Cansei amar você

3. Degustação...

Boa leitura amores :)

𝓕𝓮𝓵𝓲𝓬𝓲𝓽𝔂...

Escuto a porta do escritório se fechar. Viro para olhar e está lá, ele, o motivo do meu sofrimento..

― Felicity você está maluca?― Ele vem até mim, segurando meu braço com força..

― Maluca eu? Tem certeza Oliver?― Seguro sua mão que está apertando meu braço.― Você me trouxe aqui para me humilhar. Todos estão me observando com vergonha e pena...― Suspiro frustada.

― Não começa Felicity.― Ele solta meu braço e caminha para sua mesa.

Olho para ele com raiva, aperto minhas mãos com força para não avançar nele.
Ajeito meu salto nos pés e depois saiu do escritório rapidamente ignorando os olhares curiosos em mim..

Entro no banheiro e tranco a porta.. ninguém vai entrar até eu saí daqui..

Deixo as lágrimas que tanto prendi naquela sala escaparem. Caminho até o espelho vendo meu semblante enraivado.. eu não sei até quando vou suportar isso, não sei.

Solto meu cabelo e o arrumo, assim ninguém verá meu rosto diretamente. Pelo menos vou conseguir disfarçar..

Merda, apertei tão forte minhas mãos que minhas unhas me feriram. Coloco minhas mãos embaixo do sensor da torneira para lavar o sangue com água... Ainda não está doendo, mas sei que quando o sangue esfriar eu irei sentir dor..

Talvez na minha bolsa eu tenha alguns bandetes  espero que eu tenha.

Respiro fundo apertando alguns papéis para não sangrar novamente. Me ajeito com dificuldade para ninguém perceber nada antes de sair do banheiro. Por sorte ninguém quis usá-lo. Volto para o escritório do Oliver e abro a porta rapidamente flagrando a Barbara sentada em seu colo. Quando eles percebem minha presença, Oliver a tira.

Me seguro o máximo para não fazer nada. Já basta toda a humilhação que passo, e ainda mostra e admitir que isso me afeta é bem pior. Eles não terá esse gostinho... Aperto novamente minhas unhas na mão sabendo que vai piorar a situação , porém só assim eu consigo me controlar, não deixar a raiva falar por mim..

― Vocês deveriam disfarça hein.― Sorriu com desgosto.― Só para ninguém perceber.― pisco para os dois.

― Não estamos fazendo nada.― Oliver fala como se fosse tudo normal.

Caminho até minha bolsa que está no sofá, a pego e volto a olhar para eles.

― Claro. Vou chamar um repórter, você e a Barbara sairá lindamente na capa de um jornal.― falo calmamente.

― Pode apostar que sim.― Bárbara fala convencida.

― Deveria fazer isso. Fará um grande favor a mim.― Sinto o sangue escorrer pela minha mão de tanto aperta para não matar esses dois nesse momento.

― Bom, não quero interromper vocês.― Barbara fala sínica. Ela dá um selinho no Oliver que é pego de surpresa.― Se precisar de mim sabe onde me encontrar amor.― E assim ela sai do escritório. Com um grande sorriso no rosto achando que fez um grande espetáculo..

Fico alguns minutos parada, olhando para a porta me acalmando internamente tentando não demostrar nada.

― Não quero interromper seu trabalho. Vou ir para casa de táxi.― Digo o mais neutra possível.

― Você vai ficar aqui. Precisa ficar aqui.. não sei se onde surgiu rumores, mas os reportes estão desconfiando que me separei de você.― Respiro frustada com suas palavras. Ele não tem se quer pena ou se importa com minha dignidade pessoal.

― Eu fico, mas ela não entra aqui.― olho para ele. Que desvia seu olhar no notebook para me observa de canto.

― Ela é minha secretária. Precisa entra na minha sala.

― Então eu vou embora.― Rebato fazendo ele olhar para mim novamente.

― Devo te lembrar que seu pai confia totalmente em mim.― Um sorriso vitorioso surge em seus lábios.

― Ele não manda em mim. Só estou aqui pela minha mãe.

― Então permaneça por ela.

Já chega, não aguento mais.

Sento no sofá derrotada deixando minha bolsa cair ao lado. Quando não consigo mais conter as lágrimas que rolam desesperadamente me deixando mais humilhada e fracassada.

Apoio meus braços em minha perna abrindo a mão, vendo o tanto que eu piorei minha situação. Os papéis que coloquei já estavam encharcados de sangue, eu aprofundei demais as feridas nesse curto tempo..

― Felicity.― Oliver me chama, mas o ignoro.― está machucada?― Escuto a sua cadeira ser arrastada para trás.

― Me deixa em paz Oliver.― Falo com a voz preenchida pelo choro.

― Deixa eu ver.― De repente ele já está na minha frente. Se agachando para ver minha mão...

― Como Voc...― Ele pare de falar. Pegando o lenço presso em minha bolsa e adicionando nos ferimentos.

Eu não digo nada. Só o observo..

― Deve se afastar.― Respiro fundo.

― Você é maluca? Está se ferindo desde quando?― Ele me faz olhar para ele.

― Você acha que sua carinha permanece intacta por qual motivo? Se não fosse por isso. Você já estaria morto por mim.― Engulo o choro.― Os dois.

Ele continua fazendo pressão com o lenço em minhas mãos, respirando pesado.

― Vou pedi para alguém trazer um kit de primeiros socorros.― Fala sentando em meu lado.

― Não. Alguém pode pensa besteira.

― Você não pode continuar assim..

― Oliver. Você paga a mais para todos os funcionários daqui para ninguém dizer nada até vim alguma rede de revista e pagar mais.― Digo estressada.

― Você sempre se importando com as reputações.― olho para ele. Por um momento eu não consegui saber se ele está ligando para suas palavras.

― Eu vivo pela sua reputação.

― Seu pai me disse que valoriza muito o dinheiro e reputação.― Oliver fala amargamente.

― Eu não me importo com isso. Mas sim com minha dignidade e felicidade.― Digo sincera.

― Sei.― Oliver diz desconfiado.

Eu nunca gostei do meu pai. Ele sempre fala oque quer para favorecer sua imagem e conseguir seus objetivos. Para ele, eu sou apenas mercadoria.

Foi assim que meu casamento com o Oliver aconteceu. Por reputação e dinheiro..