A primeira vez que senti seus lábios foi estranho, mas não foi ruim, e foi a primeira vez que eu beijei alguém, e lembro que foi inusitado sentir sua saliva, um gosto doce que vinha da boca dele, por conta dos chicletes que ele tinha consumido, além das sensações que me causou. Como antes, sou eu que tomo a iniciativa, mas dessa vez o beijo é mais intenso, afinal, não temos mais treze anos.
Enquanto sugo seu lábio inferior, sinto suas mãos se envolverem em minhas costas, e mais uma vez, ele retribui meu beijo, dando leves puxões em meus lábios, roçando com mais intensidade, e em seguida sinto sua língua adentrando minha boca, solto um leve gemido, que entrega o meu desejo por ele. Sua língua toca a minha, enquanto minhas mãos se envolvem em seus cabelos. Nosso beijo vai ficando intenso demais, e eu sei que devo parar antes que eu, ou ele fiquemos excitados demais.
Nossas respirações vão ficando ofegantes a cada investida de seus lábios nos meus, até que não sinto seus lábios tocarem os meus. Abro os olhos, e não sei o que dizer, o que fazer depois desse momento prazeroso entre nós. Ele respira ofegantemente, e seus olhos me encaram com surpresa mais uma vez.
"Win, eu... Porra, o que foi isso?", ele pergunta como se eu soubesse a resposta, estou tão perdido quanto ele.
Antes que eu abra a boca para respondê-lo, escutamos uma voz. "Ora, ora... O que tá rolando aqui?", olhamos na direção que vem a voz, atrás de nós. "O meu primo beijando o cara que todo mundo quer pegar na escola?"
"Eh... Eu...", ele não consegue falar.
"Eu não sabia que você curtia garotos!", ele fala, e um sorriso debochado se forma em seus lábios.
Ele olha para mim, seu olhar é temeroso. Em seguida, volta a olhar para o imprestável do Oat. "Eu... Eu não gosto de garotos!"
"O QUÊ?", eu e Oat falamos em uníssono.
"Por que me beijou?", pergunto inconformado.
"Você me beijou, e eu apenas retribui!"
Eu me afasto dele, e pergunto incredulamente. "Como é que é? Você me beijou como retribuição? Como uma forma de caridade, é isso?"
"É que... Eu... Eu..."
"Olha, quer saber? Pega a sua caridade e enfia no...", antes que eu conclua minha frase, Khai aparece e me atrapalha.
"Winnie, o que tá acontecendo?"
"Nada Khai, não tá acontecendo nada!"
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Roommates
RomanceWin é um adolescente que está prestes a completar 18 anos, e desde os 13 anos vive recluso em colégio interno porque sua mãe achava que era uma fase, e ele poderia mudar o que sentia. Win passou os últimos 5 anos de sua vida trancado em um internato...