• Capítulo IX •

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Eclipse estava andando perto da fronteira do território do Clã da Lua, até que avista um melro-azul que estava ocupado se limpando. Eclipse sem pensar duas vezes entrou em posição de tocaia enquanto mantinha o vento em sua direção, pulou na ave, que começou a ficar agitada tentando se soltar das garras do felino, porém falhou, em apenas uma mordida Eclipse matou o animal, o mesmo escondeu a presa em um tronco de árvore seco e então avistou Pata de Deserto disparando em direção ao felino que logo foi derrubado.

- Que isso Pata de Deserto! - Ele miou, se levantando.

- Ah, é apenas você! Eu pensei que fosse um vilão!

Ele soltou alguns roms-roms.

- Pé Ligeiro um dia me contou sobre um vilão que traiu Estrela Rasgada, ele era um língua de cobra!

- Pode contar mais? - Ele perguntou.

- Ah claro, Pé Ligeiro me disse que Estrela Rasgada em sua época de guerreiro recém nomeado tinha feito um amigo gatinho de gente, ele era até legal porém o clã nunca iria aceitá-lo. Um dia, esse gatinho de gente desapareceu e Estrela Rasgada nunca mais o viu, só depois de três luas ele voltou e atacou Coração de Faísca e tentou matar Estrela Rasgada, ninguém sabe o motivo dele ter feito isso. Mas então ele desapareceu novamente e nunca mais foi visto, às vezes eu ouço as conversas dos anciões falando sobre ele, dizem que ele morreu, outros dizem que ele ainda anda pela floresta, mas eu acredito que ele já se foi. - Ela terminou.

- Já dá pra ver que ele era realmente um língua de cobra. - Eclipse miou.

- Era mesmo! Se eu o visse acabaria com ele!

- Como ele se chamava? - Ele perguntou.

- Acho que era Furão, ou alguma coisa assim.

- Ah, certo. Mas por que está tão longe de seu clã? Aqui é a fronteira.

- Estamos com poucas presas e vim caçar um pouco, e então pensei que você poderia me ajudar.

- Claro! - Eclipse exclamou. - Eu acabei de pegar um melro-azul, fique com ele!

- Obrigada! - Ela agradeceu.

Enquanto conversavam, Pata de Deserto empinou as orelhas após sentir o cheiro de coelho no território.

- Coelho.. - Ela miou tentando identificar o local de onde estava a presa. Eclipse farejou o animal até finalmente o encontrá-lo comendo algumas gramas, distraído o suficiente para ser pego. Eclipse matou o animal em um pulo ágil

- Boa pegada! - Disse Pata de Deserto.

Eclipse agradeceu com a cabeça e apanhou com os dentes o animal e, então, levou para o território do Clã da Lua acompanhando de Pata de Deserto.

- É melhor você voltar agora, se não o seu cheiro vai ficar marcado e podem usar isso para te rastrearem.

-Tem razão. - Admitiu Eclipse. - Até mais! - Ele se despediu-se com um sinal de cauda e se retirou.

       No acampamento do Clã da Lua

Pata de Deserto voltou com o melro e o coelho entre os dentes e largou na pilha de presas frescas. A clareira estava cheia, porém não era uma reunião. O que está acontecendo ali? Ela se perguntava. Após chegar perto, viu o corpo imóvel de Pata de Terra, o aprendiz estava de lado, as pernas largadas, seus olhos estavam vazios e seu pelo que normalmente era arrumado, manchado de sangue. Estava morto. Pata de Borboleta rangia os dentes e solta a rosnados doloridos enquanto sofria pelo amigo, os dois se consideravam irmãos. Pata de Deserto tinha os olhos arregalados e os pelos arrepiados enquanto fitava o corpo do aprendiz que um dia foi habilidoso.

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