Gata, macarrão e cafuné.

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Ramiro dirigia em direção a sua casinha, depois de um dia agitado e trabalhoso. Se sentia exausto, e tudo que queria era deitar na sua cama, descansar e esquecer todas as coisas horríveis que seu patrão lhe disse.

Trabalhava para Antônio fazia 2 anos, estava acostumado ao temperamento do patrão, mas o dia de hoje havia sugado todas as suas energias. Se sentia péssimo. Precisava de um momento sem se preocupar em ser algo que não é, precisava se sentir bem, precisava de alguém. E ele sabia quem.

– Kevin? – disse o peão ao telefone, não costumava usar muito o aparelho, principalmente por se perder todo em meio as letras, mas precisava escutar a voz do loiro. – Cê tá muito ocupado? Tem como passar lá no meu quartin não?

– Oi Rams! – respondeu o mais novo, com carinho – Ah, então.. – riu ao telefone – Eu meio que já tô aqui sabe...

– Ué, o que ocê tá fazendo aí? – perguntou confuso – Ocê não tá aprontando não né, seu Kevin? Olha, olha..

– Que aprontando o quê! Tô aprontando nada, acontece que eu precisei passar aqui, por causa de uma emergência.

– Que emergência? Cê tá bem? Tá machucado? – perguntou compulsivamente, preocupado – Foi alguém? Porque se alguém mexeu c'ocê...

– Meu deus, não! Eu tô bem homi, se acalma – respondeu o mais novo – Eu gosto de saber que você se preocupa comigo, mas eu tô bem. Não esquenta a cabeça, vem logo, tamo esperando você.

– Hum, tá bom, então tô indo. – respondeu, ainda desconfiado – Pera, tamo? Quem tá mais aí?

– Tchau Rams!

– O que? Kevinho??? – o moreno tentou chamar, mas o outro já havia desligado.

                                 ★

O loiro estava sentado na cama, junto da sua mais nova companhia, quando Ramiro entrou pelo quarto agitado.

– Kevin, que história é essa, tá trazendo quem pra cá? – o cacheado exigiu, emburrado – Quando eu disse que esse era o nosso cantinho, eu quis dizer que é só a gente. – disse, encarando o mais novo, que havia se levantado

– E o "Oi?", "Boa tarde?", "Como você tá?" Não existe? Tô muito bem, obrigado. – respondeu, sarcasticamente.

– Ocê não brinca comigo que eu não tô com paciência – respondeu, irritado

– Tá bom, tá bom – cedeu o loiro – conheça o meu mais novo companheiro –  disse o mais novo, apontando para a cama.

– UM GATO? – o moreno exclamou, chocado – O que que cê tá fazendo com um gato Kevin??? – respondeu agoniado.

O loiro podia até não saber, mas Ramiro morria de medo de gatos. Só de ouvir o miado o barbudo sentia seu coração gelar. Para ele eram serem imprevisíveis, sem alma ou coração, que estavam tramando o fim da humanidade, é ninguém, fora ele, havia percebido os planos diabólicos deles.

– Gata! – corrigiu Kelvin – Ramiro, conheça Eurídice, Eurídice esse é o Ramiro, ele é meio irritante, mas você se acostuma – disse o loiro, se sentando na cama, ao lado da gata.

– Eu o que? – perguntou Ramiro, ainda afastado da cama, procurando um lugar seguro. Se aquela gata atacasse ele estaria pronto... É claro, não conseguiria salvar Kelvin também, mas esse é um preço a se pagar pela sua sobrevivência.

– Eurídice – repetiu o menor – Faz homenagem a mitologia grega, mas isso não importa. Encontrei ela aqui perto quando estava vindo te visitar, estava toda sujinha, coitada – disse, formando um bico tristonho – Mas aí eu trouxe ela pro seu quartinho, dei um banho nela e dei também uma ração que eu comprei aqui perto. – terminou a frase com um sorriso, estava feliz em saber que a gata não corria mais perigo.

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⏰ Última atualização: Nov 26, 2023 ⏰

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