Castigada Até o Amanhecer

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  Com os olhares direcionados para si, Jeanet sentiu seu coração acelerar e sem jeito se desculpou enquanto se despedia para voltar à cozinha. Ao voltar para a cozinha a garota deu leves tapas em sua própria cabeça e sussurrava "Jeanet sua boca grande"; "estou encrencada, acabou para mim", suas companheiras de trabalho vieram falar com ela e a parabenizou pela atitude corajosa e estúpida dela. Escondida atrás de paredes ela observava o andamento do jantar enquanto se martirizava pelo que fizera minutos antes. As horas se passaram e assim que todos já estavam satisfeitos com o jantar a conversa continuou, mas sendo algo particular May convidou Jhonny para ir ao seu escritório. Seu filho ficou ali com as garotas, mas ao ser incomodado incansavelmente pelas garotas mimadas decidiu ir embora, ele levantou e as duas foram atrás, montando em sua moto e sem dizer nada partiu. As garotas entraram e discutiram quem ficaria com ele, Jeanet ainda suspirava e resmungava o quão encrencada estava. Não sendo suficiente ouvir isso de si mesma suas primas foram até ela e fizeram questão de fazer o mesmo, detonando-a com ameaças.

Enquanto isso lá no escritório May e o homem discutiam sobre parcerias em trabalhos e projetos.

- E então? Estamos de acordo?_ perguntou May.

- Claro, mas eu tenho uma condição!

- E qual seria ela?

- Eu quero a garota!

- Garota? Que garota?

- A que gritou com meu filho!

- Ah, está falando da Jeanet?! Por que a quer? Digo, ela é apenas uma órfã!

- Quero fazer dele minha escrava e ela sabe como domar meu filho!

- Está bem, se a quer eu te vendo ela!

- _risos irônicos_ Você é mesmo astuta May!

- É isso ou nada!

- Fechado!

Após fazer o acordo e terminarem de discutir eles saíram, May o acompanhou até a saída onde ouviu que seu filho já tinha ido. Jonny entrou no carro e foi embora, assim que ele saiu May entrou para dentro e indo até a sala de jantar gritou por Jeanet, que hesitou em ir até sua tia. "Sim tia May, deseja alguma coisa?" de cabeça baixa ela mexia os dedos nervosa apenas esperando sua punição. May bastante irritada levantou a mão e deu um tapa no rosto da garota, a força do tapa deixou o rosto de Jeanet bem vermelho. "Eu avisei que não queria erros, quem você pensa que é para falar daquele jeito com meu convidado? Como você teve a ousadia? Acho que não te corrigi o suficiente, ainda está precisando aprender...", os olhos da jovem se encheram de lágrimas e serrando os punhos ela se conteve, guardando sua raiva e ouvindo tudo o que ela falava. Ao ouvir que iria ser transferida para trabalhar em outro lugar Jeanet levantou a cabeça e olhou para dentro dos olhos azuis de sua tia, aqueles olhos delineados a encaravam com frieza. Após brigar muito com a jovem May, a trancou em um quartinho escuro e com apenas uma janela e não permitiu que saísse o resto da noite.

"Por favor me deixa sair!!" _Jeanet batia na porta sem parar implorando para sair_ "Tia May, me deixa sair!!", ela chorava e implorava para ser liberta, mas May proibira todos e qualquer um de abrir a porta. A noite foi indo embora e Jeanet permaneceu no escuro sozinha por toda a noite, de tanto chorar suas lágrimas já nem desciam mais e ela apenas soluçava enquanto conversava consigo mesmo, com Deus e com quem quer que estivesse a ouvindo, isso servia até mesmo para as paredes. No meio da noite uma das funcionárias foi até o quarto onde Jeanet estava e assentando do lado de for a ficou conversando com ela até que a mesma adormecesse e então voltava para seu quarto.

Ao amanhecer bem cedo May foi até o quartinho e destrancou a porta, ao entrar se deparou com Jeanet assentada num canto encolhida e dizendo "Levanta" acordou-a. "Tia May" disse ela esfregando os olhos, ao ver que era mesmo sua tia ela levantou rapidamente. May a alertou e a ameaçou antes de libera-la, assim que Jeanet saiu daquele quartinho foi direto para seu quarto, fechou a porta e entrou para o banheiro trancando a porta logo atrás, ligou o chuveiro e com roupa entrou debaixo da água quente deixando-a cair sobre seu corpo e rosto inchado. Jeanet não conseguiu chorar apesar de querer e ali jurou a si mesma que quando saísse desta casa nunca mais voltaria e cortaria todos os laços com essa família.

Após tomar um longo banho ela passou uma leve maquiagem para disfarçar os inchaços no rosto e em seguida ligou para amiga, para quem contou tudo o que havia acontecido noite passada. 

AMOR e ÓDIOWhere stories live. Discover now