Ato um | Punizione.

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AMANHECEU, os primeiros raios solares se infiltram através das vidraças da janela do meu quarto me dando seu costumeiro bom dia.

Meu nome é Olívia Santorine, sou de origem italiana e estou me preparando para me tornar freira no convento de Santa Maria. Venho me preparando para esse momento a um bom tempo.

O motivo para minhas escolhas até aqui que só meu progenitor conhece.

Limpo uma lágrima que escorre por minha bochecha, assim que termino minha oração matinal com um amém.

Não é hora para isso Olívia, o passado ficou para trás, apenas siga em frente.

─ Irmã Olívia, tem visita para você. ─ Ouço a palavras que ditas por trás da porta do meu quarto, acompanhadas de duas batidas.

─ Só um momento.

...

Minha mãe está linda como sempre, seus cabelos escuros e olhos esverdeados brilhosos embelezando sua aparência. Meu pai é um homem de sorte.

─ Como tem estado querida? ─ Diz minha mãe, beijando meu rosto com ternura. Ela me abraça forte, e eu fecho meus olhos por segundos para aproveitar do seu cheiro e da sua presença.

─ Estou bem mãe, graças à Deus. E a senhora, porque não está usando um agasalho? ─ aliso seus braços braços que estão frios. A Itália pela manhã não costuma ser quente, e nessa parte da cidade então, é ainda mais gelado. O sol se põe, mas só começa a esquentar depois das onze.

─ ah querida, não está tão frio ─ ela sorri ─ Vamos, me conte como tem estado.

─ Estou muito bem minha mãe, tenho estado ocupada com os preparativos.

─ Estou tão feliz querida, você é meu orgulho. ─ Ela aperta minhas mãos contra as suas, senhor porque meu peito dói? ─ Ah, e quando será feita a reconstrução? A madre não contou todos os detalhes.

─ Madre Camélia me disse que a engenheira responsável virá na próxima semana para mapear o local. Tenho certeza que ficará lindo, mãe. Estou ansiosa. ─ forço uma alegria inexistente.

─ Disso não tenho dúvidas! ─ Ela dá batatinhas nas minhas mãos. Seus olhos não demoram para escanear cada parte do meu rosto. ─ Olívia, minha filha seu rostinho está tão pálido, tem se alimentado bem?

Mãe, isso não é nada comparado ao reboliço que vive aqui dentro.

─ Não exagere mãe, minha pele só está arrepiada pelo frio, sabe como sou sensível.

─ Hum. ─ Ela espreme os olhos desconfiada, tão difícil essa dona Amélia. ─ Vou acreditar, porque te conheço muito bem!

Não mãe, você não sabe tudo sobre mim.

─ Ah, quase que me esqueço. Aqui. ─ retira um pote azul da bolsa e abre a tampa, deixando todo cheirinho gostoso da sua comida se espalhar pelo ar.

─ Mãe! Não era necessário.

─ Oras, porque? Não posso nem mimar minha piccola de vez em quando, Huh? ─ aperta os dedos na minha bochecha esquerda, um gesto de carinho característico de dona Amélia.

Sì mamma, per favore viziami molto!faço uma voz manhosa e ela me acompanha.

Certo amore mio, questo è il mio dovere!













QUATRO ANOS ATRÁS.

Sua desgraçada, você vai para o inferno!

─ Porquê? O que eu fiz, hã? É errado gostar, amar? Deus nunca... ─ um estalo soa no ar, minha face queima e formiga, as lágrimas descem quentes pelo meu rosto.

─ Sua cadela, ainda ousa me responder?! Eu juro por Deus Olívia, você terá uma lição que nunca mais vai esquecer, sua garota mal criada! ─ meu pai grita mais uma vez e sua mão pesada se entranha entre meus cabelos, puxando com força para me fazer gritar. ─ Você vai me obedecer!

─ Não pai, por favor, solte-me, isso dói...

E depois desse dia, meu inferno começou.

Acordo suada e ofegante. Levo a mão no peito, meus dedos tocando o crucifixo de prata. Olho para os lados, ainda não amanheceu, meu relógio de cabeceira marca quatro horas da manhã, todas as irmãs no dormitório dormem tranquilamente.

─ Liv, está tudo bem? ─ sinto o toque da irmã Raquel no meu antebraço, engulo o pequeno grito assuntado. ─ Deus, você está suada, teve outro pesadelo presumo.

─ Sim Irmã Raquel, mas não é nada demais, volte a dormir. ─ forço um sorriso e ela me encara.

─ Claro que não, somos amigas, só vou dormir tranquila sabendo que você está bem. Vem aqui! ─ Raquel puxa seu cobertor para o lado e dá batidas me chamando. ─ Nem adianta recusar, venha logo sua teimosa.

─ Está certo, sua insistente. ─ Sorrio, saindo da minha cama para a dela.

─ O sonho... Quer me falar sobre? ─ Raquel pergunta, enquanto ajeita a coberta entre nós. Ela é minha única amiga de verdade nesse lugar, conhece minha história e sabe tudo de ruim do meu passado.

Dorme, temos trabalho amanhã.

─ Aí está você, mudando de assunto novamente. ─ Raquel pisca os olhos amendoados.

Eu simplesmente me viro de costas para ela e murmuro um boa noite.

Minha amiga levanta para beijar a minha bochecha sussurrando as palavras de volta.

CONTÍNUA. . .

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2023 ⏰

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