Fim

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6 anos depois...

- Oh, mãe! – Lori gritava. – MÃE!

Larissa terminou de calçar o tênis e foi ao quarto dela. Chegou na porta e a encontrou deitada no chão olhando pro teto com a luz apagada.

- O que eu falei sobre gritar, Lori?

- Que não precisa! – A menina respondeu com voz dengosa.

- Pois é! – Larissa se aproximou tentando entender porque ela estava deitada no chão.

Lori sempre inventava alguma coisa nova pra fazer e Larissa ficava impressionada com a criatividade da menina, que exalava alegria a todo momento.

- Nós já podemos ir? – A pequena perguntou, se sentando e a olhando com expectativa.

- Daqui a pouco, primeiro vou terminar de me arrumar! – Larissa respondeu com calma, sentando no chão ao lado dela. – Porque tá no chão?

Apesar de estarem vestidas para saírem, Larissa não se importou de sentar no chão. A mulher da limpeza havia saído a pouco tempo e toda a casa estava brilhando de limpeza.

- Porque daqui as estrelas ficam mais bonitas, mãe! – Ela falou como se fosse uma resposta obvia e se deitou no chão novamente.

Larissa riu e olhou para o teto, onde as luzes do quarto dela pareciam ser estrelas. Deitou-se ao lado dela, sentindo-a a abraçar.

A verdade é que ela e Ohana já tinham feito isso muitas vezes. Quando Lori completou 7 meses foi o momento em que puderam a colocar para dormir no quarto sozinha, já que a mesma já dormia a madrugada inteira sem acordar. Mas, não foi tão fácil quanto elas pensaram que seria.

A rotina delas iriam mudar, elas estavam acostumadas a ter Lori lá e saber que ela estava segura ao lado delas. E deixa-la sozinha naquele quarto, mesmo tendo a babá eletrônica, parecia ser algo não seguro, parecia as distanciar.

Mesmo assim, elas sabiam que tinham que fazer isso. Então, toda noite quando era o horário de Lori dormir, elas a colocavam no berço e deitavam no chão ao lado da pequena, olhando o teto estrelado do quarto até criarem coragem de finalmente sair.

Palavras não eram necessárias naquele momento. Elas ficavam apenas ali, em silencio e abraçadas. Algumas vezes caiam no sono e quando Larissa acordava, carregava Ohana para o outro quarto.

Foi assim nas primeiras semanas, até elas acostumarem.

- Já podemos ir? – A voz de Lori a tirou dos pensamentos.

Ela riu. Tinha acabado de responder essa pergunta e sabia que a filha tinha entendido. Era só ela a apressando.

- Depois que eu me arrumar, iremos!

- Mas, a senhora já tá arrumada! A mamãe vai terminar o trabalho e a gente não vai estar lá, mãe! – Ela falou com voz chorosa. – Vamos, mãe!

- Vamos! – Larissa se levantou.

Era sempre assim quando elas iam buscar Ohana. A menina queria ir mais cedo pra quando a mãe fechasse a livraria, elas já estivessem lá a esperando, tendo uma ideia de que se atrasassem, Ohana ficaria sozinha no meio da rua. Sendo que, Ohana só fechava quando elas chegavam.

Larissa mandava uma mensagem dizendo que tinha chegado e então a loira aparecia com um sorriso no rosto, Lori corria desesperada para os braços da loira e Larissa ia em passos curtos a ajudar a fechar.

A morena sempre falava pra ela deixar os seguranças ou alguma funcionária até ela fechar a livraria, mas Ohana teimava em dizer que não precisava então Larissa não insistia. E como era assim desde quando ela comprou a livraria, sabia que nunca mudaria.

Tudo Que Você Nunca Teve - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora