Eu descubro que não tenho habilidade para pintura.

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Meu dia tinha começado sendo estressante.

Depois de ir para o meu chalé na noite anterior -  que eu esperava que fosse improvisado -, finalmente percebi que eu não tinha absolutamente nada comigo.

Não tinha troca de roupas, não tinha outros sapatos, não tinha uma mochila com as minhas coisas. Eu não tinha nada.

Também não estava com cabeça para lidar com essa situação, decidindo resolver isso no dia seguinte, então apenas me deitei em uma cama vazia no fundo do chalé e fiquei encarando o teto, contando os segundos e minutos que se passavam. No fim de tudo, adormeci e não vi o tempo passar, acordando somente no outro dia.

E esse dia era hoje, e eu queria me jogar na fogueira do acampamento logo cedo.

Tudo começou quando acordei com uma gritaria no chalé, sendo pior do que a sala de aula ou qualquer outra coisa parecida. Todos estavam pulando de cama em cama, pareciam animados demais enquanto acordavam uns aos outros. Eu não queria ser vítima daquilo, então tratei de me levantar rápido.

Tive que levantar contando meus passos para não surtar, saindo do chalé sem nem ao menos trocar de roupa - óbvio, por que eu não tinha.

Primeiro objetivo do dia: ir achar alguma roupa para vestir.

Ficariam surpresos se eu dissesse que esse acampamento simplesmente tem uma loja de conveniência, para comprar lembrancinhas? Pois é, eu fiquei bastante surpreso.

Não me leve a mal, mas pelo o que eu entendi, muitas pessoas moravam lá. Para mim, eu receberia um pequeno kit de sobrevivência para ficar no acampamento, e não que eu iria ter que comprar.

Assim que pisei na loja, eu parei de andar, pensando algo que nem sequer passou na minha mente antes de chegar aqui. Como eu iria comprar sem ter dinheiro?

Fiquei com vontade de gritar, mas apenas dei meia volta e comecei a sair do ambiente gelado, pisando duro. Porém, antes de eu sair, uma voz se fez presente.

— Está irritado? — A voz era divertida, vinda do lado esquerdo da loja.

Quando olhei, ali tinha um menino de cabelo rosa, que me observava sustentando o queixo com uma mão.

— Não estou irritado — Eu falei, cruzando os braços.

— Ah, com certeza não! — Ele saiu do balcão, vindo até mim. — Sou Mike, chalé de Hermes.

— Filho ou sem pai?

— Eu sou filho — O garoto sorriu, estendendo a mão. — O seu nome é?

— Cellbit, não tenho pai nem mãe. Acho que vou bordar isso em uma placa e colocar nas minhas costas. — Pego na mão dele, balançando para cima e para baixo.

— Provavelmente não vai funcionar. E o termo certo para quem não tem pai, é inderteminado — Ele separou as mãos, colocando a sua em sua cintura. — Suspeito que esteja aqui para pegar uma camisa do acampamento.

— Como sabe que vim para isso?

— Isso é bem mais normal do que imagina, ninguém chega aqui com uma mala com as suas coisas — Ele dá risada, indo até o balcão em que estava e pegando uma camiseta laranja. — Essa provavelmente sirva.

— Ah, obrigado — Digo, pegando a camiseta, colocando-a por cima da minha que estava e tirando a de baixo, sem ficar semi-nu na frente do desconhecido. — Sabe que horas começam as atividades daqui? Eu precisava me planejar emocionalmente.

— Logo depois do café da manhã — Falou enquanto pegava uma moeda, jogando para cima e para baixo.

— E onde vocês tomam café da manhã?

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2023 ⏰

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