Bônus (Félix)

93 10 6
                                        

Devo dizer que esses últimos nove meses foram um inferno!

Não me julguem como babaca assim de primeira, só precisava desabafar isso porque ninguém é de ferro então, vamos do começo.

Esses nove meses foram uma montanha russa de emoções grandes para nós dois. Não ache que é fácil lidar com um marido maromba que pode te desestabilizar com um só murro. É de Kim Changbin que estamos falando.

Cansei de ter momentos em que preferi zelar pela minha integridade física do que morrer nas mãos dele.

Como no terceiro mês, onde ele mal tinha perdido a forma, na real nem parecia que ele estava gerando uma criança, e ele me pediu, às 14:00 de um domingo, para comprar beterraba para ele comer com maionese. Eu, como um homem forte que sou, fui reclamando o caminho inteiro depois me xinguei por não usar camisinha.

Obviamente não vou contar ao meu filhe que foi um acidente, mas esse serzinho já estava dando trabalho e nem estávamos na metade do processo.

Ah, porém, não é só de desgraça que se vive um homem! Não mesmo. Temos nossos dias de glória!

Ainda ganhei um café na cama, dois dias depois, após passar a segunda feira limpando vômito dele pelos desejos estranhos.

Fora que, não tem emoção maior do que ver seu pequeno pimpolho durante a ultrassom. Ouvir o coração batendo, céus, eu já o amo tanto e é um sentimento que não sei explicar, só que é incrível!

Eu chorei mais do tudo e não via a hora de ter nosso pequenino nos braços.

Changbin e eu estávamos frequentando aula de paternidade, afinal não quero ser preso por afogar um recém-nascido durante o banho. Então foi uma experiência perfeita! Cada um estava se esforçando para ficar o mais preparado possível para a chegada do pequeno Sunwoo.

Sim! Teremos um menininho. Bem, por enquanto, esse é o nome dele, caso ele não goste, iremos mudar no papel e vida que segue, mas teremos um menino! Fiquei pouco triste, pensei que seria menina, porém, logo relevei essa expectativa idiota e anunciamos a nossa família.

Changbin nem parecia estar grávido de 8 meses, sua barriga estava um pouco saliente. Andava pra cima e pra baixo sem se importar com nada, além dos pés inchados pelo peso extra, e, céus, eu quase morri do coração ao ver ele em cima de uma escada para trocar a lâmpada que queimou. Juro, se eu não morrer de homofobia, vai ser de ataque cardíaco!

E problemas cardíacos pareçe que seram recorrentes em minha vida, porque eu não sei como não morri de ansiedade enquanto acontecia o parto. Me chame de fresco, mas eu não aguentei ficar para ver a cirurgia. Só respirei normalmente ao ver meu pequeno Sunwoo no berçário e sabendo que meu esposo estava bem.

Admito que os primeiros meses foram uma merda completa. Estresse pelo trabalho misturado com noite mal dormida por criança chorando e um esposo se recuperando dos pontos não foi uma tarefa fácil. Pelo menos meus pais vinheram nós ajudar um pouco, foi bom ter alguém com experiência e eles amaram o netinho.

Nossos amigos também vinheram prestigiar o anjinho, tá mais para sugador de energia vital e eu não posso nem jogar fora. Brincadeira! Mas as vezes dá vontade.

Ouvir ele nós chamando de Papa e papapa nunca vai sair da minha mente e seus primeiros passos estão guardados em uma pasta no meu computador. Ele é uma criança calma, final nós o educamos muito bem. Tirando a vez que, com 4 anos, o tampinha deu um soco no coleguinha por dizer que ele era estranho por ter 2 pais. Fomos chamados na diretoria e, bem, Changbin resolveu tudo enquanto eu só marcava presença. Eu não ia me meter quando meu esposo estava debatendo contra um homofóbico. Nem devo dizer que Sunwoo ganhou um sorvete (de Changbin) e uma bronca (minha) naquele dia.

As vezes eu fico besta, olhando meu esposo deitado na cama do nosso filho com ele em seu peito e um livro de histórias infantis na cara, ambos dormindo. Sinceramente, nunca fui tão feliz quando agora.

Eu amo muito esses dois. São as coisas mais preciosas da minha vida.

Filho? Onde histórias criam vida. Descubra agora