já consigo sentir os olhares sobre mim, na real eu amava aquilo de me sentir poderosa, estava a atravessar a rua quando uma moto vem em minha direção naquele exato momento eu pensei que eu iria de arrasta, mas a moto desvia, não dava para vê muito a pessoa que estava pilotando mas seu olhar enquanto passava por mim me hipnotizou.

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