Prólogo.

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2013. Londres, Inglaterra.

O ato de pensar pode nos levar à muitos cenários distantes da realidade, cenários esses que podem nunca acontecer. Sempre se deve pensar em sua ações antes de realizá-las de fato, as consequências podem ser desastrosas quando não há cuidado.

Elizabeth sempre pensa uma, duas, três, quatro e mil vezes nas coisas antes de realmente fazê-las, ela tem medo do que pode acontecer caso algo dê errado. Mas, ela não pensou uma segunda vez antes de pegar a criança, colocá-la no carro e sair dali o mais rápido possível.

Sua ansiedade está mais forte que nunca agora. Ela pode sentir a cabeça latejar, o coração apertar no peito, a respiração curta e apressada, as mãos magras suando enquanto ela aperta com força o volante e tenta manter a atenção na pista. Ela está com medo.

Os cabelos pretos lisos estão bagunçados por causa do vento que entra pela janela e por todas as vezes que a mulher olha ao redor. Ela verifica novamente a criança no banco traseiro, apenas para se certificar de que está tudo bem. Está tudo bem? Não. Sua mente grita que algo está errado. Algo está muito errado. Ela sente que ele virá.

Se esconda. Mais rápido. Corra, Elizabeth. Ela para o carro em um hotel na beira da estrada em que estava e olha o menino. Ele a olha de volta, em silêncio. Desde que entrara no veículo, o garoto não disse nada. Nem uma pergunta. Nenhum choro. Nem uma palavra.

— Meu amor, eu já volto. Tudo bem? Será rápido, eu apenas vou fazer uma ligação e voltarei. Não faça barulho, fique quietinho e espere por mim. - Ela diz sussurrando enquanto sorri fracamente para o menino que assente, ainda sem dizer nada.

Ela desce do carro e para por um momento olhando o Hyundai Azera. Tenho que me livrar desse carro. Pensa rapidamente ao fechar a porta e correr até o hotel. Na recepção, há um balcão a sua frente onde uma garota loira está apoiada. A menina levanta os olhos para a porta ao ouvir o sino, suspirando.

— Boa tarde, Senhorita. Posso ajudá-la? - A voz preguiçosa denuncia o quanto a garota deve odiar seu trabalho, ela nem se dá o trabalho de arrumar a postura enquanto fala. Seus olhos estão presos no celular em sua mão.

— Boa tarde, eu posso, por favor, usar seu telefone? - A garota apenas acena com a cabeça em direção ao telefone no canto do balcão, sem se importar muito. Elizabeth é rápida em pegá-lo e discar o número há muito decorado.

Ela se vira de costas para a menina, olhando para o lado de fora, especificamente ao seu carro, enquanto bate levemente o dedo no telefone em sua mão. Por fim, desliga a chamada e agradece a garota que não prestou atenção em nada do que acabara de acontecer, ela retorna ao carro, volta para a pista e vai embora. Um pouco menos apreensiva.

O garoto pisca lentamente enquanto observa as gostas de chuva escorrer pelo vidro da janela, ele está ficando com sono e o som da chuva no teto do carro está fazendo seu sono tomar conta de sua mente. Ele está há tanto tempo sentado nesse banco que pode começar a sentir seu corpo doer e o cansaço vir mais forte.

Sua mãe não disse para onde estão indo agora, mas ele sabe que não precisa temer. Ela o protegerá. Como sempre o fez. Ele pisca. Tentando manter os olhos abertos. Olha para o banco da frente onde pode ver sua mãe suspirando mais uma vez, ela parece exausta.

Será que vamos para o Alasca? Seria incrível ver a aurora boreal. Um sorriso mínimo, a primeira e única mudança no rosto do menino franzino. Jungkook tem apenas 6 anos, mas ele sabe mais do que uma criança de 6 anos deveria saber. Ele sabe que estão fugindo. Ele sabe que precisam fugir.

Apesar disso, ele não está com medo. Ele vai ser forte por sua mãe, para poder protegê-la como ela o protege agora. Com esses pensamentos, o garotinho adormece. Sonhando com um futuro onde ele é forte por eles dois e então, não vão continuar fugindo.

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