Jeon Jungkook é o fotógrafo mais adorado de Busan. Porém, mesmo rodeado de admiradores do seu trabalho, sente-se sozinho. É odiado pela própria família e não tem muitos amigos, mesmo sendo um rapaz meigo e respeitoso. Em uma noite, alguém abandona u...
Atenção! ●Este capítulo contém menções de abandono de incapaz●
É tarde da noite. Pouco mais de onze horas. Jungkook edita algumas fotos para um cliente exigente, parando vez ou outra e bebericando seu café.
Sua linha de raciocínio é encerrada de repente. Alguém toca sua campainha.
— Quem pode ser essa hora da noite? — Bufando, se força a deixar seu escritório assombroso para atender a porta. Ao abrí-la, não encontra ninguém. Olha para os lados e nada avista. — Sério isso? — Resmunga. Escuta balbucias chorosas e desce a visão. Em seu tapete de entrada, há um bebê dentro de um cestinho. Confuso, ele encara a criança gordinha por um tempo, sem ideia do que fazer.
Nota uma carta embaixo do neném. Com cuidado, afasta a perninha roliça e pega o papel. Rasga o envelope e lê a escrita torta.
"Por favor, cuide desta criança. Nunca a desejei. Seu nome é Jimin. Tem 10 meses. Não tente me procurar. Não o quero novamente em minha vida!"
Abismado, Jeon esfrega o rosto, amassando o papel.
— Como podem fazer isso com um bebê? — A pequena bolinha cabeluda tenta engatinhar para fora do cesto. Jungkook é mais rápido. O ergue desajeitadamente nos braços e procura por ferimentos. — O que eu faço com você, coisinha? — Olhinhos pequeninos lhe fitam. — Será que te levo no hospital? — Suspira, pensativo. — É o melhor a se fazer, né? — Entra rapidamente para pegar a chave do carro, celular e documentos.
— Não é muito legal levar criança sem cadeirinha. Mas é o jeito! — Ao destravar o carro, toma seu lugar e senta o bebê no outro banco apenas para afivelar o cinto. — Vamos lá, cabeludinho! — O põe em suas pernas. As minúsculas mãozinhas fofas são postas sobre as de Jungkook, estas que seguram o volante. — Vai dirigir também? — Ri, vendo o neném gritam empolgado.
[...]
Há algumas pessoas com seus filhos na ala pediátrica do hospital. Ao entrar, Jungkook é firmemente encarado por pais cansados e suas crianças enfermas.
— Que povo estranho! — Murmura somente ao bebê em seu colo.
— Boa noite. Como posso ajudar? — A enfermeira na recepção o indaga.
— Boa noite. Eu preciso que avaliem esse neném. Ele foi deixado na porta da minha casa faz poucos minutos! — A moça lhe encara com descrença.
— Tem como me provar? — Puxando paciência dos confins da Terra, Jeon a mostra imagens da câmera de segurança no celular. É possível ver um ser encapuzado largando Jimin no tapete da frente. Incrédula, a enfermeira arregala os olhos. — Mil perdões por duvidar de você, senhor!
— Tudo bem. Acontece!
— O Dr. Kim Taehyung está de plantão hoje. Irei encaminhar o bebê pare ele. Aguarde um instante, ok?
— Certo! — Acomoda-se em uma poltrona. Tranquilo, o pequeno Jimin admira o relógio no pulso do fotógrafo, hipnotizado com o ponteiro e seu tic-tac quase inaudível.
— Oh, que lindo seu bebê! — Uma mulher um pouco mais velha que Jungkook comenta, ninando sua criança no carrinho. Tímido, Jeon a lança um sorrisinho, alisando os exuberantes fios do bebê em seus braços. — Tem quantos meses?
— 10. Tem 10 meses!
— Puxa, tem certeza? Ele parece um bebê com seus 5 ou 6 meses. — Jungkook analisa o corpinho e as feições da bolotinha sorridente. De fato, Jimin é um bebê bem pequeno para a idade que deveria ter.
— Ele... nasceu prematuramente! — Inventa a resposta, que faz completo sentido em sua cabeça.
— É um guerreirinho! - Sorri para Jimin, este que lhe devolve o gesto. - Mas é muito simpático esse príncipe, né? — Imita uma voz fina, divertindo ainda mais o bebê.
De soslaio, Jungkook percebe a enfermeira cochichando com um médico e apontando para si, parecendo assustada. Antes que pudesse pensar em uma forma de escapulir, é chamado por ela. Trêmulo, ele chega perto, abraçando o bebezinho.
— Bom noite. Me chamo Dr. Kim Taehyung! — Aperta a mão do moreno. — E você? como se chama?
— Jeon Jungkook!
— Prazer, Sr. Jeon. Bom, vamos ver como está esse baixinho? — Guia Jungkook até um consultório colorido, com desenhos infantis espalhados por toda a sala e brinquedos em prateleiras baixas.
— O que você e aquela enfermeira estavam conversando? — Pega o pediatra de surpresa.
— Oh, pensei que não iria notar. — Inspira profundamente. — Sr. Jeon, pedi a ela para chamar a polícia e um assistente social. Esse bebê foi abandonado e precisamos descobrir quem foi!
— Na carta que veio com ele, a pessoa disse que não queria ser encontrada! — Dr. Kim solta o ar acumulado nos pulmões.
— Mas é o protocolo do hospital, Sr. Jeon. Estou apenas seguindo regras. Enfim, preciso avaliar o bebê! — Dá batidinhas na maca, chamando Jungkook silenciosamente. Ele senta o bebê ali, que olha para tudo, super desconfiado. —Tire a roupinha dele, por favor. Preciso pesá-lo!
Meio contragosto, Jeon faz o que é lhe pedido. Já peladinho, o bebê choraminga com frio. Taehyung eleva o corpinho gorducho e o deita na balança.
— 7 quilos e 465 gramas. Quantos meses ele tem?
— 10 meses!
— Está ótimo. Mas ele é pequeno para a idade. — O devolve a maca macia. Posiciona ao lado de Jimin uma régua esquisita e força, devagar, os pezinhos dele para ficarem parados. — 60 centímetros. Ele deveria ter uns 68 ou 70 centímetros!
— Você acha que ele pode ter nascido prematurinho? — Indaga aí médico, vestindo novamente o bebê.
— É uma probabilidade! — Escuta o coração do neném e os pulmões. Avalia olhinhos, orelhinhas e garganta. — Tudo normal. Ele está saudável. Mas quero realizar alguns exames mais profundos. Preciso que o deixe aqui esta noite. Provavelmente, o assistente social e os policiais aparecerão por aqui amanhã e vão levar o bebê a um abrigo para ser adotado. Você fez bem em trazê-lo! — Deixa um tapinha no ombro de Jungkook. — Se quiser, já pode ir!
— Obrigado, doutor. Tchau, baixinho. Se cuida! — Acena ao bebê e se retira da sala.
Dentro do carro, a caminho de casa, sente a culpa cair sobre seus ombros em deixar aquele ser indefeso sozinho. Porém, não há muito o que pode fazer.
— Pare com isso, Jungkook. Você não tem tempo para uma criança! - Bate no próprio rosto, querendo pôr os pensamentos em ordem. — Aish, o que eu faço? — Se remexe no banco, irritadiço.
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Meta para este capítulo: (50 comentários!)
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Bem curtinho, só para começar🙃
Espero que gostem♡
Sempre tentarei deixar fotinhas no final dos capítulos❤️
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